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Shein faz expansão logística e traz promoções agressivas para competir na Black Friday 2023

Em busca de espaço no mercado, varejista chinesa inaugurou um centro de distribuição nesta semana e quer fazer entregas ainda mais rápidas

Giovanna Sutto

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Após dois anos de operação no Brasil, a Shein, varejista chinesa de fast fashion, aposta em seu investimento em infraestrutura logística para agilizar entregas e sua política agressiva de preços, com descontos de até 90%, para conquistar mais clientes durante a Black Friday 2023.

“Nosso principal foco é na construção de capacidade. Conseguimos entregar compras em São Paulo a partir de dois dias e estamos trabalhando para baixar esse prazo. Somos novos no mercado e estamos construindo competência logística para dar conta da demanda de forma mais eficiente”, afirma Julio Manzano, diretor de logística da Shein em entrevista ao IM Business para a série de reportagens sobre as estratégias do varejo para a Black Friday 2023.

A companhia, que tem filial física no país desde maio de 2022, possui atualmente cinco centros de distribuição no Brasil — sendo que o último foi inaugurado neste mês, no dia 7 de novembro. Juntos eles ocupam 256 mil metros quadrados divididos nas cidades de Guarulhos, Embu das Artes e Perus, todas em São Paulo.

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Além disso, são cerca de 300 pontos de drop off ao redor do país, locais que os vendedores parceiros podem deixar as mercadorias para serem enviados para o cliente via estrutura da Shein. “Também adicionamos oito transportadores parceiros à nossa malha para realizar coleta de produtos em vendedores selecionados e garantir nossas entregas. É uma data chave para provar nossa capacidade. Tudo o que for vendido vai ser escoado o mais rápido que conseguirmos”, promete Manzano.

Entre as ferramentas que a empresa tem para conseguir tornar sua operação mais relevante no Brasil é o uso de inteligência artificial, utilizado para o planejamento de logística e também de demanda.

“Estimamos o fluxo de encomendas em todo o território para obter uma tendência de venda futura, o que nos ajuda a saber quanto e quando produzir. Além disso, em termos de entregas: nossos sistemas indicam o esforço mais adequado para fazer o last mile [entrega na porta do consumidor], sinalizam se a sazonalidade impacta coleta de produtos dos vendedores, entre outros pontos. No geral, trabalhamos para antecipar o que vai ser vendido porque assim antecipo o que vou produzir e agilizo a entrega”, explica Manzano.

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Sobre possíveis desafios na Black Friday, diante da seca histórica da região Norte, que está deixando o setor de varejo em alerta, Manzano afirma que a empresa acompanha possíveis intercorrências, mas que não deve sofrer com problemas oriundos dessa situação.

“Não temos produção na região, temos apenas um fluxo de envio de produto por lá, mas trabalhamos com a via aérea e depois transporte rodoviário para garantir nossas entregas. Organizamos para garantir capacidade aérea extra para não afetar nossas entregas aos clientes da região”, conta o executivo que afirma que o principal ponto logística da empresa é Guarulhos, em São Paulo.

Julio Manzano, diretor de logística da Shein (Divulgação/Shein)

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Atração de clientes

Com um plano de investimentos da ordem de R$ 750 milhões anunciado neste ano e um desejo de ser vista como uma empresa mais brasileira, a Shein busca maior recorrência de seus clientes e acredita que os preços baixos podem atrair os consumidores durante a principal data do varejo no país.

“Precisamos ser competitivos no preço para que os compradores venham até nós de forma recorrente e na Black Friday não será diferente. Além disso, vamos oferecer um grande sortimento de produtos”, diz Manzano. Entre 11 e 29 de novembro, a empresa promete descontos progressivos de até 90%, além de frete grátis em produtos selecionados.

A empresa hoje funciona em três formatos: com a importação de produtos; no modelo de marketplace, no qual tem parceiros que usam a plataforma de vitrine para vender produtos próprios; e com produção própria.

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A empresa não abre os dados por formato, mas confirmou à reportagem que o marketplace nacional já representa quase 50% do volume de vendas da Shein no Brasil. Atualmente a empresa atua em mais 150 países, mas a operação brasileira foi a primeira a utilizar o marketplace.

Já o modelo de produção própria foi adotado apenas na Turquia e na China, além do Brasil. Até 2026, o objetivo da empresa é ter uma operação 85% nacional, incluindo negócios do marketplace e de fabricação local. Com isso, a estimativa é ter 2 mil fábricas fornecedoras e geração de até 100 mil empregos diretos e indiretos.

“Queremos aumentar a presença nacional porque fabricar localmente significa ser mais rápido, lidar com menos desembaraço aduaneiro e agilizar a entrega — o objetivo é melhorar a experiência para o cliente”, diz Manzano.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.