Unicórnios brasileiros: veja quais são as startups que podem virar bilionárias neste ano

Estudo da empresa de inovação Distrito elenca 13 startups que devem atingir uma avaliação de mercado de US$ 1 bilhão no resto de 2022

Mariana Fonseca

(Shutterstock)
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O Brasil ganhou mais 10 unicórnios, startups com avaliação de mercado igual ou superior a US$1 bilhão, no último ano. O país passou de 11 para 21 negócios do tipo. Este ano será ainda melhor, segundo a empresa de inovação Distrito: 13 empresas estão cotadas para virar unicórnios brasileiros em 2022.

A lista está no estudo Corrida dos Unicórnios, feito pela empresa de inovação. A Distrito monitora mais de 35 mil startups no país e elaborou sua lista com base em métricas como captação de investimento acima da média para o setor e tempo entre cada rodada de captação.

A lista para este ano tinha 14 unicórnios. Foi reduzida porque um dos palpites já alcançou uma avaliação bilionária: a fintech Neon. Veja os 13 próximos unicórnios brasileiros, segundo o estudo Corrida dos Unicórnios:

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1 – a55

Setor: fintech
Total captado com investidores: US$ 114 milhões

A a55 foi criada pelos empreendedores André Wetter e Hugo Mathecowitsch em 2017. A fintech fornece crédito para empresas de tecnologia com receita recorrente, de clubes de assinatura até softwares como serviço (SaaS). Para isso, tem uma plataforma que reúne informações como contas bancárias e faturamento das empresas de tecnologia com receita recorrente para melhorar sua inteligência de análise de crédito.

A a55 já financiou empresas como Infracommerce, Mandaê e Rock Content. Foram mais de R$ 200 milhões em crédito concedido no Brasil e no México, por meio de mais de mil operações de crédito para mais de 200 empresas. A taxa de juros costuma ficar entre 1% a 3% ao mês.

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2 – Alice

Setor: saúde
Total captado com investidores: US$ 176 milhões

A Alice foi fundada por André Florence, Guilherme Azevedo e Matheus Moraes em março de 2019. O objetivo é ser uma solução de ponta a para a saúde de pessoas físicas.

O usuário contrata digitalmente um plano de saúde da Alice e recebe uma equipe feita por enfermeiro, médico, nutricionista e preparador físico. Os profissionais montam um plano de ação dependendo dos objetivos do usuário. Depois, são feitos exames de rotina e de acordo com os objetivos. Quando o usuário fica doente, entra em contato com sua equipe de saúde digitalmente. Ele só é encaminhado a um hospital parceiro da Alice caso o problema não consiga ser resolvido pelos profissionais.

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A gestora de saúde fez sua primeira venda em julho de 2020, e conta atualmente com uma carteira de 6 mil pessoas. A empresa está vinculada a 10 hospitais e mais de 200 laboratórios na região metropolitana de São Paulo.

3 – Contabilizei

Setor: fintech
Total captado com investidores: US$ 37 milhões

A Contabilizei começou a operar em janeiro de 2014. O escritório de contabilidade online começa com um atendimento humano, tendo uma equipe própria de contadores e registro no Conselho Federal de Contabilidade. Mas também une os profissionais a processos totalmente digitalizados, como comunicação com órgãos públicos e backup de documentos.

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Os principais clientes da Contabilizei são micro e pequenas empresas que faturam até R$ 2,5 milhões por ano. Os segmentos mais atendidos são e-commerces e serviços (arquitetos, designers e médicos, por exemplo). O escritório de contabilidade online acumula mais de 30 mil companhias atendidas em 50 cidades brasileiras.

4 – Cora

Setor: fintech
Total captado com investidores: US$ 154 milhões

A Cora começou a operar em outubro de 2020. A fintech foi criada pelos empreendedores Igor Senra e Leonardo Mendes.

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A Cora fornece uma conta digital que permite receber e fazer pagamentos por boletos, transferências e Pix sem custos. A fintech se monetiza por meio do cartão de débito e crédito que fornece aos empreendedores – as adquirentes repassam uma comissão por cada compra feita pelo cartão à Cora. A fintech atende mais de 140 mil pequenos negócios.

5 – Cortex

Setor: marketing e vendas
Total captado com investidores: US$ 31,3 milhões

A Cortex foi criada por Daniel Pires e Leonardo Rangel em 2003. Cerca de dez anos depois da criação da empresa, os empreendedores trocaram o modelo de negócio de consultoria pelo de software como um serviço (SaaS). Hoje, a startup fornece inteligência de dados para as áreas de marketing e vendas de empresas como Carrefour, Claro, Unilever e Visa. A captura de dados estruturados e não estruturados permitiria, por exemplo, estimar o retorno de uma campanha de mídia paga ou as vendas nas próximas semanas.

6 – Descomplica

Setor: educação
Total captado com investidores: US$ 114,8 milhões

Antes de criar a própria edtech, Marco Fisbhen era professor de física. A ideia para o Descomplica surgiu quando ele pensou em como dar aulas para além das classes de cursinhos pré-vestibular. Fisbhen começou a gravar aulas em seu apartamento. Essas palestras foram os primeiros vídeos do Descomplica, fundado no final de 2011.

