FII negocia venda de loja alugada ao Pão de Açúcar por R$ 36 milhões e sinaliza dividendos extraordinários

E mais: 4 fundos distribuem dividendos hoje; nova emissão de cotas do XPML11; RECT11 fecha nova locação e vacância do fundo cai para 9,77%

Wellington Carvalho

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O FII TRX Real Estate (TRXF11) assinou compromisso para a venda de um imóvel locado pela Companhia Brasileira de Distribuição – controladora do Grupo Pão de Açúcar – em Indaiatuba, no interior de São Paulo. O negócio está avaliado em R$ 36,3 milhões, aponta fato relevante divulgado pela carteira.

Pelo acordo, o cronograma de pagamento prevê uma parcela de R$ 25,4 milhões na assinatura da escritura do imóvel de 3,6 mil metros quadrados. O saldo remanescente será dividido em 12 vezes mensais e consecutivas de R$ 907 mil.

No comunicado ao mercado, o fundo de renda urbana – que investe em imóveis comerciais – pondera que a negociação ainda está condicionada à superação das condições previstas no contrato.

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No texto, a equipe de gestão reforça ainda que a transação está em linha com a atual estratégia do TRXF11 e sinaliza também a possibilidade de dividendos extraordinários com o ganho de capital apurado na transação.

“[O negócio] vai ao encontro da estratégia de aproveitar boas oportunidades para realizar a venda de imóveis com ganho de capital, distribuição de lucros extraordinários aos seus cotistas e geração de caixa para reinvestimento”, destaca o documento.

Segundo cálculos dos gestores, o valor de venda do imóvel locado para o Grupo Pão de Açúcar em Indaiatuba é 5,89% maior do que o sugerido no último laudo de avaliação.

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Descontando custos de aquisição, impostos e despesas relacionadas ao espaço, a estimativa de lucro no negócio é de R$ 5,165 milhões – equivalente a R$ 0,43 por cota.

Antes da transação, o TRXF11 contava com 51 imóveis localizados em 13 Estados. Juntos, os espaços somam uma área bruta locável de 494 mil metros quadrados. O patrimônio líquido é de R$ 1,2 bilhão.

No último dia 15, o fundo depositou aos seus mais de 91 mil investidores R$ 0,85 por cota, montante equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,80%. Em 12 meses, o percentual está em 10,38%.

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Ifix hoje

Na sessão desta terça-feira (23), o Ifix –  índice dos fundos imobiliários mais negociados da Bolsa – fechou com alta de 0,15%, alcançando 3.005 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Maiores altas desta terça-feira (23):

Ticker Nome Setor Variação (%)
TEPP11 Tellus Properties Lajes Corporativas 4,04
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. 3,07
RBRP11 RBR Properties Híbrido 3
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 2,39
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística 2,23

Maiores baixas desta terça-feira (23):

Ticker Nome Setor Variação (%)
XPML11 XP Malls Shoppings -1,71
BRCO11 Bresco Logística Logística -1,44
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios -1,02
CYCR11 Cyrela Crédito Títulos e Val. Mob. -1,01
PVBI11 VBI Prime Properties Lajes Corporativas -0,86

Fonte: B3

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Nova emissão de cotas do XPML11; RECT11 fecha nova locação e vacância do fundo cai para 9,77% e mais assuntos

XPML11 quer captar R$ 200 milhões em nova oferta

O FII XP Malls aprovou a realização da oitava emissão de cotas do fundo, que pretende captar até R$ 200 milhões, conforme aponta fato relevante divulgado pela carteira.

Segundo o documento, o valor unitário das novas cotas foi fixado em R$ 98,60 e a taxa de distribuição será de R$ 1,05, totalizando um preço de subscrição de R$ 99,65.

Na abertura do mercado nesta terça-feira (23), os papéis do XPML11 eram negociados por R$ 101,50. O valor patrimonial do fundo – espécie de preço justo – está atualmente em R$ 98,77 por cota, de acordo com dados do StatusInvest, plataforma de informações financeiras.

Cotistas com posição no final da sessão desta quinta-feira (25) terão direito de preferência na oferta, que poderá ser exercido entre os dias 29 de maio e 9 de junho de 2023. O fator de proporção é de 9,5%.

Com patrimônio líquido de R$ 2,1 bilhões, o XP Malls atua no segmento de shopping e conta 12 empreendimentos no portfólio, somando uma área bruta locável (ABL) de 150 mil metros quadrados.

RECT11 fecha locação em Santos e vacância do fundo cai para 9,77%

O FII REC Renda Imobiliária assinou contrato com a Norcoast Logística para a locação de duas salas do 16º pavimento do Bloco B do condomínio Parque Ana Costa, em Santos, no litoral de São Paulo.

