WEG (WEGE3): resultado mais forte do que o esperado “já não surpreende”, mas ações reagem e fecham em alta de 5,5%

Companhia teve melhora da receita puxada por vendas no exterior e margens mais atraentes com recuo dos preços das commodities

Vitor Azevedo

WEG (Divulgação: Linkedin)

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A WEG (WEGE3) esteve entre as primeiras empresas a divulgar seus balanços do segundo trimestre de 2023 (2T23), com números considerados positivos. Analistas destacaram que a fabricante de equipamentos elétricos teve um crescimento forte e trouxe uma margem recorde, surpreendendo as estimativas, principalmente em margens, apesar da desaceleração da receita. Porém, a cada resultado, a surpresa com os números tem se tornado uma rotina.

Neste cenário, as ações ordinárias da WEG tiveram uma sessão de volatilidade nesta quarta pós-balanço, abrindo em alta, chegando a zerar os ganhos e a ter leves perdas. Contudo, os papéis engataram alta durante a tarde e fecharam em disparada de 5,48%, a R$ 37,91, em destaque entre os maiores ganhos do Ibovespa.

Na véspera, já com expectativa de bons números, os ativos já tinham subido 1,81%.

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“A WEG apresentou fortes resultados, com melhoria no desempenho da receita e números de rentabilidade (impressionantemente) mais altos , suportando um desempenho melhor do que o esperado. O lucro líquido de R$ 1,4 bilhão veio 5% acima do nosso consenso”, diz o time de analistas da XP, encabeçado por Lucas Laghi. “Outra superação de lucros, para a surpresa de ninguém”, acrescenta.

“Além de margens mais altas, suportadas pela contínua acomodação de custos ao longo do trimestre (e surpreendentemente acima dos já fortes níveis do primeiro), vemos os resultados também combinando um sólido desempenho de receita, apoiado por um mercado de transmissão e distribuição em expansão na América do Norte e mitigando um ponto de preocupação dos investidores na publicação passada”, debatem.

No primeiro trimestre, a desaceleração da receita da companhia, que veio até abaixo do consenso, foi apontada por algumas casas como sinal de alerta.

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“Embora fatores como a desaceleração da receita, a acomodação das margens, potencial tributação mais alta e rotação de investimentos em direção a nomes expostos no mercado doméstico em meio a um ciclo de taxas de juros sejam preocupações válidas para a tese de investimento da WEG, acreditamos que os resultados de hoje podem fornecer algum alívio para as ações”, fala a equipe da corretora.

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Em relatório, o JPMorgan chama a atenção para o crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de 46% na base anual, para R$ 1,83 bilhão – 9% acima do consenso do mercado e 5% acima do consenso da casa.

O banco americano ressaltou em relatório recente que já esperava resultados acima dos projetados pelo mercado para a companhia.

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Do lado da receita, o faturamento internacional da WEG cresceu 9,6% no ano, para R$ 4,43 bilhões, mais do que compensando o baixo desempenho das receitas domésticas, que subiram apenas 2,4%, para R$ 3,7 bilhões.

O JPMorgan menciona como ponto positivo lá fora o braço de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD), que teve suas vendas subindo 82% na base anual, para R$ 1,5 bilhão.

“Nos principais pontos negativos, as receitas domésticas cresceram apenas 3% no ano, no nível mais baixo desde o  terceiro trimestre de 2019, e as receitas domésticas da GTD caíram 4%, impactadas por vendas menores de energia solar distribuída”, menciona.

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Do lado dos gastos, os analistas falam que o preço mais controlado das commodities, principalmente do cobre e do aço, abriu espaço na margem, com a Ebitda ficando em 22,4% e a bruta em 33,7% (ambas em patamares recordes).

“Esperamos uma reação positiva na sessão de negociação de hoje devido aos números melhores do que o esperado”, destacaram, em relatório antes da abertura do mercado.

O Credit Suisse também definiu o resultado da WEG como positivo.

“A receita acelerou trimestralmente apesar da apreciação do real. A WEG reportou um retorno de capital investido de 34,4%, alta de 300 pontos base trimestre a trimestre, e uma expansão da margem Ebitda subindo 50 pontos, mesmo com um forte primeiro trimestre”, fala o time do banco suíço.

Os dividendos, de R$ 609 milhões (0,4% de yield) e o programa de recompra de ações também foram citados pelas duas casas.

A XP tem recomendação de compra para a WEGE3, com alvo em R$ 44,80, upside de 24,6%. O JP tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações da WEG, com preço-alvo em R$ 47, upside de 30% frente ao fechamento de ontem. O Credit Suisse tem recomendação outperform, com alvo em R$ 46, upside de 27%.