Bitcoin sobe pelo 7º mês seguido e dispara 70% antes do halving

Principal impulsionador da criptomoeda foi o conjunto de ETFs à vista de BTC dos EUA

Lucas Gabriel Marins

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O Bitcoin (BTC) caminha para fechar março acima do patamar de US$ 70 mil, com valorização de 15% no período, segundo o agregador CoinGecko. Não foi o melhor mês da criptomoeda, mas é o sétimo seguido de ganhos, e vai ficar registrado na história como aquele em que o ativo digital renovou sua máxima, acima de US$ 73 mil.

Apesar da alta tímida na comparação com janeiro, quando subiu mais de 40%, a maior criptomoeda do mercado superou os índices internacionais, como o Nasdaq 100 e o S&P 500, e continuou andando de mãos dadas com a Nvidia, que deve finalizar março com desempenho semelhante de 14%. No trimestre, a criptomoeda acumula alta na casa dos 70%.

Enquanto a big tech norte-americana de chips foi empurrada pelo hype da inteligência artificial (IA), o principal impulsionador do Bitcoin ainda é o conjunto de 10 ETFs (fundos de índice) à vista de BTC dos Estados Unidos, liberados para negociação na segunda semana de janeiro.

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Mesmo com recordes de saídas na semana passada, coletivamente os produtos acumularam uma entrada líquida total de quase US$ 12 bilhões até a manhã desta quarta-feira (27), segundo dados da empresa So So Value, o que levou as gestoras a adquirir BTC, impactando no preço.

“Os fundos negociados em bolsa são um dos fatores por trás da alta que estamos vendo no primeiro trimestre do ano. Se consultarmos os fluxos líquidos de fundos para os ETFs durante o mês de março, podemos ver como todos eles são compradores líquidos da criptomoeda, exceto aquele operado pela Grayscale, o GBTC”, disse Julián Colombo, diretor de políticas públicas da Bitso para a América Latina.

Enquanto os novos ETFs vêm registrando entradas, o GBTC – fundo fechado que foi transformado em ETF via decisão judicial – acumula retiradas liquidas. Só ontem foram sacados US$ 212 milhões, segundo dados The Block. Parte das saídas se deve à migração para outros produtos devido às altas taxas cobradas pelo veículo.

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Halving e juros

Como qualquer ativo de risco, o Bitcoin também reage a eventos futuros, e o principal no momento é o halving, atualização prevista para abril que reduz a oferta da cripto pela metade e dá seu caráter deflacionário. Antes e depois do evento raro, que acontece a cada quatro ano, o BTC costuma dar um salto de dois a quatro dígitos para cima.

“Historicamente, os eventos de halving têm sido catalisadores para aumentos significativos de preço, e há uma forte expectativa de que essa tendência continuará”, falou Guilherme Sacamone, gerente-geral da OKX no Brasil. Ele disse, no entanto, que a movimentação do BTC pode ser um pouco diferente da vista nos halvings anteriores.

“É importante observar que o cenário evoluiu. Com o Bitcoin atingindo uma alta histórica antes do halving e a crescente presença de investidores institucionais, a dinâmica do mercado pode ter mudado substancialmente. Isso apresenta um novo cenário que poderia levar a uma das corridas mais emocionantes na história do Bitcoin”.

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Além das mudanças técnicas, a expectativa com a queda de juros nos Estados Unidos neste ano também empurrou a criptomoeda no mês de março. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o BC do país) reforçou que deve fazer três cortes nas taxas, o que normalmente beneficia ativos de risco.

“Esperamos que a atual tendência deflacionista nos EUA permaneça intacta, que as condições financeiras no país continuem a diminuir e que os mercados sejam apoiados pela redução gradual do programa de aperto quantitativo do Fed”, disse a exchange Coinbase em relatório.

Confira o desempenho das principais criptomoedas em março de 2024:

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CriptomoedaPreçoValorização
Bitcoin (BTC)US$ 70.16715%
Ethereum (ETH)US$ 3.5944%
Solana (SOL)US$ 18740%
BNB (BNB)US$ 57742%
XRP (XRP)US$ 0,625%
Fonte: CoinGecko
Data de corte: 27 de março, às 10h

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney