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Opinião: Top 5 rendem 11,91% no 2º semestre, já descontada a inflação

Universitários publicam mensalmente o resultado dos cinco ativos mais recomendados pelas corretoras de valores
Por  Eli Borochovicius -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

A Liga de Mercado Financeiro e de Capitais do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas publica mensalmente, desde julho de 2022, um boletim que apresenta a rentabilidade dos ativos mais recomendados pelas corretoras de valores com selo Programa de Qualificação Profissional da B3.

São identificados os ativos que compõem as carteiras recomendadas de dividendos – ou a considerada mais conservadora – e selecionam-se os cinco ativos com o maior número de recomendações.
Para o boletim de dezembro foram selecionados os ativos que compunham as carteiras recomendadas de novembro de 19 corretoras.

Foram selecionadas as ações ordinárias da Vale (VALE3), com recomendação de 10 corretoras, as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4), recomendadas por nove corretoras, Eletrobras (ELET6) e CPFL Energia (CPFE3), com recomendação de cinco corretoras, e as ações ordinárias do BB Seguridade (BBSE3), que receberam quatro recomendações.

Outros cinco ativos também receberam quatro recomendações. Mas, como critério de seleção para a formação dos “Top 5”, a Liga optou por identificar a prioridade de recomendações das corretoras e, uma vez esgotadas as possibilidades de seleção, seriam indicados os ativos com maior Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE – Return on Equity) do ano imediatamente anterior (2021).

Vale destacar que 17 corretoras não encaminharam as recomendações e cinco delas alegaram que as informações são exclusivas para os seus clientes.

O objetivo da Liga é promover um aprofundamento teórico-prático das atividades acadêmicas, analisando dados já publicados. Portanto, a falta de cooperação não contribui com o avanço da ciência e da educação.

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Outras quatro corretoras não publicam Carteiras Recomendadas e três apresentam as recomendações de outro participante, geralmente pertencente ao mesmo grupo. Para evitar duplicidade de recomendações, foram desconsideradas na análise.

A carteira dos ativos selecionados apresentou uma rentabilidade de 3,32%, resultado positivo em decorrência dos preços dos ativos da Vale, que valorizaram 19,04%, e do BB Seguridade, com valorização de 5,91% (de 10 de novembro a 9 de dezembro).

A rentabilidade da carteira considera também a distribuição de dividendos porque, de acordo com o boletim, ao distribuir os lucros, “as empresas reduzem o seu caixa em favor dos acionistas e para refletir esse fluxo, os preços das ações são ajustados para baixo. Para corrigir esse efeito, infere-se que seja oportuno apresentar os resultados da variação da carteira considerando os dividendos pagos no período”.

Considerando que a rentabilidade real está relacionada aos efeitos da inflação, a Liga de Mercado Financeiro e de Capitais da PUC-Campinas concluiu que a carteira rentabilizou 2,90%, pois o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial do Governo Federal para medição das metas inflacionárias, foi 0,41%.

No segundo semestre de 2022, a carteira rentabilizou 11,91%, já considerados os recebimentos de dividendos e o efeito da inflação/deflação. Se fossem considerados apenas os últimos cinco meses, a rentabilidade seria de notáveis 29,98%, porque houve um recuo atípico de 13,91% no mês de julho.

Para efeito de comparação, a poupança apresentou uma rentabilidade de 2,70% no semestre, se desconsiderada a inflação do período e de 2,87% para os últimos cinco meses.

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O boletim tem caráter educativo e é meramente informativo, sem nenhuma intenção de ofertar ou indicar compra ou venda de quaisquer produtos financeiros, mas apresenta um resultado bem interessante, com base nas recomendações dos principais analistas financeiros.

Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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