Retornos de carteiras de dividendos, ESG e small caps são destaque dos últimos 12 meses

Carteiras automatizadas replicam a composição das recomendações mensais divulgadas pela XP e casas de análise como Levante, OHM, Benndorf e Inside

Carla Carvalho

(Gerd Altmann/Pixabay)

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Carteiras de renda variável focadas em small caps (empresas com pequena capitalização de mercado), boas pagadoras de dividendos e companhias com boas práticas de ESG (ambiental, social e governança) foram as que apresentaram melhor desempenho nos últimos 12 meses dentre as carteiras automatizadas da XP.

As carteiras automatizadas replicam a composição das carteiras recomendadas que são divulgadas mensalmente pela XP e por outras casas de análise, como Levante, OHM, Benndorf e Inside. São realizados rebalanceamentos conforme os portfólios são alterados pelos analistas. O objetivo é facilitar o acesso dos investidores ao mercado. Hoje, há 25 opções na plataforma.

No primeiro trimestre, a carteira de dividendos registrou alta de 14,9% e de 5,5% nos últimos 12 meses. Segundo Jennie Li, Jennie Lee, estrategista de ações da XP, para fazer parte do portfólio não basta a ação ter um dividend yield (taxa de retorno com dividendos) elevado. “Além do dividend yield, olhamos também o histórico e as chances de manutenção da performance das ações”, observa a estrategista.

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Recentemente, a Petrobras (PETR3; PETR4) foi incluída na carteira, pelo fato de o momento ser bom para o pagamento de dividendos de empresas de commodities. Nesse sentido, Jennie explica que, historicamente, empresas ligadas a commodities têm dividendos mais voláteis. No entanto, hoje os preços desses ativos estão em alta, e as empresas estão com bastante caixa.

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“A Petrobras está com dividend yield de quase 20%. E, na visão de nosso analista, o seu valuation também está bastante atrativo”, diz Jannie.

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Outro nome de peso é Banco do Brasil (BBAS3). Em momentos de alta de juros, o setor financeiro é um dos mais resilientes da Bolsa.

Em contrapartida, Jennie destaca que setores que sofreram mais ao longo dos últimos meses, como varejo e consumo, estão de fora das carteiras recomendadas. “Por não termos na carteira nomes ligados a esses setores, conseguimos proteger bem nossa performance nos últimos meses”, diz.

Sustentabilidade em alta

A carteira ESG, por sua vez, teve rendimento de 14,3% no primeiro trimestre e de 4% nos últimos 12 meses. O portfólio tem dez ações e, segundo Marcella Ungareti, analista responsável pela carteira, o objetivo é incluir empresas que combinam duas frentes: bons fundamentos e sólido posicionamento na frente ESG.

Não necessariamente as empresas ESG da carteira da XP fazem parte do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), calculado pela B3. De acordo com a nova metodologia, a B3 divulga o ranking publicamente e, segundo Marcella, isso leva algumas empresas a optarem por não participar do índice.

“Esse é um dos motivos pelos quais nem todas as empresas ESG de nossa carteira estão no ISE. Além disso, a XP adota critérios próprios de seleção que, muitas vezes, diferem dos de agências classificadoras”, explica a analista.

Para Marcella, hoje o maior desafio da temática ESG é justamente a falta de informações por parte das companhias. Isso porque a divulgação de relatórios de sustentabilidade não é obrigatória.

“Se olharmos ao redor do mundo, somente cerca de 25% das bolsas obrigam as empresas a divulgar relatórios de sustentabilidade. Isso também dificulta a análise do mercado e do investidor”, diz a analista.

Segundo a analista, as perspectivas para a carteira ESG estão baseadas, principalmente, em quatro temas, sendo dois no pilar ambiental e dois, no social. No pilar ambiental, destacam-se a preocupação com as mudanças climáticas e créditos de carbono. Já no pilar social, o foco é diversidade e inclusão e privacidade de segurança dos dados. Para Marcela, os investidores estão cada vez mais atentos a esses aspectos.

Small caps: pequenas, mas rentáveis

A carteira de small caps avançou 13,7% no trimestre e de 11,1% nos últimos 12 meses. Segundo Jennie, não há regras que definam exatamente o que é uma small cap. Por isso, a XP adota uma definição própria para classificá-las, e considera small caps as companhias com valor de mercado abaixo de R$ 10 bilhões.

