Ifix fecha com queda de 1,73%, maior recuo em um único pregão desde junho de 2021

Dos cinco fundos mais citados por dez corretoras monitoradas mensalmente pelo InfoMoney, apenas um tem desempenho positivo no mês

Mariana Segala Katherine Rivas

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O Ifix – principal índice de fundos imobiliários da B3 – registrou nesta quinta-feira (17) uma queda de 1,73%, cotado aos 2.864 pontos. Foi a maior queda em um único pregão desde o de 25 de junho do ano passado, quando o Ifix recuou 2,02%.

Apenas quatro fundos dos que compõem o Ifix tiveram alta: FEXC11, XPPR11, CPFF11 e CACR11. O destaque entre as quedas ficou com o BLMR11, fundo de fundos da BlueMacaw.

O desempenho desta quinta-feira foi ainda mais profunda que a do Ibovespa, que fechou com baixa de 0,49%, mais uma vez refletindo preocupações com a condução da política fiscal no próximo governo. A PEC da Transição, apresentada ao Senado, retirou o Bolsa Família do Teto de gastos, conforme o esperado, e recebeu uma enxurrada de críticas dos agentes do mercado.

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Maiores altas desta quinta-feira (17):

Ticker Nome Setor Variação (%)
FEXC11 BTG Pactual Fundo de CRI Títulos e Val. Mob. 1,05
XPPR11 XP Properties Lajes Corporativas 0,53
CPFF11 Capitânia Reit Híbrido 0,21
CACR11 Cartesia Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. 0,08

Fonte: B3

Maiores baixas desta quinta-feira (17):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
XPIN11 XP Industrial Logística -3,63
XPLG11 XP Log Logística -3,67
SPTW11 SP Downtown Lajes Corporativas -4,21
MALL11 Malls Brasil Plural Shoppings -4,60
BLMR11 Bluemacaw Renda+ FOF FoF -5,26

Fonte: B3

O mês de novembro não tem sido simples para o segmento de fundos imobiliários. O Bresco Logística (BRCO11), o mais recomendado em novembro pelas dez corretoras e casas de análise monitoradas mensalmente pelo InfoMoney, acumulava perdas de 5,23% neste mês, até quarta-feira (16). No ano, o fundo mantém uma alta de 7,40%.

De modo geral, novembro não tem sido um mês positivo para o segmento de FIIs. O Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3, recuava 2,67% no mesmo período. Pesam as indefinições sobre a política econômica do novo governo federal, o que eleva a percepção de risco fiscal do País – e piora o cenário para os juros.

Os fundos imobiliários são sensíveis às variações de juros, porque, embora sejam ativos de renda variável, “concorrem” com os de renda fixa em certa medida. Quando as taxas sobem, ocorre uma tendência de migração dos recursos alocados em FIIs para papéis como títulos públicos e CDBs, entre outros.

Dos FIIs mais recomendados para novembro, a queda do BRCO11 é a mais pronunciada – mas não a única. Outros três fundos também acumulam perdas. O CSHG Renda Urbana (HGRU11), por exemplo, cai 2,76%, enquanto o Capitânia Securities II (CPTS11) recua 1,95%.

A menor queda acumulada no mês, de 1,11, é a do Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11). Já o CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11) é o único que sobe em novembro, 1,66%.

Todos os FIIs mais recomendados sobem no acumulado de 2022. Confira os detalhes abaixo:

Ticker Fundo Segmento Recomendações Retorno em novembro (%) Retorno em 2022 (%)
BRCO11 Bresco Logística Logística 8 -5,23 7,40
HGCR11 CSHG Recebíveis Imobiliários Recebíveis 6 1,66 11,06
KNCR11 Kinea Rendimentos Imobiliários Recebíveis 6 -1,11 9,03
HGRU11 CSHG Renda Urbana Híbrido 5 -2,76 12,05
CPTS11 Capitânia Securities II Recebíveis 4 -1,95 3,80
IFIX -2,57 3,90

Fonte: Corretoras e Economatica. Dados acumulados até 16/11/22.

LRDI11 finaliza 2ª chamada de capital; BMLC11 vai pagar R$ 0,28 por cota após multa rescisória; LIFE11 anuncia terceira emissão

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

LRDI11 finaliza 2ª chamada de capital de R$ 4,250 milhões

O fundo Leblon Realty Desenvolvimento (LRDI11) anunciou por meio de fato relevante que fez a segunda chamada de capital da sua primeira emissão de cotas na quarta-feira (16).

Nessa chamada de capital, serão integralizadas 42.500 cotas, equivalente ao valor de R$ 4,250 milhões – que corresponde as cotas subscritas.

A liquidação da segunda chamada de capital está prevista para 23 de novembro de 2022. Ainda ontem o fundo enviou e-mails para cada cotista com informações sobre os valores a serem recebidos e outros detalhes da integralização.

BMLC11 recebe multa rescisória e vai pagar R$ 0,28 por cota

O fundo BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) comunicou aos seus cotistas a saída da Exxon Mobil de um dos imóveis alugados no Condomínio do Edifício Rio Sul Center, localizado no Rio de Janeiro. A companhia ocupava as salas nº 2103, 2104, 2105, 2106 e 2107.

A saída deu lugar a uma multa rescisória de R$ 282,494 mil, por conta da saída antecipada antes do fim do contrato. Com este pagamento, a distribuição de rendimentos do fundo será beneficiada em R$ 0,28 por cota. O valor será recebido pelos cotistas ao longo do semestre.

A gestora do fundo informou ainda que o espaço foi locado para a Cnooc Petroleum.

LIFE11 anuncia terceira emissão de até R$ 60 milhões

O Life Capital Partners (LIFE11) anunciou a 3ª emissão de cotas do fundo. A oferta será restrita, destinada exclusivamente aos atuais cotistas do fundo, que tenham posição “data com” no dia 21 de novembro de 2022.

Estes investidores poderão participar da oferta restrita, no período de preferência, subscrição das sobras e montante adicional independente da sua qualificação. Já após esse período, o saldo de cotas será destinado aos cotistas do fundo que são investidores profissionais – com pelo menos R$ 10 milhões investidos.

Serão emitidas 6,031 milhões de novas cotas, pelo valor unitário de e R$ 9,95. O valor da oferta será de até R$ 60 milhões.

Os cotistas poderão subscrever as novas cotas de 24 de novembro até 07 de dezembro. A proporção é de 0,57269958 novas cotas pelo número de cotas já detidas na data com.

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem rendimentos nesta quinta-feira (17):

Ticker Fundo Rendimento
CCME11 CANUMA CAPITAL 0,85
RVBI11 VBI REITS FOF 0,75
CVBI11 VBI CRI 0,66
BLCA11 BLUEMACAW CATUAÍ 0,56

Giro imobiliário: vai ou não vai ter tributação sobre os fundos imobiliários?

Imposto de Renda nos FIIs? “Se houver isenção, ótimo. Se não, é vida que segue”, diz Arthur Vieira de Moraes

A possibilidade de tributação dos dividendos dos fundos imobiliários é um fantasma que assombra investidores e interessados nesse mercado especialmente de 2021 para cá. Atualmente, os dividendos são isentos de Imposto de Renda. Mas há discussões sobre reforma tributária realizadas nos últimos anos que têm colocado esse benefício fiscal em xeque. E diante de um novo governo federal que tomará posse em 2023, os temores afloraram.

Esse é um dos pontos que foram abordados no Liga de FIIs, programa produzido pelo InfoMoney, que teve a participação de Arthur Vieira de Moraes, professor de finanças e um dos principais especialistas em fundos imobiliários do País, de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, de Thiago Otuki, economista do Clube FII, com a mediação de Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney.

Para Moraes, o problema não é a tributação em si, e sim os juros altos, que atrapalham os fundos imobiliários e a economia brasileira. “A tributação vai acontecer um dia. Não dá para saber quando ou em qual governo, mas vai. As microrreformas acontecem em todo momento”, disse.

E se os fundos de investimento imobiliário perderem a isenção? O especialista diz que haveria uma correção de preços. Mas ressalta que todos os outros atrativos permaneceriam. Ele faz uma comparação entre o LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e o CDB (Certificado de Depósito Bancário) para exemplificar.

“Se a LCI não for isenta, não há diferença nenhuma desse papel para um CDB. Se a LCI perder a isenção, perde também a razão de existir. Mas se um fundo imobiliário não tiver mais a isenção de Imposto de Renda, continua sendo um ativo, um veículo de investimento que oferece boas oportunidades”, diz Moraes.

Ele detalha que os FIIs podem dar acesso ao investidor, por exemplo, a uma rede de galpões de logística, a shoppings ou até a imóveis residenciais. E lembra que não é possível replicar o fundo. “Muita gente não teria acesso a essas opções se não fossem esses fundos. Se houver isenção de Imposto de Renda, ótimo. Se não tiver, bom, é vida que segue”.

Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney