Ifix completa cinco sessões de baixa e acumula queda de 1,19% na semana

O fundo NCH High Yield (NCHB11) foi o destaque da lista de maiores altas do dia, com elevação de 2,56%

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice dos fundos imobiliários mais negociados da Bolsa – fechou a sessão desta sexta-feira (6) com queda de 0,11%, aos 2.779 pontos. Na sessão anterior, o índice fechou com baixa de 0,20%. Na semana, o indicador acumulou perdas de 1,19%. O fundo NCH High Yield ([ativo=NCHB11]) foi o destaque da lista de maiores altas do dia, com elevação de 2,56%. Confira os demais destaques do pregão ao longo do Central de FIIs.

Em carta mensal da Rio Bravo Investimentos, Anita Scal, diretora de FIIs da gestora, questiona quais os motivos para os persistentes descontos nas cotas dos fundos imobiliários. Para ela, as cotações atuais são boas oportunidades para os investidores de longo prazo.

Com a pandemia da Covid-19, as operações de vários fundos – especialmente no segmento de shoppings e escritórios – foram prejudicadas pelas medidas restritivas do período. O movimento reduziu o dividendo distribuído pelas carteiras e, consequentemente, houve a desvalorização das cotas.

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Nos últimos meses, porém, o segmento imobiliário tem dado fortes sinais de recuperação. No segmento de shoppings, por exemplo, as vendas já superam o período pré-pandêmico. No mercado corporativo, a vacância em regiões como a Nova Faria Lima, em São Paulo (SP), caiu de 8,7% para 4,5% nos últimos quatro trimestres.

De acordo com Anita, o mercado de galpões logísticos – estimulado pelo comércio eletrônico – também apresenta redução da vacância e aumento dos preços dos aluguéis dos imóveis. A melhora, no entanto, não foi acompanhada pelas cotas dos fundos imobiliários, aponta a diretora da Rio Bravo.

Desde o início da pandemia até abril, o Ifix tem queda de 5,36%. Analisados apenas os fundos de tijolo, a perda é de 5,89%, já considerando os dividendos distribuídos no período. Os preços dos FIIs na Bolsa estão nos patamares observados em 2016 e 2017, aponta a carta da Rio Bravo.

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Segundo Anita, fundos imobiliários com imóveis corporativos nas principais regiões de São Paulo são negociados por valores abaixo de R$ 15 mil o metro quadrado, enquanto transações diretas de imóveis semelhantes ocorreram com valores acima de R$ 25 mil o metro quadrado.

“É como se, retirando o ativo imobiliário do FII, fosse possível vendê-lo por um valor superior ao que esse mesmo ativo negocia atualmente na Bolsa”, explica Anita.

Para ela, três fatores podem justificar o descolamento dos valores da Bolsa com os do “mundo real”: a migração dos investidores para aplicações de renda fixa, que estão mais atrativas com os juros elevados; incertezas macroeconômicas; e mesmo o receio com as recentes tensões geopolíticas. Independentemente do motivo do persistente desconto, Anita vê boas oportunidades para o investidor focado no longo prazo.

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“Os fundos imobiliários estão sendo negociados a preços muito atrativos para os investidores que possuem visão de longo prazo, que têm um olhar para o ativo imobiliário e que buscam ganho de capital futuro”, finaliza.

Maiores altas desta sexta-feira (6)

Ticker Nome Setor Variação (%)
[ativo=NCHB11] NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 2,56
BTRA11 BTG Pactual Terras Agrícolas Agro 1,55
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Outros 1,39
URPR11 Urca Prime Renda Outros 1,33
VTLT11 Votorantim Logistica Logística 1,31

Maiores baixas desta sexta-feira (6):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
HGFF11 CSHG FoF Títulos e Val. Mob. -1,63
HFOF11 Hedge Top FoF II Títulos e Val. Mob. -1,36
XPSF11 XP Selection Outros -1,36
FCFL11 Campos Faria Lima Outros -1,24
AIEC11 Autonomy Edifícios Lajes Corporativas -1,2

Fonte: B3

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Fundos da Riza Gestora aprovam novas emissões e querem captar até R$ 150 milhões cada

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

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Arctium Real Estate  (ARCT11) aprova oferta de R$ 150 milhões

O fundo Arctium Real Estate aprovou, nesta quinta-feira (5), a realização da sexta emissão de cotas da carteira, que prevê a captação de até R$ 150 milhões.

O valor unitário das novas cotas foi fixado em R$ 100,20 e a taxa de distribuição será de R$ 3,59, totalizando o preço de subscrição de R$ 103,79.

No fechamento do mercado nesta quinta-feira (5), os papéis do Arctium Real Estate foram negociados a R$ 108,06, com queda de 0,34%.

Os cotistas com posição no final do dia 9 de maio terão direito de preferência na oferta, que poderá ser exercido entre os dias 11 e 23 de maio de 2022. O fator de proporção é 52%.

