De saída do Inter (BIDI11), fundo Ponta Sul do “Monstro do Leblon” teve perdas de quase 22% em janeiro

Seu patrimônio líquido começou 2022 em R$ 1,4 bi, e 5 dias depois caiu a R$ 790 milhões; últimos dados apontam que estacionou em R$ 1 bi
Fonte: Divulgação

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Apenas nos primeiros 12 dias de janeiro, o fundo Ponta Sul – gerido por Flávio Calp Gondim, conhecido como o “Monstro do Leblon” – registrou perdas de quase 22%, segundo dados compilados pela Economatica, provedora de informações financeiras.

Seu patrimônio líquido começou 2022 em R$ 1,4 bilhão. Cinco dias depois, havia caído quase à metade, para R$ 790 milhões. Os dados mais recentes apontam que estacionou em R$ 1 bilhão.

A carteira ganhou espaço nas conversas do mercado na última semana por estar se desfazendo de ações do Banco Inter (BIDI11). O movimento, que coalhou o pregão da B3 com os papéis do banco digital, ajudou a jogar seus preços ainda mais para baixo nos últimos dias.

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A participação do Ponta Sul no capital do Inter, que era de cerca de 11,79%, foi reduzida para 7,37%, segundo divulgou o banco na terça-feira (11).

Mais vendas de Inter (BIDI11)

Na manhã desta sexta-feira (14), as ações do Inter entraram em leilão por volta das 11h, e operadores do mercado avaliavam que um novo lote dos papéis poderia ser vendido.

Após voltarem à negociação, os papéis do banco disparam, registrando, por volta das 15h45, altas de +5,93% (BIDI11); +2,52% (BIDI4); e +5,4% (BIDI3).

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Segundo o Brazil Journal, no leilão desta manhã, as novas vendas do “Monstro do Leblon” teriam movimentado cerca de R$ 700 milhões. Conforme a publicação, o leilão teria começado com 20 milhões de units (BIDI11), a R$ 19, sendo que no final o Ponta Sul teria vendido 30 milhões de units, cada uma a R$ 23,50.

Cabe lembrar que no início do lockdown gerado pela decretação da pandemia da Covid, em março de 2020, o fundo Ponta Sul chegou a desabar 80%.

Quem é o Ponta Sul?

O Ponta Sul é conhecido pela política de investimentos arrojada, que envolve um elevado grau de alavancagem e resulta em grande volatilidade para a carteira.

Segundo informações reportadas à CVM, as operações do fundo no mercado de derivativos não têm um limite pré-estabelecido, assim como a alavancagem e a tomada de ativos financeiros em empréstimo.

Enquanto, nos últimos 12 meses, o Ibovespa registrou um índice de volatilidade na casa de 20, o do Ponta Sul foi de quase 130, conforme os cálculos da Economatica.

A última carteira do Ponta Sul aberta aos órgãos reguladores, de setembro de 2021, indicava que as units do Banco Inter eram a maior posição do fundo, somando mais de R$ 4 bilhões à época.

Também compunham o portfólio operações (a termo e à vista) com outros papéis, como Ambipar, Bemobi e Viveo.

O Ponta Sul terminou 2021 com perdas de 56%. Em 2020, as cotas já haviam desvalorizado outros 50%, em meio aos solavancos causados pelos primeiros impactos da pandemia de coronavírus no mercado.

Ações do Inter

Apesar da alta do pregão desta sexta-feira, as units do Inter acumulam desvalorização de 15,95% neste ano. Já nos últimos doze meses, a queda atinge 45,12%.

Há pouco mais de um mês, o Inter teve que abortar uma reestruturação societária que previa, ao final do processo, a listagem de suas ações na bolsa americana Nasdaq.

Na ocasião, o banco informou ao mercado que seguiria com o plano, “envidando seus melhores esforços para dar continuidade ao processo de reorganização societária”.

A desistência da listagem aconteceu após mais de 10% de sua base optar por receber um “cash-out“, de até R$ 2 bilhões, condição que poderia levar a empresa a cancelar o movimento.

Adicionalmente, a empresa destacou o cenário adverso do mercado de capitais como outro fator da desistência, nos termos previstos inicialmente da reestruturação.

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Mariana Segala

Editora-executiva do InfoMoney