Conforme comunicado do fundo ao mercado, os espaços representam uma área de 827 metros quadrados e o prazo do novo vínculo é de 36 meses.

Com a chegada da Norcoast Logística, a taxa de vacância da carteira cairá de 10,6% para 9,77%, de acordo com cálculos da equipe de gestão do fundo.

Apesar da redução do espaço desocupado, o REC Renda Imobiliária informa que, inicialmente, o novo contrato não influenciará a distribuição de dividendos.

O portfólio do RECT11 é composto por nove imóveis localizados no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e no Paraná. Juntos, os espaços somam uma área bruta locável (ABL) de quase 93 mil metros quadrados.

Quem quer os imóveis do PATC11? Venda de quase R$ 60 mi envolve potencial conflito de interesse; entenda

O FII de escritórios Pátria Edifícios Corporativos (PATC11) convocou uma assembleia geral extraordinária (AGE) no dia 6 de junho para discutir a venda da participação do fundo no edifício The One, próximo da região da avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo (SP), área nobre para o segmento de lajes corporativas.

A fração da carteira no imóvel corresponde às unidades 31, 32, 33, 34, 51 e 52 – aproximadamente 1.826 metros quadrados. Os espaços estão atualmente no radar de dois fundos imobiliários.

O primeiro interessado nas seis unidades do The One é o VBI Prime Properties (PVBI11), que ofereceu R$ 57,53 milhões, equivalente a R$ 31.500 por metro quadrado. Antes de analisar os números, no entanto, os cotistas terão de avaliar o conflito de interesse na eventual transação.

Isso porque tanto o PATC11 como o PVBI11 são geridos pela mesma empresa, a VBI Real Estate. Antes de iniciar uma negociação, os fundos vão consultar o entendimento dos investidores sobre o tema – primeiro item que será discutido na AGE marcada para o início do mês que vem.

“Deliberar, nos termos do artigo 34 da Instrução CVM nº 472, sobre a aprovação do conflito de interesses envolvendo PVBI11 e o PATC11, ambos geridos pela gestora acima qualificada, acerca da possibilidade de aquisição pelo PVBI11 da totalidade das unidades e demais direitos titulados em relação ao edifício The One”, confirma o documento de convocação da assembleia.

Arthur Vieira de Moraes, especialista de fundos imobiliários do Clube FII, explica que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) não proíbe operações com conflitos de interesses, mas condiciona a transação à aprovação dos cotistas – neste caso, com quórum qualificado, ou seja, no mínimo 25% das cotas.

“Na AGE, o gestor expõe o conflito e os motivos pelos quais entende que a operação será vantajosa para o fundo”, explica. “Os cotistas vão avaliar as questões como preço e condições de pagamento da transação ou se os imóveis são condizentes com o perfil do fundo comprador”, completa Moraes.

O entendimento sobre o conflito de interesse também será válido para a proposta feita pelo PVBI11 para a aquisição da participação do PATC11 no Vila Olímpia Corporate, imóvel também localizado em região nobre da capital paulista.

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta terça-feira (23):

Ticker Rendimento Rentabilidade
ELDO11B  R$   6,97
MCHY11  R$   1,40 1,26%
RBRX11  R$   1,17 1,34%
SIGR11  R$   1,20

Fonte: StatusInvest

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Giro Imobiliário: Minha Casa Minha Vida volta a animar construtoras de baixa renda, mas julgamento sobre correção do FGTS preocupa

O crescimento ou a manutenção de margens atrativas entre as construtoras de baixa renda listadas na Bolsa vai passar, necessariamente, daqui para frente, pelas novas regras, que devem ser anunciadas pelo Governo, do remodelado programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Até perder tração nos últimos governos, o MCMV era uma grande fonte de receita para as companhias que atuam neste nicho. Tanto que os executivos de MRV (MRVE3), Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3) traçaram perspectivas positivas em relação ao novo modelo a ser apresentado.

Para Rafael Menin, co-CEO da MRV, a expectativa do setor é pelo reajuste do teto dos subsídios para as construções destinadas à baixa renda. Isso, segundo ele, seria um “vento de cauda na recuperação operacional da companhia”, atordoada em recuperar as margens históricas perdidas de 2021 para cá.

No entanto, o setor demonstra preocupação com uma possível mudança do índice de remuneração do FGTS, que afetaria contratos habitacionais feitos no âmbito do programa, em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa ação, inclusive, vem travando a apresentação do pacote.

Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, avalia que a mudança na correção do índice de reajuste impactaria de forma relevante os mutuários de baixa renda do Minha Casa, Minha Vida.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.