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Os melhores e os piores de 2016 – PARTE I

Faltando pouco mais de 10 dias para acabar o ano, vamos descobrir quem foi bem e quem foi mal nas vendas de carros, no infame ano de 2016.
Por  Raphael Galante
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Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Faltando apenas 10 dias de vendas de veículos, podemos fazer a “crássica” retrospectiva de quem foi o melhor e o pior no setor automotivo.

Nesta primeira parte, vamos fazer uma análise de como evoluiu a demanda do consumidor por automóveis.

O mercado deverá encerrar o ano com quase 2 milhões de carros vendidos. Estamos falando em uma retração média de 20%.

Aqui entra a nossa primeira análise: com queda de 20% nas vendas, apontar o que foi bem é como “tirar leite de pedra”.

Mas sempre tem algo que podemos ponderar.

Um dos pontos que notamos, foi a enorme queda na demanda dos veículos chamados “Hatch Médio” – os exemplos: Ford Focus (Hatch), VW Golf, Peugeot 308 e Hyundai i30.

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Esse nicho de categoria vai fechar o ano com quase 50% de queda nas vendas!

Mas, o que aconteceu?

A crise econômica aconteceu…

Os antigos consumidores dos Hatch Médios migraram para o segmento Hatch pequeno (os que foram mais duramente afetados pela crise), ou para o segmento de SUV (os que não foram “tão” afetados).

O consumidor do Focus Hatch migrou para o New Fiesta; o do Peugeot 308 foi para a gama do 208 ou do 2008; o pessoal do i30 para o HB20x.

A grosso modo, foi isso o que aconteceu. Os hatch pequenos vão fechar o ano com retração de 10% (metade da média do mercado), enquanto o mercado de SUV encerra o ano com queda de 4%.

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Outro segmento que foi mal nas vendas, foi o de furgões pequenos (Ex.: Fiat Fiorino e Renault Kangoo) e de furgões grandes (Ex.: Iveco Daily, Citroen Jumper, M. Benz Sprinter).

Esses segmentos vão fechar o ano com queda média de uns 37%. Esses são os clássicos veículos comerciais. São carros feitos para o transporte de cargas e passageiros. Com uma economia retraindo-se pelo terceiro ano consecutivo, é fácil notar que investimentos “simples” – como a renovação da frota de veículos para o transporte de cargas e passageiros – tenha diminuído.

Além disso, outro segmento que apresentou uma queda acentuada (de quase 30%) foi o que chamamos de carros de entrada (VW/UP, Renault/Clio, Fiat/Uno, entre outros). Esses são os veículos “de entrada” para o mercado de carros novos. Com a diminuição da renda do brasileiro, aliando a uma maior restrição na oferta de crédito; taxa de juros mais altas; esse consumidor migrou para o mercado de carros usados. O mercado de veículos usados fechará o ano com “levíssima” retração neste ano, mas com volume superior ao do ano de 2014.

Mas o grande destaque desse ano ficou para o mercado de picapes grandes. Num ano onde o setor fechará o ano com 20% de queda nas vendas, as picapes grandes (Fiat Toro, Ford Ranger, Toyota Hilux) vão encerrar o ano com crescimento superior a 30%.

O grande destaque ficou por conta da Fiat. O mercado de picapes era extremamente fechado (e insonso) entre 6 marcas. Com a entrada da Renault e, principalmente da Fiat, elas deram uma chacoalhada nos concorrentes. A Fiat entrou tão forte no segmento, mas tão forte (tipo dando uma voadora no peito) que conseguiu aquilo que era quase “inimaginável”: quebrar a supremacia da Vênus de Milo do segmento e da indústria automobilística, que é representada pelas japonesas. Neste caso, a Toyota. Neste ano deveremos ter uns 40 mil Fiat Toro vendidos contra 35 mil de Toyota Hilux.

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O pessoal da Toyota tomou uma porrada tão feia da Fiat, que vão ter que abrir bem os olhos para recuperar o mercado em 2017…

Raphael Galante Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva

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