Incerteza no ar? Veja 13 ações boas “na saúde e na doença”, segundo especialistas

Em momentos turbulentos, essas ações têm características que podem ajudar a proteger o patrimônio dos investidores

Leonardo Guimarães

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O Ibovespa fechou a semana em alta após surpresa positiva com a inflação brasileira, mas o cenário está longe de recuperar o otimismo do final de 2023. Em dezembro, o índice estava na máxima, a 134 mil pontos, o dólar a R$ 4,83 e havia expectativa de vários cortes nos juros americanos já no primeiro semestre de 2024. Agora, com as projeções de cortes nos EUA para o fim do ano e de Selic alta por mais tempo, como ficam os investimentos em ações?

A reação imediata do investidor parece ser a renda fixa, diante de títulos de renda fixa voltando a pagar juro real acima de 6% ao ano. Mas especialistas alertam: a carteira de ações não deve ficar de lado, e há papéis ideais para momentos de incerteza como este. Confira, a seguir, os papéis considerados opções mais seguras para se expor à Bolsa brasileira agora.

Como identificar ações defensivas?

Antes de entrar na lista de ações recomendadas para o momento turbulento, é preciso saber o que são papéis defensivos. Algumas características são típicas desses ativos: “receita constante, pouca variação na margem de lucro, pagamento de dividendos e previsibilidade de lucros” são algumas citadas por Frederico Nobre, head de análise de investimentos da Warren. 

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Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, também lembra de empresas posicionadas em setores com grandes barreiras de entrada, que “dificilmente vão perder marketshare” e companhias que oferecem serviços essenciais, úteis independentemente do ciclo econômico que o país vive.

Alguns setores já estão na ponta da língua dos analistas ao falar sobre ações defensivas. As empresas de energia elétrica, que oferecem um serviço essencial, conseguem reajustar os preços conforme a inflação e têm contratos de concessão longos (o que significa previsibilidade de caixa por muito tempo) são frequentemente citadas como defensivas. O setor de saneamento básico também entra na lista de preferências, assim como bancos e empresas de telecomunicações

Há, porém, um alerta: mesmo se expondo a setores defensivos, a diversificação continua sendo importante. “Às vezes o investidor acha que está sendo defensivo, mas todas as ações da sua carteira pertencem ao mesmo setor, ou a setores que têm forte correlação”, diz Isabel Lemos, gestora de renda variável do Fator. 

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Nesse sentido, é importante ter empresas de setores diferentes para não ser pego por algum evento que atinge um grupo específico de companhias e, ainda, observar os efeitos que movimentos de juros, crescimento econômico e inflação têm em cada setor para que o cenário macroeconômico não impacte a carteira de maneira uniforme. 

Em quais ações investir?

Setor elétrico

No setor elétrico, a Warren tem preferência pela Engie (EGIE3): “paga dividendos, trabalha com geração, distribuição e transmissão e acreditamos que tem oportunidade de valorização interessante com risco e volatilidade baixos”, explica Nobre.

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Os analistas ainda citaram a CPFL (CPFE3), que “historicamente, é a que mais paga dividendos”, segundo Haag, além de Copel (CPLE6) e Equatorial (EQTL3), que “faça chuva ou faça sol, as pessoas precisarão utilizar seus serviços”, como explica Caio Schettino, head de alocações da Criteria. 

Bancos

Na área de bancos, o Itaú (ITUB4) é um dos queridinhos: “é o maior banco da América Latina, tem carteira de alta qualidade e vem entregando rentabilidade boa, mesmo com desafios que temos hoje no mercado de crédito”, justifica o especialista da Warren. Para a Criteria, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) também têm um bom ponto de entrada atualmente. 

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Telecom

Em telecomunicações, Vivo (VIVT3) e Tim (TIMS3) são vistas como boas oportunidades por Warren e Guide. Para Haag, a diferença entre as duas é pequena e ambas podem proteger a carteira do investidor. 

Papel e celulose

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No setor de papel e celulose, a Suzano (SUZB3) ganha da concorrente Klabin (KLBN11) nas recomendações. “A Suzano tem o menor custo de produção, o que sempre a manterá operacional, independentemente do preço da celulose”, diz Mateus Haag. 

Receita em dólar

Fugindo um pouco das recomendações tradicionais, Nobre ainda cita a operadora de logística portuária Wilson Sons (PORT3): “tem receita perene, dolarizada e faz sentido nas atuais condições de mercado”. Ainda no campo das empresas com receita em dólar, a Embraer (EMBR3) e JBS (JBSS3) também podem entrar nas carteiras mais defensivas, segundo os especialistas.