Tesouro Direto: prêmios pagos pelos títulos públicos têm queda moderada na tarde desta quinta-feira

Investidores acompanham Relatório Trimestral de Inflação, com maior previsão do Banco Central para expansão do PIB, política no Brasil e dados dos EUA

Bruna Furlani

Imagem mostra notas de R$ 50 (Rmcarvalho/Getty Images)

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SÃO PAULO – As taxas oferecidas pelos títulos prefixados negociados na plataforma do Tesouro Direto caíram um pouco mais na tarde desta quinta-feira (24), em relação aos prêmios pagos no início das negociações da manhã. Os papéis com retornos indexados à inflação seguiram a toada de baixa já vista na abertura.

Após coletiva de imprensa, investidores repercutem, agora à tarde, a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a necessidade de a autoridade ter que subir mais os juros do que o consenso de mercado vem projetando no Relatório Focus para cumprir a meta de inflação em 2022.

No Tesouro Direto, os papéis prefixados do Tesouro Direto com vencimento em 2026, por exemplo, ofereciam uma rentabilidade de 8,55% à tarde, contra 8,59% na sessão anterior de quarta-feira. Na mesma linha, o título prefixado com vencimento em 2031 com juros semestrais pagava um juro de 9,17%. Um dia antes, o mesmo título oferecia um retorno de 9,22%.

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Já os títulos atrelados à inflação mantiveram o mesmo juro real pago nas negociações da manhã. Na atualização após o almoço, os papéis do Tesouro IPCA com vencimentos em 2035 e 2045 pagavam retorno real de 4,17%, contra 4,22% na sessão anterior. Da mesma forma, os títulos com vencimento em 2055 e juros semestrais ofereciam rentabilidade real de 4,35%. Nas negociações de ontem, o mesmo título oferecia como retorno a inflação mais uma taxa de 4,37%.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto nesta quinta-feira (24):

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Selic e PIB

Em coletiva de imprensa realizada no fim da manhã para comentar os dados do Relatório Trimestral de Inflação, o presidente do Banco Central disse que o balanço de risco do Comitê de Política Monetária (Copom) para a inflação é assimétrico. Ou seja, os riscos de que a inflação fique acima do projetado no próximo ano são maiores do que os riscos baixistas.

Segundo o presidente do BC, a taxa real de juros neutra está atualmente em 3%. Ao ser questionado sobre a possibilidade de a autoridade monetária elevar a Selic acima do patamar considerado neutro para cumprir a meta de inflação em 2022, Campos Neto ressaltou que, “quando o balanço é assimétrico significa que você tem que elevar os juros acima do que está projetado no Focus”.

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De acordo com o último relatório do Focus, as projeções do mercado apontam para uma Selic de 6,25% ao fim deste ano e de 6,50%, em dezembro de 2022.

Além dos comentários sobre a Selic, outro destaque do dia está nas mudanças feitas nas projeções para o PIB, que foram apontadas no Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje pela manhã.

No documento, o BC elevou a previsão para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, que passou de 3,6% para 4,6%. Nele, o Banco Central destacou que “os indicadores recentes da atividade econômica interna, apesar da intensidade da segunda onda da pandemia, continuam mostrando evolução mais positiva do que o esperado, implicando revisões relevantes nas projeções de crescimento para o ano”.

Mesmo assim, os seus dirigentes ponderaram que ainda há bastante incerteza sobre o ritmo de crescimento, com o surgimento ou disseminação de novas variantes do coronavírus, dificuldade de obtenção de insumos e custos mais elevados em algumas cadeias produtivas, além de mais implicações da crise hídrica.

Leia mais:
BC volta a indicar outro ajuste de 0,75 ponto da Selic em agosto, mostra Relatório Trimestral de Inflação

O dia também continuou movimentado no noticiário político. Investidores acompanham a polêmica envolvendo a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, vacina indiana contra o novo coronavírus, além da repercussão da saída de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente.

A Câmara dos Deputados aprovou ainda, ontem à noite, a Medida Provisória (MP) que aumenta a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para os bancos de 20% para 25% até o fim do ano e o fim dos incentivos tributários para a indústria química e petroquímica por quatro anos.

As demais instituições financeiras (como corretoras de câmbio, empresas de seguro, cooperativas de crédito, administradoras de cartão de crédito) pagarão 20% (hoje são 15%) até o fim de 2021 e em 2022 voltam para os 15%. O texto vai para sanção presidencial.

Cena internacional

Lá fora, as atenções recaem sobre a divulgação de uma bateria de indicadores, especialmente nos Estados Unidos.

No começo da manhã, o escritório de estatísticas do BEA (Bureau of Economic Analysis), do Departamento de Comércio do país, divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu à taxa anualizada de 6,4% no 1º trimestre em relação aos três meses anteriores, de acordo com a terceira e última estimativa. O resultado se manteve o mesmo da estimativa anterior e ficou em linha com o esperado pelos analistas.

Já os pedidos de auxílio-desemprego ficaram em 411 mil na última semana, resultado bem acima dos 380 mil pedidos projetados pelos analistas consultados pela Refinitiv.

Investidores também estão atentos ao pacote de infraestrutura elaborado pelo grupo bipartidário. Ao sair da reunião que tinha com um grupo de senadores, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se limitou a dizer que um acordo sobre o plano foi alcançado.

Segundo a Dow Jones Newswire, as negociações recentes estimam que os gastos com o plano ficariam cerca de US$ 579 bilhões acima dos níveis federais esperados, o que totalizaria US$ 973 bilhões em cinco anos.

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