Fundos imobiliários fecham dia em queda de 0,12%; terceira sessão seguida de perdas

Ontem o Ifix, índice dos fundos imobiliários, já havia fechado em baixa de 0,20%

Wellington Carvalho

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O IFIX – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou a sessão desta quinta-feira (3) em baixa de 0,12%, aos 2.767 pontos. Ontem o indicador também havia fechado em queda, de 0,20%. O destaque do dia ficou para o XP Properties (XPPR11), com alta de 1,77%. Mais destaques ao longo do Central de FIIs.

Dados da Economatica, plataforma de informações financeiras, sinalizam que 72 dos 104 fundos imobiliários que compõem o IFIX – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – estão sendo negociados atualmente abaixo do valor patrimonial das carteiras. O número representa quase 70% do indicador.

Pelo levantamento, a maioria dos fundos imobiliários presentes no Ifix apresenta P/VPA (preço da cota sobre o valor patrimonial) abaixo de 1, valor que representaria o preço justo do papel. O P/VPA acima de 1 indicaria que a cota está sendo negociada com ágio e, abaixo deste nível, com desconto.

Em tempos de juros elevados, que costumam reduzir a atratividade dos fundos imobiliários, a métrica pode ajudar na escolha dos FIIs. Em relatório, Rafaela Vitoria, economista-chefe da Inter Asset, destaca que fundos de “tijolo” estão negociando abaixo do valor patrimonial e ainda com elevadas taxas de vacância, o que pode representar uma oportunidade de valorização.

Entre os fundos de “tijolo”, que obtêm renda com a locação ou venda dos imóveis, os segmentos de lajes corporativa e shoppings são os que apresentam maior desconto, em média cerca de 20%.

Segmento P/VPA
Títulos e Val. Mob. 0,97
Outros 0,93
Logística 0,92
Híbrido 0,88
Shoppings 0,80
Lajes Corporativas 0,79

Fonte: Economatica

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Maiores altas desta quinta-feira (03):

Ticker Nome Setor Variação (%)
XPPR11 XP Properties Outros 1,77
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 1,44
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas 1,34
HGBS11 Hedge Brasil Shopping Shoppings 1,26
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística 1,24

Maiores baixas desta quinta-feira (03):

Ticker Nome Setor Variação (%)
JSRE11 JS Real Estate Híbrido -1,55
HSLG11 HSI Logística Logística -1,54
BCRI11 BEES CRI Títulos e Val. Mob. -1,54
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas -1,52
HGFF11 CSHG FoF Títulos e Val. Mob. -1,44

Fonte: B3

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CSHG Logística pagará R$ 350 mil a mais por imóveis comprados em 2021 e RB Capital Renda I anuncia redução na distribuição de dividendos

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

CSHG Logística (HGLG11) pagará R$ 350 mil a mais por imóveis adquiridos em 2021

O fundo CSHG Logística ajustou os valores referentes ao pagamento de dois imóveis adquiridos em julho de 2021. A revisão, de acordo com comunicado ao mercado, estava prevista no contrato.

No ano passado, o fundo comprou os imóveis HGLG Ribeirão Preto, em São Paulo, e HGLG Washington Luiz, no Rio de Janeiro. O valor total do negócio ficou em R$ 168 milhões.

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Nesta quarta-feira (2), foi definido um acréscimo de quase R$ 350 mil ao valor inicial da transação. O cálculo foi feito em comum acordo com a parte vendedora e o CSHG tem dez dias para realizar o pagamento.

Em comunicado ao mercado, o fundo lembra que os demais termos do contrato permanecem inalterados e já foram detalhados em fatos relevantes anteriores e nos relatórios gerenciais da carteira.

RB Capital Renda I ( FIIP11B) prevê redução de R$ 0,04 por cota na distribuição de dividendos

O fundo RB Capital Renda I anunciou, em fato relevante nesta quarta-feira (2), redução na distribuição de dividendos em aproximadamente R$ 0,04 por cota.

