Vendo estratégia do PT como “tiro no pé”, aliados de Alckmin projetam 2º turno entre tucano e Bolsonaro

Para um desses aliados, será difícil que o plano B do PT, Fernando Haddad, fique conhecido no Nordeste em apenas 30 dias

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As eleições estão se aproximando e a possibilidade de um segundo turno não acontecer torna-se praticamente improvável. Enquanto alguns acreditam que as vagas no palanque já estão garantidas, outros trazem alguns pontos que questionam a confiança de determinados candidatos na continuação da corrida eleitoral. 

Conforme aponta a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, aliados do candidato Geraldo Alckmin (PSDB) avaliam que a estratégia do PT de levar a candidatura do ex-presidente Lula até o limite pode deixar a sigla de fora da disputa. Esses dirigentes começam a traçar a possibilidade de um embate entre o tucano e o deputado Jair Bolsonaro (PSL) em 28 de outubro. Para um desses aliados, dificilmente Fernando Haddad, plano B no PT, conseguirá se fazer conhecido no Nordeste em apenas 30 dias. 

Quando questionado se haveria eleitorado de tamanho suficiente para catapultar Alckmin e Bolsonaro, um dirigente ouvido pelo jornal explicou que prevê a classificação de dois candidatos com menos de 20%. Neste caso, os indecisos seriam os fiéis da balança. 

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Neste mesmo sentido, ao jornal Valor Econômico, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), disse que Haddad (PT) “tem todas as condições de ir para o segundo turno”. Ao mesmo tempo, ele fez um alerta: “O Nordeste é propenso a votar no candidato indicado por Lula, mas não cegamente”. Dias teve seu nome cotado internamente para ser o “plano B” nas eleições presidenciais, mas por opção do ex-presidente Lula, permaneceu como candidato para a reeleição ao governo. 

Embora fale abertamente sobre o plano B do PT, Dias afirma que a exposição de Lula como candidato será levada ao limite: “Já tivemos decisão favorável para que o nome dele conste nas pesquisas e agora vamos batalhar pelo direito dele participar do programa eleitoral e dos debates. Há condições técnicas para isso”. 

PT garantido ou fora do segundo turno?

Por outro lado, na opinião de Murillo de Aragão, cientista político e presidente da Arko Advice, o candidato do PT estará no segundo turno e quem deve se mexer para conseguir uma vaga na reta final são Alckmin e Bolsonaro. 

Em entrevista na sexta-feira ao programa Painel WW, apresentado por William Waack, Aragão afirmou que os fundamentos neste momento apontam vantagens competitivas para dois candidatos: Lula, que terá uma narrativa que encanta cerca de 30% do eleitorado, com uma estrutura forte, o que deve garantir votos o suficiente para passar para o segundo turno; e Bolsonaro, que para o cientista político, tem uma narrativa forte, mas não tem estrutura. 

Neste cenário, Aragão aponta que a segunda vaga ainda está aberta, com o deputado disputando com Alckmin um lugar no próximo turno. “O paradoxal é que todos querem enfrentar Bolsonaro, porque pensam que ganharão dele [em eventual segundo turno]”, afirma ressaltando que está será uma “eleição muito diferente”, em que os fundamentos estão muito abalados.

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