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Quando se trata de finanças, santo de casa pode fazer milagre

O caos econômico-financeiro pós-crise pode afetar qualquer brasileiro, mas quem possui educação financeira, sente menos
Por  Eli Borochovicius -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Em casa de ferreiro o espeto é de pau. Mas isso não deve se aplicar a todos, indiscriminadamente.

Fui empresário e felizmente as coisas caminhavam bem. Por obra do destino, recebi uma proposta de assumir uma posição no exterior e aceitei o desafio. Passado um ano como executivo de mercado, fui obrigado a abandonar o sonho de viver fora, por uma questão familiar.

Retornei ao Brasil e comecei um novo negócio, mas quebrei. Tenho humildade para reconhecer meus erros e fracassos. Nunca tinha passado por um aperto tão grande.

Em função das minhas experiências anteriores, fui convidado a lecionar em uma universidade e já no ano seguinte, recebi a proposta para desenvolver ali um trabalho administrativo. Aceitei a oferta e foram dez anos de muitas alegrias.

Após minha derrocada quando retornei ao país, passei a colocar em prática os ensinamentos da Educação Financeira. Assim como para uma empresa ter as receitas concentradas em apenas um cliente é demasiadamente arriscado – dada a dependência que se cria – pensei que uma única fonte de renda poderia me deixar vulnerável.

Durante todo esse período, comecei um novo negócio, de forma mais tímida. Mesmo trabalhando na área pedagógica e administrativa da universidade, eu encontrava um tempo para me dedicar e cuidar da empresa.

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No início de 2020 sofri um revés e precisei abdicar das minhas horas de trabalho na área administrativa da universidade. Não fosse a empresa, eu estaria em apuros. Apesar da queda nas receitas, não houve o mesmo desencaixe de anos atrás. Isso me permitiu ter tranquilidade para uma retomada.

Com a situação financeira fragilizada, nada melhor que reduzir custos e despesas. Agora os banhos são mais curtos, fazemos melhor aproveitamento da luz do sol, buscamos otimizar os recursos naturais, os passeios são menos frequentes, as escolhas de produtos em supermercado são balizadas pelos mais baratos e a utilização de aplicativos de cashback passou a fazer parte da rotina. Tudo para não esvaziar as reduzidas receitas.

A Educação Financeira me mostrou também que o princípio de um ativo é a geração de caixa. Coloquei a teoria em prática e passei a me desfazer de uma série de bens do meu ativo imobilizado, que estavam em desuso, mas que são úteis a um terceiro. Para evitar o aumento da necessidade de capital de giro, melhor o dinheiro em caixa do que aplicado em um ativo depreciável.

Durante anos narrei a alta da taxa de desemprego no Brasil, seja em coluna de jornal ou rádio, seja em entrevistas concedidas às redes de televisão. Ninguém está imune a isso, tampouco eu. Foi um golpe duro, mas não suficiente para me derrubar, afinal de contas, eu estava vacinado.

As oportunidades vão aparecer e é preciso estar atento. Tenho um olhar otimista em relação às dificuldades que me são impostas e acredito que um ciclo se fecha para o início de outro, mais promissor.

A vida me ensinou a sorrir. Enquanto uma série de catástrofes assola esse mundo, me vejo com saúde e pronto para assumir novas posições. Trabalhar, para mim, é servir à sociedade e sei que tenho muito a contribuir.

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Aquilo que ensino em aula, eu aplico também em minha vida pessoal. Posso dizer que às vezes, Santo de casa faz milagre sim.

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Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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