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A medida, válida a partir do resultado apurado em fevereiro, é resultado da revisão no contrato de locação com a Danfos do Brasil, empresa da área de engenharia.

Segundo o fundo, o ajuste estava previsto no contrato e tem como objetivo adequar o valor do aluguel aos preços atuais de mercado.

A Danfos do Brasil ocupa galpão logístico de 10 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL) na cidade de Osasco (SP). O vencimento do contrato está previsto para dezembro de 2023.

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Além do espaço em Osasco, o RB Capital Renda I tem na carteira outros seis imóveis localizados em Ilhéus (BA), Contagem (MG), Nova Iguaçu (RJ), São José dos Pinhais (PR), Ibiporã (PR) e em São Paulo (SP). A ABL total do fundo é de 70 mil metros quadrados.

Dividendos de hoje

Confira os fundos imobiliários que distribuem rendimentos nesta quinta-feira (03):

Ticker Fundo Rendimento
ELDO11B Eldorado R$ 3,04

Fonte: InfoMoney

Giro imobiliário: Taxa Selic chega a 10,75 ao ano e as “dores do crescimento” dos fundos imobiliários

BC eleva a Selic em 1,5 ponto, para 10,75% ao ano, mas projeta redução do ritmo de altas dos juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (2) a taxa Selic em 1,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, dentro do esperado pela maior parte do mercado.

Com o aumento, é a primeira vez desde 2017 que a taxa Selic está acima dos dois dígitos, sendo a maior taxa desde maio do mesmo ano, quando o juro básico era de 11,25%.

Trata-se da oitava reunião consecutiva com aumento de taxa, em um ciclo iniciado em março do ano passado, e também o processo de aperto monetário mais forte desde 1999, quando, em meio à crise cambial, cambial, o BC elevou a taxa Selic em 20 pontos percentuais em uma única vez.

Apesar de mais uma alta agressiva, o Banco Central sinalizou, em um comunicado, para uma redução no ritmo dos ajustes já na próxima reunião, que será realizada em março.

A movimentação do Banco Central começou após a taxa Selic chegar a um piso histórico de 2% em meio a sucessivas baixas iniciadas no governo do presidente Michel Temer, com as quedas sendo aceleradas durante o auge da crise da pandemia da covid-19, com o fim de estimular a economia.

Caso Maxi Renda é uma das “dores do crescimento” dos fundos imobiliários, diz analista; saiba os possíveis próximos passos da polêmica

O setor dos fundos imobiliários respira um pouco mais aliviada após comunicado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que suspendeu temporariamente a decisão que questionava a distribuição de dividendos do Maxi Renda (MXRF11). A expectativa agora é para os próximos passos da discussão.

O tema foi o destaque do Liga de FIIs desta terça-feira (1), que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. A edição também contou com a participação de Ricardo Figueiredo, especialista em fundos imobiliários da Spiti.

Figueiredo prefere manter a tranquilidade diante da discussão sobre a interpretação da lei que trata dos fundos imobiliários. Ele lembra que a legislação foi escrita com base em experiências externas, que não refletem necessariamente a dinâmica dos fundos imobiliários.

“Tem vários ajustes que foram feitos para a nossa realidade e essas coisas agora vão sofrendo adaptações necessárias para um produto que cresce e ganha popularidade”, afirma o analista. “São as dores do crescimento”, compara.

Ricardo Figueiredo, especialista em FIIs da Spiti, lembra que o efeito suspensivo perderá a validade caso os administradores do Maxi Renda não apresentem, no prazo de 15 dias úteis, o pedido de reconsideração da decisão.

Depois da apresentação do recurso, Figueiredo explica que o colegiado terá pelo menos 25 dias para se manifestar. “Teremos então cerca de 40 dias com o assunto rolando de acordo com os prazos do rito processual”, pontua.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.