Israel fecha contas da Binance vinculadas ao Estado Islâmico, mostra documento

O Ministério da Defesa do país disse que encerrou as contas com objetivo de "frustrar as atividades" do grupo extremista, segundo matéria da Reuters

Lucas Gabriel Marins

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A Binance entrou novamente na mira das autoridades de Israel. O governo do país, segundo reportagem publicada pela Reuters na quinta-feira (4), apreendeu 190 contas da exchange, duas delas associadas ao Estado Islâmico e praticamente todas as outras a empresas ligadas ao grupo extremista.

A informação da investida contra a corretora consta em um documento público divulgado pelo Ministério de Defesa do país em janeiro, mas que até agora não havia sido noticiado. Na justificativa, o órgão de defesa isralense disse que encerrou as contas com objetivo de “frustrar as atividades” da organização religiosa conhecida pelos atos de violência.

O documento mostra que, entre as contas bloqueadas, 189 pertencem a três casas de câmbio com sede na Faixa de Gaza, apontadas pelo governo de Israel como “organizações terroristas”. São elas: a Al Mutahadun, a Dubai Company e a Al Wefaq.

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Uma fonte ligada a Al Mutahadun disse à Reuters que o negócio não trabalha “de forma alguma” com criptomoedas ou cooperou com o Hamas, movimento islamista palestino. As outras duas empresas foram procuradas pela agência, mas não responderam.

Em nota divulgada em seu blog, a Binance disse que busca garantir a atuação das autoridades. “Podemos dizer inequivocamente que temos trabalhado em estreita colaboração com as autoridades antiterroristas internacionais nessas apreensões”.

Falou também que não mede esforços para manter os criminosos fora de sua plataforma e que tem um programa robusto de compliance para para combater lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

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A corretora disse ainda que a Reuters está deliberadamente deixando de fora fatos críticos no texto, mas não informou quais seriam eles.

Na mira das autoridades

Não é a primeira vez que a Binance tem problemas com Israel. Em fevereiro de 2022, a exchange teve que interromper operações no país por não ter licença para atuar, conforme reportou na época o site especializado em CoinDesk.

A corretora, considerada a maior do mundo em valor de mercado do setor cripto, também tem problemas com outros países. Nos Estados Unidos, a empresa foi processada pelo Commodity and Futures Trade Commission (CFTC), agência reguladora que supervisiona o mercado de derivativos nos Estados Unidos, por oferta irregular de derivativos.

Leia mais:

No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma investigação para apurar a prática irregular da empresa no mercado de derivativos, conforme revelado com exclusividade pelo InfoMoney. Conforme também reportado em primeira mão, em dezembro, o regulador comunicou ao Ministério Público Federal que a exchange pode ter cometido “crimes de ação penal pública”.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney