Halving: evento raro já fez Bitcoin subir 8.000%; o que esperar para 2024?

Quantidade de Bitcoins criados por dia vai cair de 900 para 450; mudança acontece de quatro em quatro anos e a próxima é em abril

Lucas Gabriel Marins

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Depois da aprovação dos ETFs (fundos de índice) à vista de Bitcoin (BTC) dos Estados Unidos, o mercado voltou as atenções para o halving, atualização prevista para abril que corta pela metade a emissão da criptomoeda. Segundo especialistas, o evento funciona historicamente como um forte catalisador de preço para a criptomoeda, e dessa vez não seria diferente. Mas, será que isso vai se confirmar? E quanto de fato o Bitcoin subiu nos últimos halvings?

O halving é uma atualização programada no código imutável do Bitcoin que ocorre de quatro em quatro anos. O próximo, esperado para o final de abril, possivelmente no dia 21/04, será o quarto da breve história do Bitcoin. Historicamente, a criptomoeda sobe em antes e depois da atualização.

O halving foi incluído na programa do Bitcoin pelo misterioso Satoshi Nakamoto como forma de controlar a inflação e limitar o fornecimento da moeda digital. O ativo foi construído para ser escasso, como um recurso natural ou um metal precioso, diferente da uma moeda fiduciária.

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Conforme as regras, é possível minerar apenas 21 milhões de BTC, algo que será alcançado por volta de 2140. Hoje, existem 19,6 milhões, segundo o agregador CoinGecko.

Quando o Bitcoin nasceu, os mineradores (pessoas e empresas que atuam na rede e ganham criptos como recompensa) conseguiam colocar em circulação 7.200 unidades de BTC por dia. Após o primeiro halving, o total diário caiu para 3.600; depois do segundo, reduziu para 1.800; no terceiro, diminuiu para 900; e agora, no próximo, o número vai ser de apenas 450.

Histórico

O primeiro evento ocorreu em 28 de novembro de 2012. Um ano depois, o Bitcoin subiu 7.956%. Após o segundo halving, em 9 de julho de 2016, o criptoativo avançou 270% nos 365 dias seguintes. Já na sequência do terceiro, realizado em 11 de maio de 2020, o BTC registrou alta de 533% no mesmo período.

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“Este aumento deve-se em grande parte a uma ligeira diminuição na oferta de novas moedas, criando um déficit de oferta se a procura se mantiver estável ou mesmo aumentar”, explicaram os analistas da empresa de auditória Ernst & Young em relatório publicado na semana passada.

Halving do Bitcoin em 2024

Desempenho passado não é garantia de resultados futuros. Essa máxima do mercado financeiro tradicional também vale para o BTC, segundo José Gabriel Bernardes, sócio da Fuse Capital.

“Só pelo halving, é muito difícil dizer que vamos ter valorização de cinco vezes o preço de hoje em uma janela tão curta. No longo prazo, no entanto, acreditamos sim que o Bitcoin vai se consolidar muito mais, acima de US$ 100 mil e até US$ 200 mil”, disse. Na manhã desta quinta-feira (14), o BTC era negociado na casa dos US$ 73.000.

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Para a emissora de ETFs ProShares, o halving não pode deve ser usado de forma isolada para prever o futuro da criptomoeda. “O Bitcoin opera em conjunto com dinâmicas de mercado intrincadas, tornando difícil atribuir diretamente variações de preços apenas a esses eventos. Além disso, os dados empíricos relativos a apenas três desses acontecimentos são também muito limitados”, afirmou a casa em relatório.

É hora ou não de comprar Bitcoin?

Erich Marinelli, analista de criptoativos da Genial, disse que vale se expor ao Bitcoin porque há uma “visão construtiva” de um a dois anos para criptoativos como um todo. O ideal, no entanto, é usar apenas aquele dinheiro que se pode perder, visto que o ativo é de risco.

“Temos que lembrar que cripto é cripto e, mesmo estando com uma visão otimista, correções de 30% a 40% no meio do caminho são historicamente bem comuns. Não é para dar um all-in (apostar tudo) do nada agora que o Bitcoin está [na faixa] dos US$ 70 mil”.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney