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Estudo prova o óbvio: boa gestão eleva probabilidade de o time ser campeão

O Flamengo está aí e não nos deixa mentir
Por  Alan Ghani -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Sem dúvida alguma, o futebol é um esporte único, que mobiliza as massas e desperta paixões em quase todos os países do mundo. Mesmo sabendo que a derrota do time do coração não mudará em nada as nossas vidas, torcemos de maneira apaixonada e irracional. O futebol é capaz de fazer um engenheiro super racional sofrer pelo Corinthians ou um psiquiatra se angustiar pelo Botafogo.

É esse componente irracional – porque a paixão é assim – que torna o futebol um esporte único. Escolhemos nosso time na infância, provavelmente por influência de familiares ou amigos.

Pronto, a partir desse momento, temos um contrato até a morte com o nosso time do coração. Como relatado no belíssimo filme “O Segredo dos seus olhos”, ao longo de nossas vidas, trocamos tudo – amigos, namorada, emprego-, menos de time de futebol.

Mas o futebol não é único apenas pelo seu componente psicológico, mas também, social. É o esporte que aproxima as pessoas, permitindo conversas e provocações entre as mais diferentes pessoas. Faz o porteiro do prédio sacanear o presidente da empresa quando seu time perde, quebrando toda a barreira hierárquica entre eles dentro da empresa.

É claro que um esporte presente de maneira tão natural no dia a dia das pessoas desperta grandes interesses econômicos e financeiros. Vendas de camisetas, patrocinadores, contratos bilionários de TV existem por uma simples razão: o futebol vende porque há uma demanda enorme por esse esporte.

Diante da importância psicológica, social e econômica do futebol, é fundamental entendermos o que leva um time a ganhar mais títulos do que os outros. Afinal, mais títulos significa mais felicidade para os torcedores e mais renda (salários, lucros, aluguéis, etc.) para toda a cadeia do futebol.

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Para responder a essa pergunta, o analista Guilherme Bonato, do Santander, realizou uma pesquisa relacionando as variáveis que mais influenciam um time a ganhar um título. O estudo fez parte do seu trabalho de conclusão de concurso de pós-graduação pela Fundação Instituto de Administração (FIA).

Neste estudo, por meio de análise econométrica, relacionou-se variáveis contábeis e financeiras com a probabilidade de um time ganhar um título. Os resultados confirmam a hipótese esperada: quanto maior a receita de um clube, maior a probabilidade de um time ser campeão.

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Faz sentido. Uma maior receita, associada a uma boa gestão de despesas, significa a possiblidade de reter o lucro para contratação de bons jogadores e investir em infraestrutura, o que aumenta as chances de o time ser campeão.

Se, por um lado, as receitas com TV, vendas de atletas, bilheteria, marketing e patrocínio aumentam a probabilidade de o time levar um título, por outro, o nível de endividamento, não.

O resultado é interessante porque um alto endividamento pode estar relacionado com a contratação esporádica de algum jogador. É comum times recorrerem a dívidas bancárias para contratarem um jogador esperando que o fluxo de caixa gerado pelo atleta mais do que compense os juros a serem pagos, o que não necessariamente ocorre.

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Em suma, o artigo confirma estatisticamente o senso comum: uma boa gestão eleva a probabilidade de se ganhar um título. O Flamengo está aí e não nos deixa mentir.

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Alan Ghani é economista, PhD em Finanças e professor de pós-graduação.

 

Alan Ghani É economista, mestre e doutor em Finanças pela FEA-USP, com especialização na UTSA (University of Texas at San Antonio). Trabalhou como economista na MCM Consultores e hoje atua como consultor em finanças e economia e também como professor de pós-graduação, MBAs e treinamentos in company.

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