Com nova elevação da Selic, fundos que vão além da renda fixa tradicional ganham espaço nas recomendações

Fundos imobiliários com preços descontados, além de multimercados focados em estratégias quantitativas são alguns dos exemplos sugeridos por especialistas

Bruna Furlani

(Shutterstock)

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Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a Selic para 10,75% ao ano na reunião desta quarta-feira (2), patamar que não era alcançado desde julho de 2017, alguns investimentos tendem a se beneficiar.

Para além da renda fixa tradicional, o momento também é considerado positivo para os fundos que apresentam um pouco mais de risco, oferecendo uma perspectiva de retorno superior ao da taxa do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), referência de rentabilidade na renda fixa. Um exemplo são os fundos de crédito privado, que voltaram a brilhar com a elevação da taxa Selic.

Há espaço ainda para aplicações em fundos multimercados, especialmente os quantitativos e os que adotam estratégias conhecidas como “long short” de ações. Essas carteiras apostam em pares de ações, com posições simultâneas compradas e vendidas. Tanto podem ter exposição líquida comprada (acreditando na alta dos papéis) quanto vendida (apostando na desvalorização), a depender do cenário do gestor.

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Destaque também para fundos imobiliários, que estão com preços descontados para investidores que possuem horizontes de investimento de médio e longo prazo.

Fundos multimercados e de crédito

A elevação abrupta dos juros em 2021, de 2% para 9,25% ao ano, juntamente com surpresas negativas na Bolsa e no câmbio foram os três maiores detratores da performance de fundos multimercados no ano passado.

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Embora as perspectivas sigam desafiadoras para essa classe de fundos, eles não devem ficar de fora das carteiras. Diante do momento mais conturbado, a Tag Investimentos possui hoje alocação em dois fundos que adotam estratégia “long short de ações”, um da gestora Solana Capital e outro da RPS Capital.

Kawa também diz que há opções focadas em estratégias macro, como o fundo SPX Nimitz Master FIM, além de produtos com enfoque quantitativo (que fazem a gestão da carteira a partir do uso de algoritmos). Os quantitativos, afirma, costumam ter bom desempenho bem em momentos de grande volatilidade, pois conseguem “prever” movimentos fortes de compra e venda que geram grande oscilação de preços. Entre os nomes que a casa possui hoje estão fundos da gestora Giant Step Capital, além da Kadima Asset.

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Além dos multimercados, outra alocação que ganha tração com a subida de juros é em fundos de crédito privado. Após meses de forte retorno em 2021, a expectativa é de que a rentabilidade nominal continue forte porque o CDI está alto e porque os rendimentos gerados diariamente até a sua data de vencimento estão bons, explica o diretor da Tag.

Mas é fato que o espaço para o recuo dos spreads – como é chamado o retorno adicional obtido em uma aplicação, em relação a investimentos mais conservadores – é menor, destacou Kawa. O movimento de redução dos spreads proporcionou boa parte dos ganhos para os fundos de crédito no ano passado.

Além do retorno, o investidor precisa ter atenção ao prazo de resgate dos fundos. Segundo Mariana Fenelon, gestora de renda fixa da Inter Asset, as gestoras costumam aumentar ou diminuir a alocação em caixa dos fundos para honrar os resgates, à medida em que o prazo para resgatar sobe ou cai.

A executiva explica que nos fundos com resgate em D+1 (no dia útil seguinte ao pedido), cerca de 30% da alocação fica em caixa. Já nos fundos com resgate em D+30 (que levam até 30 dias para realizar o pagamento ao investidor) a posição em caixa é menor.

Com isso, entre os fundos D+1, o investidor consegue acessar produtos que oferecem retorno na faixa de CDI + 0,80% ou CDI +1%. Já nos de prazo mais alongado, as gestoras costumam procurar entregar rentabilidades em torno de CDI +1,30%.

“Para o investidor que não precisa do investimento em dia, fundos de crédito privado com prazo de resgate mais longo, em D+30, podem ter um upside [chance de valorização] maior e mais interessante”, destaca Mariana.

Foco nos descontos dos fundos imobiliários

Mesmo em um cenário menos favorável para fundos imobiliários, que costumam ser negativamente afetados em ambientes de juros altos, essa classe de ativos não deve ficar completamente fora dos portfólios.

A Inter Asset, por exemplo, recomenda alocação em fundos imobiliários que pode ir de 5% (para carteiras com perfil conservador) até 15% (para perfis arrojados). Em relatório, Rafaela Vitoria, economista-chefe da casa, destaca que fundos de “tijolo” estão negociando abaixo do valor patrimonial e ainda com elevadas taxas de vacância, o que pode representar uma oportunidade de valorização.

Fundos de “tijolo” são os que investem diretamente nos imóveis físicos. Segundo Rafaela, é de se esperar uma correção dos aluguéis ao longo do ano, o que pode impulsionar os dividendos dessas carteiras.

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Já no caso dos fundos de “papel” – que investem em ativos financeiros ligados ao setor imobiliário – a economista observa que não há grande potencial de ganho de capital, já que vários negociam a 100% do valor patrimonial. Porém, a remuneração da carteira deve gerar dividendos robustos, além da correção pela inflação, que deve seguir elevada.

Na carteira recomendada de fundos imobiliários deste mês do Itaú BBA, por exemplo, metade dos fundos estão relacionados a ativos financeiros, como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e a outra metade é de fundos de “tijolo”.

Entre as recomendações estão nomes como o CSHG Renda Urbana (HGRU11), Vinci Logística (VILG11), Bresco Logística (BRCO11), VBI Logística (LVBI11), RBR Properties (RBRP11), Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11), CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11), Kinea Índice de Preços IQ (KNIP11) e Kinea High Yield IQ (KNHY11).

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