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Os melhores e os piores de 2016 – Parte II

Nessa segunda parte da nossa "retrospectiva" iremos abordar quais marcas foram bem e quais foram para o buraco...
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

No nosso post anterior (aqui), falamos sobre a mudança do perfil de consumo de carros. Os veículos comerciais (como os furgões pequenos e médios) apresentam queda de quase 40%; o pessoal do Hatch médio migrou para o Hatch Pequeno e SUV e, a grande vitória do ano, foi a demanda de Picapes Médias.

Hoje, faltando menos de 10 dias para acabar o ano (e como Inês é morta), não existe muito mais o que as montadoras podem fazer para melhorar o seu desempenho. Num mercado que fechará o ano com queda de 20%, apontar os “melhores” é uma tarefa hercúlea!

Mas vamos lá:

Quais foram as marcas que mais se sobressaíram neste ano? E quais foram as piores?

Pegamos o resultado das 20 principais marcas deste ano (+99% do total vendido) e apuramos quem foi bem e quem foi mal.

O nosso TOP 5 ficou assim:

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5º PEUGEOT – Queda de 3,2%

Parece que o leão voltou a rugir. Com mudanças fortes no comando da marca, atrelado a produtos com alta tecnologia embarcada (Ex.: Peugeot 208 é o carro mais econômico da categoria), a marca fechará com queda de 3,2%. Lembra que eu falei que os veículos comerciais estão com queda de 40%? Então… os veículos Boxer e Partner (ambos furgão), puxaram o desempenho para baixo. Tomando  apenas as vendas de automóveis, a marca fechará o ano com “um empate técnico”.

 

4º HYUNDAI – Queda de 2,6%

A Hyundai é 10! Com apenas 5 anos de HB no mercado, a marca fechará o ano com 10% de participação de mercado. Ela desbancou a eterna quarta colocada (FORD) e se consolidou de vez! O resultado negativo da marca ocorreu mais por conta da queda da demanda pela sua linha importada. Com a venda eminente do Creta, se a marca conseguir o mesmo sucesso que ela teve com a linha HB, pode facilmente desbancar a VW da terceira e começar a “cheirar no cangote” da Fiat.

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3º NISSAN – Queda de 1,5%

A Nissan conseguiu dar um “chute” no mercado neste ano, com o lançamento do seu Kicks. Toda a mídia que a marca teve durante os jogos olímpicos serviu para mudar (e melhorar) o posicionamento junto aos consumidores.

 

2º TOYOTA – Crescimento de 2,2%

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Não adianta… se não é a Honda, é a Toyota. Sempre no topo tem um dos nossos japas. A Toyota – mesmo balançando no segmento de picapes – foi a única marca “na real” que teve crescimento nas vendas. A qualidade mais que absurda dela, frente aos demais concorrentes, e a insignificante desvalorização dos seus carros faz com que a marca sempre esteja no nosso TOP 3 em qualquer estudo que a gente faça. Ela é uma das marcas mais desejadas, possui os clientes mais fiéis e por aí vai. Mesmo com aquele painel horrível do Etios, eles sempre se sobressaem!

 

1º JEEP – Crescimento de 42%

O nosso grande campeão foi o pessoal da JEEP, com o sucesso do seu Renegade. OK… esse crescimento de 42% tem muito a ver com  “eu não tinha Renegade” nos primeiros meses do ano passado e 2016 foi um ano full de carro. Mas o resultado da marca deve ter ajudado pra caramba o pessoal do grupo FCA, já que a Fiat vai fechar o ano com -30,8%,

 

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Esse é o nosso TOP 5. E quais foram as marcas que se deram MUITO MAL? Pois, se o mercado vai cravar -20%, o nosso “TOP -5” foi um show de horrores!

 

 

5º Kia – Queda de 32%

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A marca “coirmã” da Hyundai foi totalmente na contramão. Por não produzir os seus veículos no Brasil, além de ser “extorquida” na sobretaxa do Imposto de Importação, mais a flutuação do câmbio por aqui; fez com que os seus produtos naufragassem.

 

4º M. Benz – Queda de 33,2%

Aqui, o pessoal da Mercedes sofreu mais com a oscilação do câmbio e principalmente com a demanda dos veículos comerciais (furgões). A marca só volta a crescer com um câmbio menos ruim do que o atual e quando a demanda por carros comerciais voltar a crescer. Ou seja, vai demorar!

 

3º Suzuki – Queda de 35%

A marca até que é “boazinha”, mas trabalhar e vender produtos “um tanto quanto ultrapassados”, num mercado ainda mais agressivo foi demais. Eles precisam urgentemente trazer novos produtos. Ficar vivendo de Jimny e SX4 velho, não vai rolar. Ainda mais que a bola da vez é o SUV, e todo mundo está vindo com carro novo.

 

2º VW – Queda de 37,3%

Eu pessoalmente tenho certa admiração pelos alemães… eles tem uma determinação incrível para fazer as coisas funcionarem e dar certo. Basta ver que o “único” exemplo de socialismo “aceitável” veio da Alemanha Oriental, mas isso é outro caso. O grande problema da VW foi a falta de peça. Em geral, as montadoras asfixiam os seus fornecedores. E num cenário de crise, a situação piora. E, aqui, aconteceu: a VW ficou alguns meses sem peças e sem produção, consequente a venda de carros despencou.

 

1º Mitsubishi – Queda de quase 40%

Parece que a marca dos três diamantes dilapidou o seu resultado este ano. O problema da MMC é o mesmo da Suzuki (já que os importadores/produtores são os mesmos por aqui). Além disso, com a má imagem da marca (glovalmente) e sua consequente venda para o grupo Nissan-Renault, coloca uma nuvem sobre a marca no Brasil.

 

Menção “desonrosa”

Trabalhamos com 20 marcas que representam os 99% do mercado. E aquele 1%? Tipo Jaguar, Volvo, Chery, Jac e por aí vai?? Bem, esse bolo todo cravou 38% de queda nas vendas.

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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