“Mini Super Terça”: Sanders tem Dia D e Biden pode encaminhar sua vitória nas primárias democratas

Um desempenho fraco do senador nesta terça poderá dar ao ex-vice-presidente uma grande vantagem nas primárias

Rodrigo Tolotti

(Reprodução)

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SÃO PAULO – Após o ex-vice-presidente Joe Biden surpreender na Super Terça e dar uma arrancada na liderança das primárias democratas, os Estados Unidos passam nesta terça-feira (10) por mais uma rodada de eleições em diversos estados.

Vão às urnas hoje eleitores de Idaho, Michigan, Mississippi, Missouri, Dakota do Norte e Washington em um novo cenário na corrida democrata. Será a primeira vez que apenas dois candidatos estão na disputa desde que as primárias começaram. Com mais uma grande quantidade de estados votando e o cenário decisivo que a disputa está, este dia das primárias pode ser considerado como uma “mini Super Terça”.

Além disso, se na semana passada era Biden que precisava provar que sua campanha era viável após um começo desastroso, agora é o senador Bernie Sanders quem vai ter que mostrar que ainda tem força para chegar à Convenção do Partido Democrata, em julho, com chance de ser o indicado para concorrer com Donald Trump as eleições de novembro.

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Um desempenho fraco do senador nesta terça poderá dar ao ex-vice-presidente uma grande vantagem nas primárias, minando as chances de Sanders conseguir ser o candidato do partido nas eleições.

O grande prêmio desta noite será o Michigan, que conta com 125 dos 352 delegados que serão distribuídos nos seis estados que votam hoje. Em 2016, Sanders tirou uma grande vantagem que Hillary Clinton tinha no estado e venceu, prolongando a disputa daquele ano.

Biden apareceu com vantagem de dois dígitos nas principais pesquisas recentes, número semelhante ao que Hillary tinha há quatro anos. Ou seja, o senador de Vermont já conseguiu fazer uma vez o que vai precisar conquistar hoje, tornando o resultado imprevisível.

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“Eles [Biden e Sanders] estão parelhos em número de delegados, mas Biden agora é o franco favorito”, afirma Victor Scalet, analista político da XP, que ressalta que Sanders precisará de um “milagre” para conseguir reverter a situação.

A expectativa, segundo ele, é que o ex-vice-presidente praticamente confirme hoje que será o candidato democrata nas eleições de novembro.

Joe Biden, o “novo velho” favorito

O ex-vice-presidente do governo de Barack Obama virou o ano como favorito na corrida democrata. Com uma postura mais centrista, Biden começou a disputa visto como um dos poucos que teria chance de vencer Trump em novembro, apesar das pesquisas darem vantagem para o atual presidente em todos os cenários.

Biden, porém, começou muito mal as primárias, ficando apenas em quarto lugar no desastroso caucus de Iowa. Na primária seguinte, em New Hampshire, o ex-vice ficou apenas na quinta posição, sem conquistar nenhum delegado.

Uma pequena recuperação teve início em Nevada, terceiro estado a realizar votação, onde ele ficou em segundo, atrás apenas de Sanders. Mas foi na Carolina do Sul que Biden mudou completamente o rumo de sua campanha ao conseguir vencer no estado com 48,6% dos votos, uma margem muito maior do que era esperado.

Isso levou ele para a Super Terça com uma tendência muito positiva, favorecido ainda pelo apoio conquistado pelos candidatos que haviam desistido nos dias anteriores a este grande evento. Com 14 estados realizando votações no mesmo dia, era a hora de Biden mostrar que realmente tinha chances de disputar a vaga democrata.

Mas mais do que isso, o ex-vice de Obama ganhou em 10 estados, incluindo o Texas (segundo maior em número de delegados), saindo da Super Terça como novo favorito. O gráfico abaixo mostra exatamente essa trajetória, com a linha verde (Biden) ultrapassando a azul (Sanders) no dia 2 de março, um dia antes da Super Terça.

Apesar das atenções voltadas para a corrida democrata, no cenário mais amplo das eleições, Donald Trump segue como favorito. Segundo Scalet, algumas pesquisas indicam que Biden até poderia vencer o atual presidente, mas na prática o cenário é outro, com especialistas e números das casas de aposta apontando que Trump deve ser reeleito.

Mesmo com este cenário, se de um lado a disputa democrata está caminhando para um resultado, nas eleições gerais ainda falta muito chão. E a virada de Trump em 2016 mostrou que é possível uma surpresa.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.