De acordo com o fato relevante, o recurso captado na sexta emissão de cotas do fundo serão usados para a compra de dois imóveis com as seguintes características:

Fonte: FII Arctium Real Estate

Com uma área bruta locável (ABL) de 170 mil metros quadrados, o Arctium Real Estate tem um portfólio com nove imóveis em cinco Estados.

Em 12 meses, a taxa de retorno com dividendos da carteira está em 18,04%, de acordo com o último relatório gerencial do fundo, classificado como híbrido – que investem em imóveis e certificados de recebíveis imobiliários (CRI).

Segunda emissão de cotas do Riza Akin (RZAK11) também quer captar R$ 150 milhões

O fundo Riza Akin também aprovou nova oferta de ações e planeja captar até R$ 150 milhões, aponta fato relevante divulgado nesta quinta-feira (5).

O valor unitário das novas cotas foi estipulado em R$ 94,22 e a taxa de distribuição da segunda emissão do fundo será de R$ 3,35, totalizando R$ 97,57.

Na Bolsa, as cotas do Riza Akin estão sendo negociadas atualmente na casa dos R$ 98,00.

Os cotistas com posição no final do dia 9 de maio terão direito de preferência na oferta, que poderá ser exercido entre os dias 11 e 23 de maio de 2022. O fator de proporção é 53%.

O Riza Akin é um fundo do tipo “papel” – que investem em títulos de renda fixa – com patrimônio líquido de R$ 282 milhões. No mês passado, a carteira depositou R$ 1,20 por cota, equivalente a um retorno mensal de 1,23%.

Dividendos de hoje

Confira quais são os 23 fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta sexta-feira (6):

Ticker Fundo Rendimento
FTCE11B Opportunity  R$  98,30
SOLR11 Solarium  R$    7,16
FRHY11 Fronteira Multi  R$    1,55
PORD11 Polo Créditos Imobiliários  R$    1,41
IDFI11 Unidades Autônomas  R$    1,30
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Imobiliários  R$    1,28
RZTR11  Riza Terrax  R$    1,25
HSAF11 HSI Ativos Financeiros  R$    1,15
IDGR11 Unidades Autônomas II  R$    1,05
VVPR11 V2 Properties  R$    0,77
EVBI11 VBI Consumo Essencial  R$    0,75
LVBI11 VBI Logístico  R$    0,74
STRX11 Starx  R$    0,71
ABCP11 Grand Plaza Shopping  R$    0,65
BPFF11 Brasil Plural Absoluto FoF  R$    0,65
LASC11 Legatus Shoppings  R$    0,61
HSML11 HSI Malls  R$    0,60
PVBI11 VBI Prime Properties  R$    0,56
SPTW11 Sp Downtown  R$    0,40
HOSI11 Housi  R$    0,36
PLRI11 Polo Recebíveis Imobiliários I  R$    0,21
VGHF11 Valora Hedge Fund  R$    0,13
ARRI13 Átrio Reit Recebíveis Imobiliários  R$    0,07
RURA11 Itaú Asset Rural  R$    0,06

Fonte: InfoMoney

Obs.: Tickers com final diferente de 11 se referem aos recibos e direitos de subscrição dos fundos.

Giro Imobiliário: inflação acima de 10% também em 2022 entra no radar de economistas

A possibilidade de o Brasil registrar uma inflação acima de 10% em 2022, pelo segundo ano seguido (o IPCA fechou 2021 em 10,06%), entrou no radar dos economistas. A previsão vem crescendo em meio a impactos da guerra na Ucrânia, dúvidas sobre o efeito da política de “Covid zero” da China nas cadeias produtivas, aumento dos juros nos Estados Unidos e disseminação das altas de preços no Brasil. O cenário eleitoral aparece como fator de pressão adicional.

Se isso acontecer, será a primeira vez desde o início do Plano Real que o país terá inflação de dois dígitos por dois anos seguidos. Com esse cenário, a taxa de juros básica, elevada pelo Banco Central na quarta-feira (4) para 12,75% ao ano, teria provavelmente de subir acima dos patamares hoje projetados e se manter alta por mais tempo. E começam a voltar os temores de inércia inflacionária e indexação, “doenças” da época da hiperinflação em que as altas de preços passadas se refletiam nos preços futuros e mantinham a inflação em patamares elevados.

O banco BNP Paribas foi o primeiro a elevar oficialmente a projeção do IPCA em 2022 para 10% — o dobro do teto da meta. “Esperamos pressão dos mesmos setores, mas com impacto mais forte e duradouro”, escreveram em relatório Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para América Latina do BNP, e Laiz Carvalho, economista para Brasil da instituição. Já a projeção do BNP Paribas para o IPCA em 2023 subiu de 4,5% para 5% — acima do teto da meta do ano que vem, que é de 4,75%.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.