Ações descontadas, commodities e hedge foram as apostas dos melhores fundos multimercados pelo ranking InfoMoney-Ibmec

Fundo Vista Multiestratégia FIC Multimercado foi eleito o melhor da categoria, seguido por Logos Total Return e Solana Equity Hedge

Katherine Rivas

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Ações descontadas a níveis de 2015, teses para se beneficiar das commodities no cenário global e hedge para se proteger das surpresas do mercado brasileiro. Estas são algumas das visões compartilhadas pelos gestores dos três melhores fundos multimercados eleitos na edição 2022 do ranking InfoMoney-Ibmec de Melhores Fundos.

O fundo Vista Multiestratégia FIC Multimercado foi escolhido o melhor da categoria, considerando seu desempenho no período 2019 a 2021.

Com estratégia de investimento diversificada – alocando seu patrimônio em juros, câmbio, ações, dívida, commodities e ativos no exterior – o fundo busca retornos absolutos de longo prazo, sem correlação com qualquer índice de mercado.

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No segundo lugar ficou o fundo Logos Total Return FIC Multimercado, da Logos Capital, conhecido pelo seu perfil arrojado. O fundo tem uma posição majoritariamente comprada em ações, mas pode ter posições vendidas em certos momentos, assim como a possibilidade de investir em outros mercados.

Já a terceira posição foi do fundo Solana Equity Hedge FIC Multimercado, que investe principalmente em ações, com operações compradas e vendidas (long short), além de utilizar derivativos para proteção do portfólio.

Vencendo em todas as classes de ativos

Conciliar cenários tão complexos e diversos como os dos últimos três anos não foi tarefa fácil para os gestores de fundos multimercados. Prova disso é que a maioria de fundos da categoria renderam pouco mais de 2% em 2021, segundo o índice de multimercados (IHFA) da Anbima.

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Para conseguir retornos melhores do que a média e sobreviver aos choques de volatilidade, Alexandre Maia, economista-chefe da Vista Capital, explica que o segredo foi a geração consistente de resultados em várias classes de ativos.

Em 2019, por exemplo, o destaque da gestora foi a renda variável local. Já em 2020, foi a vez da renda variável internacional, o câmbio e as commodities. Enquanto em 2021, a posição do fundo se concentrou em commodities, petróleo, renda variável local e internacional e renda fixa internacional.

“Nosso segredo foi gerar retornos ao redor de várias classes de ativos. Em 2021, o fundo foi fortalecido pelas commodities”, afirma Maia.

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Não dá para se entusiasmar com o Brasil

Para Luiz Guerra, gestor de ações da Logos, responsável pelo segundo melhor fundo da categoria multimercados, a principal lição aprendida nos últimos anos é que uma exposição ao Brasil é relevante, mas é importante ter hedge (proteção) caso algum tropeço aconteça.

Ele explica que o fundo estava exposto a renda variável local e internacional, mas em 2021 sofreu com o solavanco causado pela crise dos precatórios e o risco fiscal brasileiro. “Não dá para se entusiasmar com o Brasil”, conta.

Apesar das perdas, Guerra aponta que o fundo já conseguiu se recuperar em janeiro, por meio de investimentos em empresas de valor, que sofreram demais, estavam descontadas e eram muitas vezes ignoradas pelo mercado.

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Uma dessas companhias foi Embraer (EMBR3), além de companhias elétricas. “Apostamos em teses de empresas bem geridas, mas muito descontadas que ajudaram na nossa performance”, afirma.

Comprando teses de valor

Segundo Claudio Delbrueck, gestor e sócio fundador da Solana, a estratégia que levou o fundo Solana Equity Hedge FIC Multimercado a ficar entre os três melhores multimercados foi a análise das companhias que teriam potencial de forte valorização em cada cenário.

No começo da pandemia, por exemplo, o fundo apostou no salto do e-commerce e nas seguradoras. No entanto, quando as vacinas começaram a ser disponibilizadas, a estratégia mudou para ações que poderiam se beneficiar com a reabertura econômica.

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Delbrueck conta que os principais acertos foram investir em uma Braskem (BRKM5) desvalorizada, que tempo depois dobrou de tamanho. Ele também cita como acertos a CSN (CSNA3), que se beneficiou com o preço do minério de ferro, e a Méliuz (CASH3), que teve uma forte valorização desde seu IPO (abertura de capital).

As commodities no radar

Para 2022, Delbrueck ainda enxerga oportunidades nos setores de siderurgia e mineração, principalmente em Usiminas (USIM5).

O gestor também vê potencial em Petrobras (PETR4), embora admita que a posição é pequena por se tratar de uma estatal.

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Delbrueck não é o único fã das commodities. Segundo Alexandre Maia, economista-chefe da Vista Capital, estas também são oportunidades consideradas pela gestora.

Maia explica que o fundo Vista Multiestratégia FIC Multimercado não apresenta uma exposição muito forte a ações globais, contudo sua exposição internacional se fundamenta no investimento em petróleo alocando recursos na própria commodity e em algumas companhias petrolíferas.

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Bolsa muito barata

Além das commodities, Luiz Guerra, gestor de ações da Logos, vê oportunidades em ativos descontados principalmente em companhias elétricas. “O setor de energia está mais barato do que na época da Dilma [ex-presidente Dilma Rousseff]”, aponta.

Ele destaca que alguns ativos nunca estiveram tão descontados, inclusive considerando 2015 e 2009, que foram anos de baixa nos mercados.

Além das companhias elétricas, ele cita commodities como aço, minério de ferro e empresas que se beneficiam destes.

Segundo Guerra, se um candidato da terceira via ganhar as eleições – ou até mesmo o ex-presidente Lula, numa versão “de centro” – o Brasil terá um bom ano de Bolsa, com ativos descontados entregando forte valorização.

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Katherine Rivas

Repórter de investimentos no InfoMoney, acompanha ETFs, BDRs, dividendos e previdência privada.