Ao longo dos anos, a edtech foi ampliando seu catálogo de vídeos e conquistando investidores. O Descomplica oferece hoje vídeos em reforço escolar, preparação para vestibulares, concursos públicos, graduação e pós-graduação. A startup alcança 5 milhões de alunos – os principais canais são as assinaturas no próprio site; aulas em redes sociais como Instagram, TikTok e YouTube; e parcerias para mensalidades subsidiadas por instituições como Claro, Natura e o governo do estado de São Paulo.

7 – Kovi

Setor: transporte
Total captado com investidores: US$ 145,6 milhões

A Kovi media aluguel de carros principalmente aos motoristas de aplicativo. A startup foi fundada por Adhemar Milani e João Costa em 2019. Os seminovos são alugados com locadoras como Arval, enquanto os carros novos são obtidos por parcerias com montadoras como Nissan, Renault, Toyota e Volkswagen. Na Kovi, o aluguel desses veículos é feito online e por boleto ou cartão de crédito. A startup oferece dois planos, ambos por pagamento por quilometragem (pay per mile). A Kovi tem 10 mil assinantes entre Brasil e México, com cerca de 40 milhões de quilômetros rodados mensalmente.

8 – Liv Up

Setor: alimentação
Total captado com investidores: US$ 81,96 milhões

A Liv Up foi criada pelos empreendedores Henrique Castellani e Victor Santos em 2016. O aplicativo da Liv Up permite que consumidores peçam produtos de hortifrúti ou refeições. Os alimentos vêm de agricultura familiar e orgânica. As refeições podem ser congeladas ou para consumo imediato, por delivery. A Liv Up produz cerca de 500 mil refeições mensalmente, em uma cozinha de 8 mil metros quadrados e cinco cloud kitchens (cozinhas de portas fechadas).

9 – Omie

Setor: software de gestão
Total captado com investidores: US$ 136,74 milhões

A Omie é uma startup que oferece uma plataforma de gestão na nuvem para pequenas e médias empresas. A startup foi criada pelos empreendedores Marcelo Lombardo e Rafael Olmos em 2013. Hoje, tem cerca de 78 mil clientes.

O ERP da Omie atende segmentos como agências de marketing, bares e restaurantes, comércio, construção civil, distribuidoras, indústrias, empresas de logística e prestadores de serviços. Alguns serviços financeiros oferecidos no mesmo software são crédito com antecipação de recebíveis, empréstimo parcelado e com garantia de imóveis, conta digital e cobrança via boleto e Pix. Em 2022, a expectativa é atingir 100 mil clientes.

10 – Petlove

Setor: produtos e serviços para animais de estimação
Total captado com investidores: US$ 222 milhões

A Petlove começou como um e-commerce de produtos para animais de estimação em 1999. Hoje, é um grupo que reúne tanto essa loja virtual quanto serviços como o clube de assinatura, o aplicativo de passeio e hospedagem DogHero, a plataforma de educação Vet Smart e a empresa de seguros Porto.Pet. Ao todo, a companhia faturou R$ 800 milhões em 2021.

Marcio Waldman já falou com o Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney, sobre todas as dificuldades de investir no e-commerce muito antes de ele bombar, e sobre quais estratégias fizeram e fazem a Petlove crescer na concorrida disputa do mercado pet. Confira a entrevista completa:

11 – Shopper

Setor: alimentação
Total captado com investidores: US$ 54,16 milhões

A Shopper foi criada pela administradora Bruna Vaz e pelo economista Fábio Rodas em 2014. Um benchmark de Bruna e Rodas foi o Subscribe & Save, criado pela gigante do comércio eletrônico Amazon. Esse serviço permite automatizar entregas dos itens favoritos e obter descontos de até 15%.

A Shopper trouxe um modelo similar de delivery programado ao Brasil – mas com foco apenas nas compras de supermercado. O foco da startup está em famílias que fazem uma compra por mês. Os produtos mais pedidos são alimentos não perecíveis, bebidas, produtos de higiene, de limpeza e para pets. A startup triplica de tamanho ano a ano e atende hoje 85 municípios de São Paulo. O plano é atender 120 cidades do estado até o final de 2022, e chegar ao Rio de Janeiro.

12 – Solinftec

Setor: agricultura
Total captado com investidores: US$ 86,6 milhões

A Solinftec é uma empresa de tecnologia agrícola, prometendo uma eficiência de 20% a 30% maior no campo com suas soluções. O negócio foi criado interior de São Paulo, em 2007. A Solinftec começou atendendo produtores de cana-de-açúcar e expandiu sua atuação para grãos, fibras e culturas perenes. Hoje, a empresa atende lavouras em mais de 10 países.

13 – Warren

Setor: fintech
Total captado com investidores: US$ 82,07 milhões

A Warren é uma correta e gestora de patrimônios. Fundada em 2017, oferece carteiras organizadas por objetivo financeiro e com taxa única. A fintech encerrou o último com R$ 20 bilhões em ativos sob custódia e 275 mil clientes.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.