“Data com”: confira as datas de corte para investir em ações em março e ganhar com dividendos

Na lista de março, há empresas como Vale, Banco do Brasil, Gerdau e JHSF

Katherine Rivas

Publicidade

Este conteúdo será atualizado ao longo do mês com novas empresas, conforme forem anunciados os seus proventos.

A partir desta terça-feira (7), 19 empresas têm “data com” – ou datas de corte – programadas para março. O investidor que quiser garantir o recebimento de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP) anunciados por essas companhias deverá ter as ações em carteira até lá. A partir da “data-ex”, quem comprar os papéis não faz mais jus aos proventos.

Na lista de março, há empresas como Vale (VALE3), Banco do Brasil (BBAS3), Gerdau (GGBR4) e JHSF (JHSF3).

GRATUITO

CURSO DE DIVIDENDOS

Descubra o passo a passo para viver de dividendos e ter uma renda mensal; começando já nas próximas semanas

Lembrando que os dividendos não sofrem tributação do Imposto de Renda. Já no caso do JCP, é descontada uma alíquota de 15% sobre o valor bruto pago pelas empresas.

Datas importantes para viver de renda

Quem investe em ações com o objetivo de obter renda passiva deve ficar atento a dois conceitos importantes: “data com” e  “data ex”.

A “data com” indica qual é o último dia em que o investidor deve possuir uma ação para receber os proventos anunciados, explica Sergio Biz, analista e sócio do GuiaInvest.

Continua depois da publicidade

Se compra e mantém os papéis em carteira até a “data com”, o investidor receberá os valores na data combinada. Se o acionista vende as ações antes da “data com” ou compra os papéis depois dela, não fará jus aos proventos anunciados na ocasião.

Já a “data ex” representa o momento em que o investidor deixa de ter direito aos proventos. Nesta data, o preço das ações sofre um reajuste descontando o valor dos proventos. Isso ocorre porque o dinheiro distribuído na forma de dividendos ou JCP sai do caixa da empresa.

Um erro comum entre investidores, que deve ser evitado, é comprar uma ação que vai pagar dividendos até a “data com” e vendê-la na “data ex”, acreditando estar ganhando os dividendos de graça – na verdade, sairá no zero a zero.

Continua depois da publicidade

Vale ainda vai pagar bons dividendos?

Um dos destaques desta mês é da mineradora Vale (VALE3), que pagará dividendos de R$ 1,83 por ação no dia 22. A data de corte para garantir o provento é na próxima segunda-feira (13).

A empresa, que já figurou entre as maiores pagadoras de dividendos do mundo, hoje é motivo de dúvidas entre os investidores. A companhia ainda oferece proventos considerados atrativos, mas perdeu espaço entre os maiores retornos (dividend yield).

Globalmente, a Vale já não está no topo do ranking. Em levantamento da gestora Janus Henderson, a mineradora ficou na 32ª posição entre as maiores pagadoras do mundo em 2022; em 2021, era a oitava da lista.

Continua depois da publicidade

No Brasil, a história se repete: a Vale ficou na 18ª posição entre as 20 maiores pagadoras da B3 em 2022.

Niels Tahara, head de análise fundamentalista da Benndorf Research, acredita que a Vale ainda tem espaço para uma boa remuneração neste ano, por conta do aumento nos preços do minério de ferro – que, em sua visão, devem ficar em uma média de US$ 115 a tonelada, beneficiando os resultados e os proventos da empresa.

Outro fator é a reabertura da economia chinesa, com o fim da política de Covid zero. E preços de minério mais altos praticados pela companhia, por conta do foco na qualidade do produto.

Continua depois da publicidade

“Mantemos a recomendação de compra por estes motivos, além da expectativa de venda da participação da Vale na unidade de metais básicos, que possui grande potencial para destravar valor para a companhia”, afirma Tahara.

Ele cita que o endividamento da mineradora é considerado baixo, de US$ 14,14 bilhões, o que reforça a crença de que a Vale vai focar no retorno aos acionistas em 2023, seja via dividendos ou recompra de ações.

Embora tenha uma visão positiva, Tahara reconhece que há dúvidas sobre o longo prazo. Ele destaca que é preciso monitorar variáveis como preço do minério, projetos de descarbonização e a recuperação da China. A recomendação da Benndorf Research é de compra, com preço-teto de R$ 105 e a expectativa de um dividend yield de 8,5% para 2023.

Continua depois da publicidade

Fábio Sobreira, analista CNPI-P da Ivest Consultoria de Investimentos, é menos otimista. Embora projete um dividend yield de 8% neste ano, não recomenda a mineradora para estratégias de dividendos. Isso em função da forte dependência dos preços do minério e da China, que geram volatilidade nos resultados e no desempenho das ações.

“Acredito que os resultados do balanço do quarto trimestre vieram em linha com o esperado, mas o mercado já está precificando as incertezas em torno ao minério de ferro”, comenta.

O lucro da Vale em 2022 – de R$ 95,9 bilhões – foi o terceiro maior da história entre as empresas listadas na B3. Mas para Sobreira, foi um ponto fora da curva, que poderá ser corrigido no futuro.

Para quem insiste em investir no setor, Sobreira prefere a Bradespar (BRAP4), holding que investe na Vale, mas apresenta uma relação de preço e lucro (P/L) mais favorável. “A Bradespar deve pagar mais de 10% de dividend yield neste ano”, destaca.

Confira abaixo a lista completa de “data com” de março:

Terça-feira (7)

Irani (RANI3)

Segunda-feira (13)

Banco do Brasil (BBAS3)

Vale (VALE3)

Terça-feira (14)

Gerdau (GGBR3; GGBR4)

Metalúrgica Gerdau (GOAU3; GOAU4)

Lavvi (LAVV3)

Quarta-feira (15)

Cambuci (CAMB3)

Quinta-feira (16)

JHSF (JHSF3)

Sexta-feira (17)

M.Dias Branco (MDIA3)

Segunda-feira (20)

Romi (ROMI3)

Energisa Mato Grosso (ENMT3;ENMT4)

Terça-feira (21)

Energisa (ENGI11;ENGI4;ENGI3)

Lojas Renner (LREN3)

Rede Energia (REDE3)

Quinta-feira (23)

Bemobi (BMOB3)

 Eztec (EZTC3)

Itaú (ITUB3;ITUB4)

 Sexta-feira (24)

Metisa (MTSA3; MTSA4)

 Sexta-feira (31)

Banco Banestes (BEES3BEES4)

Banco Itaú (ITUB3ITUB4)

Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.