Apple é a primeira empresa americana a ultrapassar US$ 2 trilhões em valor de mercado

Ações da companhia registram alta de mais de 50% no ano mesmo com a pandemia

Pablo Santana

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A Apple atingiu nesta quarta-feira (19) a marca de US$ 2 trilhões em valor de mercado, se tornando a primeira empresa americana de capital aberto a alcançar o marco.

No final da manhã, as ações da gigante de tecnologia subiram para US$ 467,77 por ação, cotação necessária para atingir a marca de US$ 2 trilhões, segundo informações da CNBC. Vale ressaltar que o valor de mercado de uma empresa é obtido a partir da multiplicação do valor unitário da ação pela quantidade total de ações da companhia.

O recorde da companhia fundada por Steve Jobs vem acompanhado do bom desempenho dos principais índices de ações dos Estados Unidos, que se recuperaram das fortes quedas do início da pandemia. O movimento de alta do mercado foi impulsionado pelos ganhos das big techs no período, pelos estímulos do FED (o banco central americano) e pelas expectativas sobre a aprovação de uma vacina contra o coronavírus. 

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A Apple atingiu o valor de mercado de US$ 1 trilhão em agosto de 2018, mas não foi a primeira empresa do mundo a alcançar um valor de mercado de US$ 2 trilhões – a petrolífera saudita Saudi Aramco já havia batido a marca antes.

Apesar de ter largado na frente, os papéis da companhia saudita, que abriu capital no fim do ano passado, caíram com a crise, e atualmente a empresa está avaliada em US$ 1,8 trilhão.

Já a Apple cresceu mesmo com a pandemia e suas ações acumulam alta de mais 50% no ano. O valor de mercado da empresa, o maior de uma companhia de capital aberto no mundo, supera o PIB de países como Espanha e Brasil. Isso significa que se a Apple fosse um país ela estaria no grupo das dez maiores economias do planeta.

No último trimestre, a companhia reportou ganhos históricos para o período, com um lucro líquido de US$ 11,25 bilhões e uma receita de US$ 59,7 bilhões – aumento de 11% em relação ao mesmo período de 2019.

A companhia segue expandindo sua divisão de serviços e produtos wearables, que deve atingir em breve a marca de US$ 50 bilhões em receita de vendas. O departamento, que inclui produtos como Apple TV Plus, Apple Music e Apple Care, reportou uma receita de US$ 13,1 bilhões frente aos US$ 11,5 do trimestre de 2019.

A Apple também prepara o lançamento de um pacote que permitirá aos clientes assinar vários dos serviços digitais da empresa por um preço mensal. Chamada de Apple One, a assinatura deve ser lançada em outubro, juntamente com a primeira linha de iPhones 5G.

O crescimento das vendas dos últimos modelos do iPhone, seu produto mais popular, também contribui para o marco da companhia. Somente no segundo trimestre do ano, as vendas de iPhone na China cresceram 225% em comparação com o primeiro trimestre do ano (entre janeiro e março), segundo dados da consultoria de mercado em tecnologia Counterpoint Research.

Uma pesquisa recente da mesma consultoria apontou que o iPhone 11 foi o smartphone mais vendido nos Estados Unidos, no Reino Unido, na China, Alemanha e no Japão no mês de abril. Nos EUA, a companhia ocupa três dos cinco lugares no ranking, com o iPhone XR e o iPhone 11 Pro Max entre os modelos mais vendidos.

As marcas mais valiosas

A Apple aparece no topo da lista das marcas mais valiosas da Forbes em 2020. O ranking da revista americana considera o valor da marca – e não o valor de mercado da empresa.

Para chegar aos resultados, a Forbes utiliza uma metodologia que envolve indicadores como a receita gerada pela empresa e o Ebitda médio dos últimos anos (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) – e parte do pressuposto de que o valor médio da marca equivale a um percentual desse valor.

De acordo com esses parâmetros, a marca Apple vale US$ 241,2 bilhões, segundo a revista. O valor representa um crescimento de 17% em relação ao ano passado, quando a empresa também liderou a lista.

Google, Microsoft, Amazon e Facebook fecham as primeiras posições do ranking ao lado da Apple. As big techs se beneficiaram das mudanças de hábito da sociedade durante o período de distanciamento social, quando boa parte do mundo ficou em casa trabalhando ou consumindo pela internet.

Na lista deste ano, as 100 marcas mais valiosas valeram no total US$ 2,54 trilhões, ante US$ 2,33 trilhões no ano passado. As empresas americanas representam mais da metade da lista e o setor de tecnologia foi o mais comum nas classificações.

Confira as 10 marcas mais valiosas do mundo em 2020, segundo a Forbes:

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios