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Como planejar suas finanças em tempos de vacas magras

Parece que a economia no país está começando a se recuperar, mas ainda assim são tempos difíceis e os cuidados com a administração do dinheiro são necessários
Por  Eli Borochovicius -
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Um dos jargões da educação financeira é: “não importa o quanto você ganha, mas como você gasta”. Canso de ouvir que em tempos de bonança é fácil administrar o dinheiro, duro é manter a saúde financeira nos períodos de vacas magras.

Comumente encontramos sugestões de como investir as reservas, mas poucos se arriscam a sugerir o que fazer para sobrar algum dinheiro no final do mês em períodos de crise, para aí sim, investir.

As dicas geralmente se resumem a redução de alguns gastos e corte de outros, como se fosse possível assumir esse compromisso facilmente.

O objetivo aqui não é resolver todos os problemas financeiros das pessoas que estão em apuros em apenas um texto curto, mas ajudar a refletir para que possam organizar seus gastos.

É necessário começar pela análise das contas históricas. O que pode parecer simples em um primeiro momento começa a se mostrar complexo e necessário. Não basta saber para onde irá o dinheiro, é preciso compreender a sazonalidade das saídas de caixa. Desta forma, recomenda-se anotar todas as despesas dos últimos 12 meses.

Pela dificuldade, muita gente já desiste nesse primeiro passo. Todo mundo sabe que o IPTU e o IPVA vencem no início de cada ano, mas muitos se esquecem de provisionar os pagamentos, daí a necessidade de computar as contas de um período completo.

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Feita a análise, é preciso definir metas de gastos para aposentadoria, sobrevivência, educação, diversão e reservas para imprevistos.

Observem que a aposentadoria propositadamente foi anunciada em primeiro lugar. Uma máxima da educação financeira é “pague-se primeiro”, então é recomendado gastar no máximo 90% dos ganhos, já que 10% devem ser destinados para a garantia da velhice.

A partir da definição das destinações dos recursos, deve ser pensada a manutenção, redução ou eliminação dos gastos. Nesse ponto, é recomendável separar as saídas que sofrem variação em relação ao consumo e aquelas que não podem sofrer variação imediata.

As primeiras mudanças comportamentais com os gastos devem ser em relação às saídas que variam em função do consumo. Criar metas para a redução de energia, água, gás e itens de supermercado podem ajudar na adequação dos gastos a uma nova realidade financeira.

Um segundo passo é renegociar as saídas de caixa com itens que não variam em função do consumo. Em tempos difíceis, não é vergonha pedir descontos ou encerrar atividades corriqueiras temporariamente, como academia e assinatura de serviços não indispensáveis.

Uma vez realizado o planejamento, deve-se testar o modelo, controlar os recursos e voltar a planejar o orçamento considerando as novas necessidades. Muitos conseguem se organizar sozinhos, mas sempre que possível, recomenda-se a ajuda de um especialista.

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Cuidar do dinheiro exige tempo e disciplina. Os resultados não são imediatos e demandam persistência e muita paciência.

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Eli Borochovicius Eli Borochovicius é docente de finanças na PUC-Campinas. Doutor e Mestre em Educação pela PUC-Campinas, com estágio doutoral na Macquarie University (Austrália). Possui MBA em gestão pela FGV/Babson College (Estados Unidos), Pós-Graduação na USP em Política e Estratégia, graduado em Administração com linha de formação em Comércio Exterior e diplomado pela ADESG. Acumulou mais de 20 anos de experiência na área financeira, tendo ocupado o cargo de CFO no exterior. Possui artigos científicos em Qualis Capes A1 e A2 e é colunista do quadro Descomplicando a Economia da Rádio Brasil Campinas

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