“Selecionamos as small caps entre os segmentos de que mais gostamos na Bolsa”, explica. Dessa forma, os temas acabam sendo parecidos com os de outras carteiras. “O que muda é o universo de empresas conforme o valor de mercado”, diz Jennie.

Outro ponto que Jennie observa é a volatilidade da carteira. Isso porque os nomes são escolhidos entre os que possuem os maiores potenciais de crescimento, segundo os analistas da XP. “Apesar de mais voláteis, historicamente no longo prazo esses nomes acabam tendo retornos maiores do que o do Ibovespa”, conclui.

Carteiras automatizadas

A XP Investimentos lançou as carteiras automatizadas em novembro de 2021 e, desde então, o portfólio vem crescendo. Atualmente, já são 25 dessas carteiras na plataforma da corretora, que reúnem ações, BDR (Brazilian Depositary Receipt), ETF (fundos de índices) e fundos imobiliários.

Jennie explica que todas as carteiras da corretora são revisadas mensalmente.

“Sempre no final do mês, fazemos um comitê para discutir eventuais mudanças que precisamos fazer nos ativos. Logo após, na virada do mês, a mesa de operações efetua essas mudanças de acordo com nossas indicações”, diz.

A estrategista também observa que é pouco provável que todos os nomes sejam modificados nas revisões mensais. Dependendo do cenário, trocam-se nomes e/ou segmentos, mas isso não chega a impactar radicalmente a formação da carteira.

“Por exemplo, estamos em um bom momento de commodities. Logo, temos aumentado a exposição a esses ativos para aproveitarmos esse momento”, explica.

Jennie também salienta que eventuais trocas de nomes não significam, necessariamente, uma indicação de venda por parte da XP. Ou seja, o analista pode continuar com a recomendação e, inclusive, com o mesmo preço-alvo para o título.

“Quando olhamos para todos os nomes que cobrimos, temos preferências de acordo com o momento do mercado. Mas o fato de optarmos por alguns nomes não significa, necessariamente, que deixamos de acreditar no potencial das que saíram da carteira recomendada”.

Outro ponto que Jennie destaca é que, independentemente do tipo de carteira, a estratégia e o olhar dos analistas são sempre de longo prazo.

Como funciona

Para os investidores, pode não ser simples revisar os investimentos de renda variável todos os meses. Nesse sentido, a carteira automatizada procura facilitar o processo, dispensando o trabalho de monitoramento dos ativos.

Com as carteiras automatizadas, o investidor passa a seguir a estratégia de quem realmente entende do assunto. “Hoje, na XP, temos mais de 50 analistas cobrindo mais de 100 empresas de diversos setores. São pessoas que estão o dia inteiro acompanhando o mercado para identificar as melhores oportunidades”, observa Julio Ricciardi, operador da mesa de renda variável da corretora.

Jennie ainda aponta para o fato de que, no início de um novo mês, o investidor demora até identificar os movimentos e decidir o que fazer. “Até isso acontecer, já passaram alguns dias, e a performance acaba ficando diferente da que calculamos”.

Segundo a estrategista, mesmo que não se consiga replicar exatamente o desempenho dos ativos, a carteira automatizada procura se aproximar o máximo possível. “Isso facilita a vida do investidor, que quer ter essa exposição em nomes que são escolhidos a dedo pelo time da XP”, diz Jennie.

Também chama atenção que nas carteiras automatizadas, o cliente sabe exatamente qual a composição do portfólio recomendado. Além disso, consegue acompanhar todas as movimentações dos ativos.

“Diferentemente do que alguns pensam, as ações não ficam em um fundo, mas na carteira do cliente. Dessa forma, ele tem a visibilidade total dos títulos que estão no seu portfólio”, explica Ricciardi.

Apesar de ter foco no longo prazo, o cliente pode sair da carteira automatizada no momento que quiser. Caso venda o ativo, terá o dinheiro na conta corrente em dois dias úteis.

O custo para os investidores é a taxa de corretagem cobrada sobre o financeiro movimentado. Isso porque a XP não cobra taxas de gestão ou performance, que existem nos fundos de investimento.

“Se o cliente for operar no home broker, pagará um valor fixo por ordem de negociação. Já nas carteiras automatizadas, o valor é cobrado somente sobre os ativos que a XP comprar ou vender”, explica Ricciardi.

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