5 ações que pagam bons dividendos para investir em julho; Vale (VALE3) no topo, seguida de BB (BBAS3) e Engie (EGIE3)

Lista de destaques traz ainda TIM e Petrobras, repetindo as principais recomendações monitoradas em junho

Márcio Anaya

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As ações da Vale (VALE3) são as mais recomendadas pelas corretoras nas carteiras de dividendos de julho monitoradas pelo InfoMoney.

A mineradora, que já liderou o ranking no mês passado, registrou sete recomendações – uma a menos.

Todo início de mês, o InfoMoney realiza um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate. Desta vez, com apenas cinco trocas nos portfólios sugeridos, o balanço não teve alterações em relação ao de junho.

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Seguindo a Vale, o segundo lugar entre os papéis mais citados é do Banco do Brasil (BBAS3), que se manteve em seis carteiras, seguido pela Engie (EGIE3), com cinco apontamentos. Esta última também foi substituída por uma das casas de análise consultadas, mas permanece entre os destaques.

O bloco dos papéis mais citados tem ainda TIM e Petrobras, empatados com quatro escolhas por parte dos especialistas.

A análise engloba os portfólios de dividendos divulgados por dez corretoras. Confira a seguir as companhias selecionadas para julho:

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Empresa Ticker Nº de recomendações Dividend yield em 12 meses (%) Retorno em junho (%) Retorno em 2022 (%) Retorno em 12 meses (%)
Vale VALE3 7 15,56 -11,19 1,98 -22,51
Banco do Brasil BBAS3 6 9,16 -8,17 22,21 13,88
Engie EGIE3 5 6,05 -5,92 11,41 12,36
Petrobras PETR4 4 41,24 -7,09 19,58 37,59
TIM TIMS3 4 3,76 -10,59 -1,52 14,91

Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, XP Investimentos e Economatica

Vale (VALE3)

Mesmo com sua substituição na carteira de uma corretora, a mineradora permanece na dianteira entre as indicações de dividendos, com sete escolhas em julho.

Em relatório, a Santander Corretora observa que, após recente solavanco do minério de ferro no mercado internacional, a commodity negociada na China voltou a subir nos últimos dias de junho. Segundo a instituição, o movimento ocorreu depois que o presidente chinês reiterou a estratégia de uma política econômica que permita um crescimento alinhado à meta de 5,5% para o PIB neste ano.

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A visão positiva para os preços do minério, explica o Santander, é baseada nos persistentes desafios de oferta – como a ausência de novos projetos, por exemplo –, o que deve sustentar os preços do produto acima do patamar de US$ 100 a tonelada até o fim do ano.

“Em nossa opinião, a recente correção das ações da Vale precificou rapidamente uma deterioração nos fundamentos (com o desconto para os pares globais retornando a quase 22%), o que fornece um ponto de entrada atraente”, diz a corretora, que estima em 13% o retorno com dividendos da empresa em 2022.

Banco do Brasil (BBAS3)

Novidade no mês passado, a instituição financeira se mantém com seis recomendações nos portfólios de dividendos e ocupa sozinha a vice-liderança em julho.

Em sua análise, a Ativa Investimentos destaca que o Banco do Brasil é dono da maior carteira de crédito do País e possui diferenciais competitivos interessantes, como a forte participação no crédito rural, o que traz resiliência em momentos adversos.

A corretora avalia que, apesar do cenário econômico conturbado, as linhas de crédito ao setor agropecuário devem manter uma boa expansão e inadimplência baixa. Com cerca de 30% de seus empréstimos posicionados nesse segmento, o BB lidera tais operações.

A Ativa destaca ainda que 63% da carteira de crédito do banco para pessoa jurídica está alocada em grandes empresas ou crédito governamental, o que deve reduzir o impacto da inadimplência ao longo deste ano.

“Vemos o papel sendo negociado hoje a múltiplos interessantes, com desconto em relação aos seus pares privados”, afirma a corretora. “Os índices de inadimplência e cobertura se encontram em patamares saudáveis, melhor do que projetávamos para o setor até o momento”.

A Ativa pondera, no entanto, que o preço menor das ações do BB frente aos competidores privados é fruto da precificação de seu risco político e, diante das recentes intervenções do governo no banco, os analistas da casa estão “céticos quanto ao fechamento desse desconto em um horizonte projetável”.

Engie (EGIE3)

O terceiro lugar entre as ações de dividendos preferidas dos analistas para o mês é ocupado pela elétrica Engie, que recebeu cinco apontamentos, um a menos em relação a junho.

Uma das corretoras que manteve os papéis na carteira indicada é a XP, que destaca a qualidade de gestão da empresa. A instituição acredita que, neste ano, a companhia manterá o nível de distribuição de 100% dos lucros, levando em conta sua confortável situação financeira. A casa de análise estima um retorno médio com dividendos de 9,7% para a Engie em 2022.

A XP lembra que a empresa é conhecida no setor por possuir uma das melhores estratégias de comercialização, pois pratica a chamada “sazonalização” dos contratos de venda de energia das usinas hidrelétricas ao longo do ano e é eficiente na compra de contratos para diminuir os efeitos da baixa incidência de chuvas nos resultados. “Tal estratégia garante à Engie Brasil uma sólida geração de caixa”, diz.

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Petrobras (PETR4)

A estatal de petróleo segue com quatro recomendações. Em relatório, a XP afirma que, mesmo com as discussões políticas no País, não vê solução de curto prazo para a oferta de petróleo e os preços do Brent devem permanecer elevados.

Para a corretora, caso a Petrobras siga operando da mesma forma vista nos últimos anos – cenário base considerado na análise –, a soma dos dividendos deste ano até 2026 deve alcançar aproximadamente 100% do valor de mercado da companhia.

A XP projeta, para 2022, um retorno com dividendos de cerca de 25% para as ações preferenciais da empresa, versus um patamar de 14,3% nas competidoras russas e 5,1% nas gigantes ocidentais. Nas contas da instituição, considerando o intervalo de 2021 a 2026, a produção nacional de petróleo da estatal deve apresentar uma taxa de crescimento anual composta de 4%.

“A companhia possui diversas reservas a serem exploradas na próxima década em projetos de alto retorno e baixo risco de execução”, destaca a XP. Os riscos políticos, no entanto, permanecem no radar e valem um alerta. “Vemos alto potencial para volatilidade nas ações em 2022, à medida que as eleições presidenciais se aproximam”.

Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney