Amazon anuncia a contratação de 100 mil novos funcionários para expansão da sua operação nos EUA e Canadá

Empresa já anunciou a abertura de centros de distribuição, depósitos e hubs aéreos em diversas partes do mundo

Pablo Santana

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SÃO PAULO – A Amazon anunciou que planeja contratar mais de 100 mil funcionários nos Estados Unidos e no Canadá, após a empresa registrar um aumento nas vendas durante a pandemia. O número representa um crescimento de quase 10% da atual força de trabalho global da empresa fundada por Jeff Bezos.

Somente neste mês, a varejista já anunciou a criação de 133 mil postos de trabalho. A gigante do comércio eletrônico também disse que irá abrir 100 novos espaços nas próximas semanas para garantir as operações da companhia.

As novas estações serão centros de distribuição onde os funcionários armazenam mercadorias e embalam pedidos, centros de triagem e estações aéreas.

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“A Amazon continua a fornecer oportunidades para empregos de tempo integral e meio-período em sua rede de logística e atendimento à medida que expande sua presença para atender melhor os clientes nas comunidades onde vivem”, disse a empresa.

A Amazon já abriu mais de 75 novos locais e hubs aéreos regionais nos Estados Unidos e Canadá em 2020. Na semana passada, ela abriu um novo centro de distribuição em Beaumont, Califórnia, com mais de 1.000 funcionários em tempo integral e, no início de setembro, anunciou planos para adicionar 10 mil novos empregos à expansão de seu escritório e site de varejo em Bellevue, Washington.

O anúncio de hoje marca a quarta maior onda de contratações da empresa nos Estados Unidos neste ano. Ela começou a contratar 100 mil novos funcionários em março e não parou nem com a pandemia de coronavírus impondo medidas restritivas que paralisaram diversas atividades não essenciais.

Em abril, a Amazon criou 75 mil novos postos de trabalho e, no início deste mês anunciou mais 33 mil novas vagas, entre cargos de escritório e para a área de tecnologia. Segundo informações do site Business Insider, a empresa contratou mais de 300 mil funcionários durante a pandemia.

A expansão da companhia não se restringe apenas aos Estados Unidos e a América do Norte. No início do mês, a Amazon abriu mais um centro de distribuição no Brasil, na cidade de Cajamar.

O espaço de 100 mil metros quadrados é o quinto centro da companhia no país e o maior em funcionamento. A Amazon tem quatro centros em Cajamar e um em Cabo Santo Agostinho, no estado de Pernambuco, instalados em quase dois anos de operações no país.

No comunicado divulgado, a Amazon informou que o Brasil é o país com a maior taxa de crescimento do Amazon Prime no mundo.

Força de trabalho da Amazon atinge 1 milhão

A empresa tinha 876.800 funcionários em 30 de junho, um terço a mais do que o registrado no mesmo período de 2019. Desde então, o número subiu para 1 milhão, informou o diretor financeiro da empresa durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre, realizada em julho .

As vendas da Amazon continuam crescendo durante a pandemia. No segundo trimestre do ano, suas vendas aumentaram 40% com relação ao ano anterior, para US$ 88,9 bilhões. A companhia registrou   um lucro por ação de US$ 10,30, enquanto a média das análises compiladas pela Bloomberg apontava para um lucro de US$ 1,51.

Apesar desse crescimento, a Amazon tem sido criticada nos últimos meses. Um relatório do Grupo de Pesquisa de Interesse Público dos Estados Unidos disse que a gigante da tecnologia não estava fazendo o suficiente para evitar o aumento de preços.  Os vendedores da Amazon foram vistos cobrando até 14 vezes mais do que outros varejistas por produtos essenciais, como sabonetes.

A empresa também sofreu críticas sobre a sua postura para impedir a propagação do novo coronavírus entre os seus funcionários.

Em abril, cerca de 50 e 60 funcionários protestaram em um armazém da Amazon no bairro de Staten Island, em Nova York, exigindo que as instalações fossem fechadas e limpas depois que um trabalhador testou positivo para o coronavírus. A companhia demitiu um trabalhador que ajudou a organizar um protesto.

Políticos americanos criticam a maneira em que a Amazon lida com os protestos dos trabalhadores. O senador Bernie Sanders tuitou pedindo que a companhia oferecesse um ambiente de trabalho mais seguro.

“Em vez de demitir funcionários que querem justiça, talvez Jeff Bezos – o homem mais rico do mundo – possa se concentrar em fornecer a seus trabalhadores licença médica remunerada, um local de trabalho seguro e um planeta habitável”, escreveu Sanders.

Também em abril, trabalhadores da Amazon acusaram a empresa de continuar a enviar brinquedos sexuais, videogames e bonecas aos seus armazéns, apesar de suas promessas de priorizar produtos essenciais durante a pandemia.

Pablo Santana

Repórter do InfoMoney. Cobre tecnologia, finanças pessoais, carreiras e negócios