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WEG (WEGE3): JPMorgan vê resultados acima do consenso de mercado e sugere posição comprada ante pares internacionais

Analistas do JPMorgan sugerem operações Long & Short, com WEG na ponta comprada e ABB, Vestas e Rockwell na vendida

Lara Rizério

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A WEG (WEGE3) será uma das primeiras companhias a divulgar os seus resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23), revelando os seus números antes da abertura do mercado na próxima terça-feira (19).

No acumulado do ano, as ações acumulam queda de cerca de 6%, ante alta do Ibovespa, mas analistas veem que o balanço pode render uma boa oportunidade para posicionamento na companhia.

Em relatório, o JPMorgan destacou que existe uma dúvida comum dos investidores de como se posicionar à frente do balanço da WEG devido à visibilidade limitada sobre os diversos mercados finais da empresa da empresa de equipamentos eletroeletrônicos.

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Mas, para eles, os investidores devem se posicionar no nome antes do resultado, projetando um bom desempenho ante o Ibovespa e seus pares internacionais. Às 12h07 (horário de Brasília) desta terça-feira (18), as ações WEGE3  subiam 1,84%, a R$ 35,95.

Os analistas esperam que a WEG continue superando o consenso sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) devido a margens mais fortes do que o esperado pelo consenso, o que pode levar a um desempenho superior de cerca de 1,5 ponto percentual (p.p.) versus o Ibovespa no dia da divulgação do resultado, ainda que o crescimento da receita esteja desacelerando (embora permanecendo no nível de dois dígitos).

O banco ainda sugeriu operações com pares internacionais (do universo de bens de capital) da WEG, com a temporada de resultados iminente sendo o potencial catalisador nos próximos 30 a 45 dias.

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“Estamos entre 3% e 5% à frente do consenso sobre o Ebitda e resultados financeiros do 2T23. Nós
estimamos a receita da WEG no 2T em R$ 8,04 bilhões, crescendo 12% na base anual, estando em linha
com consenso e comparando com um crescimento médio histórico de 15% na mesma base de comparação”, avalia.

Já a projeção do banco para o Ebitda é de R$ 1,74 bilhão, 39% de alta na comparação anual e 3% acima do consenso, com uma margem de 21,7% (+80 pontos-base versus o consenso). Quanto ao lucro líquido, a estimativa está 5% à frente das projeções de mercado de R$ 1,4 bilhão, +49% no comparativo anual.

Ao analisar os relatórios trimestrais desde 2012 (mais de 40 trimestres), o banco aponta que a WEG superou as expectativas de consenso de Ebitda em cerca de 60% das vezes e superou o Ibovespa em cerca de 1,4 ponto percentual acima nessas ocasiões.

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“Ao olhar apenas para o período durante e após a pandemia, a WEG superou as expectativas de Ebitda em 100% das vezes (12 trimestres), com a ação superando o Ibovespa em 1,6 p.p. em média no dia do resultado”, avaliam.

Dados desde 2012 também mostram a WEG superando a receita em 66% e o lucro por ação em 64% dos trimestres.

Com isso, os analistas recomendaram ficarem long (posição de compra) em WEG e short (venda, apostando na queda) na empresa multinacional suíça ABB, que divulgará seu balanço no próximo dia 20.

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A estratégia Long & Short envolve a compra de um ativo que se espera que suba de valor (posição longa, ou comprada) e a venda simultânea de outro que se espera que caia de valor (posição curta, ou vendida). O objetivo é lucrar com a diferença entre os preços dos dois ativos.

O JPMorgan tem recomendação neutra para ABB, impulsionado por um valuation premium em relação ao seu poder de lucro a longo prazo; ii) sendo a ABB mais uma história de margem do que uma história de crescimento; e iii) reinvestimento dos recursos provavelmente levará a diluições de lucro por ação.

Além de ABB, o banco também tem recomendação do par long em WEG e short na empresa dinamarquesa Vestas, maior companhia mundial produtora de turbinas de energia eólica. O JPMorgan avalia que continua cauteloso em Vestas pois acredita que os pedidos devem permanecer fracos no 2T23 com recuperação limitada no 2S23. “Além disso, o ambiente de alta competição na indústria eólica provavelmente se traduzirá em downside para as expectativas de consenso de 2024 sobre o nome”, aponta.

Por fim, recomenda operação long em WEG e short na Rockwell Automation, fornecedor global de soluções em automação industrial, energia, controle e informação. O banco cita que, embora reconheça a alta qualidade da Rockwell, vê a empresa como a mais exposta a uma desaceleração do PMI
entre os nomes de Equipamentos Elétricos e Multi-Indústrias dos EUA.

Na mesma linha, a Genial Investimentos acredita que a WEG irá reportar resultados um pouco melhores na comparação com o 1T23.

“Mesmo com o câmbio médio inferior em relação ao trimestre passado, esperamos uma receita robusta, suportada principalmente pela boa carteira de pedidos construída nos últimos anos. Voltamos a observar melhora nos volumes de exportação de máquinas no Brasil e fortes volumes em T&D [transmissão e distribuição] tanto nos EUA quanto no mercado doméstico”, apontam os analistas.

A Genial vê que a composição do mix favorável e o movimento de estabilização de custos devem contribuir para mais um trimestre com margens operacionais acima dos 20%.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.