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Será DEFI tão grande na rede Bitcoin como na Ethereum?

Dependendo do que acontecer num futuro próximo, ganha força um novo vetor de importância para o Bitcoin, além do de reserva de valor
Por  Gustavo Cunha -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

DEFI, nos últimos anos, se desenvolveu de forma muito rápida e baseada na infraestrutura disponibilizada pela rede Ethereum. Além de ser uma blockchain publica como a rede Bitcoin, a Ethereum tem uma funcionalidade chamada smart contracts (contratos inteligentes).

Se na rede Bitcoin é possível fazer transações p2p sem a necessidade de uma entidade centralizadora para validar, a rede Ethereum vai além ao permitir que se coloquem “SE”s nessa transação.

O exemplo que sempre uso é o de quando você quer vender seu carro usado. Você transfere o carro ou recebe o dinheiro primeiro? Na rede Ethereum, através dessa funcionalidade chamada smart contract, dá para deixar uma coisa condicionada à outra.

O dinheiro é transferido só, e somente só, quando a transferência do carro for feita – e vice-versa. Nesse exemplo, é óbvio que teríamos que ter os dois ativos (carro e dinheiro) representados na rede através de uma representação digital do documento do carro ou do token do carro propriamente dito.

Há mais de uma forma de se fazer isso. Já existem algumas startups pelo mundo fazendo esse “de-para” do mundo físico para o digital, com inúmeros casos de uso.

Quanto ao dinheiro, stablecoins de dólar, euro, real ou outras moedas fiduciárias já fazem esse papel. Logo mais, também teremos as moedas digitais dos Bancos Centrais (CBDCs) nesse circuito.

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Tudo isso faz parte do ecossistema da rede Ethereum. São mais de 3.000 iniciativas para resolver necessidades como essas mencionadas acima.

Mas esse sucesso, como já relatei aqui, também traz suas dores. Uma delas é a necessidade de atualização da rede para suportar mais transações – o maior gargalo quando falamos de DEFI.

O Ethereum 2.0, que mudara a rede para uma rede proof of stake (POS), em vez do proof of work (POW) atual, é a saída para se resolver isso. Mas as melhores estimativas preveem que ela não estará totalmente implementada até antes de meados de 2022. Uma eternidade quando falamos de tecnologia.

A rede Bitcoin tomou um outro caminho para resolver esse problema de escalabilidade: colocar sub-redes, também chamados de layers, acima da rede do Bitcoin.

Dessa forma, na rede Bitcoin seriam registradas as diretamente operações maiores e outros layers fariam a agregação das operações menores de forma segura e transparente, para que uma operação grande, que representasse várias pequenas, fosse registrada na rede Bitcoin. Isso é uma simplificação de como a lightning network funciona.

Indo por esse caminho, a rede Bitcoin ganharia uma forma de escalar as transações. Questões de segurança de rede e interoperabilidade entre os vários layers são pontos de atenção que tem sido foco dos desenvolvedores.

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Em um texto anterior, ressaltei a imensa necessidade de termos uma boa interoperabilidade entre as várias redes que estão sendo criadas. No caso do Bitcoin, isso também é importante quando falamos dessa conexão entre os layers e o Bitcoin core.

Outra questão que deve ter ficado na sua cabeça é: mas se a razão do Ethereum ter tido esse grande sucesso se deve a ele ter a funcionalidade de smart contracts e o Bitcoin não ter, como o Bitcoin vai competir nisso?

Aí é que está um dos pulos do gato. Com uma arquitetura de vários layers integrados, cada um com pontos específicos a serem tratados, como é o caso de escalabilidade no lightning network, também há outros layers pensando na questão dos smart contracts. A RSK, por exemplo, já torna possível termos smart contracts operando na rede Bitcoin.

Quando falamos da rede, ela em si é um dos aspectos. Comunidade, número de casos de uso, tamanho dos casos de uso, número de usuários, entre outros fatores, fazem a força dela. Em muitos deles, o Ethereum tem uma vantagem considerável quando analisamos DEFI. A quantidade de stablecoins, um dos principais pilares de DEFI, é muito maior na rede Ethereum do que na rede Bitcoin.

Com estratégias claramente diferentes em relação ao futuro, uma mudança na rede core para ganhar escalabilidade e outra com uma estrutura mais descentralizada de desenvolvimento via layers, fica a dúvida de qual será a rede blockchain mais utilizada do mundo num futuro próximo. DEFI está aí acelerando e de olho nisso.

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Vale mencionar também que, caso isso seja alcançado, ganha força um novo vetor de valor para o Bitcoin, diferente do de reserva de valor, que é o mais comentado hoje.

O que acha? Vem discutir comigo…

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Gustavo Cunha Autor do livro A tokenização do Dinheiro, fundador da Fintrender.com, profissional com mais de 20 anos de atuação no mercado financeiro tradicional, tendo sido diretor do Rabobank no Brasil e mais de oito anos de atuação em inovação (majoritariamente cripto e blockchain)

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