Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e Petrobras (PETR4) fecham em forte queda, com 14 ações do Ibovespa em baixa acima de 4%; só 3 ativos sobem

Varejistas e construtoras também registram fortes perdas, em meio a sinalizações de alta de juros mais fortes nos EUA e fala de Campos Neto

Equipe InfoMoney

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O Ibovespa fechou em forte queda de 2,86%, a 111.077 pontos, na volta do feriado de Tiradentes, em meio às sinalizações de política monetária do Banco Central nacional mas, principalmente, do Federal Reserve, levando a um forte ajuste nos mercados.

O Federal Reserve deve promover uma alta de 0,50 ponto percentual nos juros em maio e dois ajustes ainda maiores nas reuniões subsequentes, conforme apostas de operadores nesta sexta-feira, segundo informações da Reuters. Isso um dia após o presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, sinalizar que estaria aberto a intensificar o início do processo de saída pelo Fed de sua política monetária ultrafrouxa.

“A visão de que o Fed deve apertar o passo, que foi sustentada pelas autoridades mais hawkish no início, passou a ser amplamente aceita. Com isso, o mercado já precifica pelo menos três altas de meio ponto (nos juros) nas próximas reuniões”, disse a XP em nota.

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No exterior, Wall Street, o petróleo e moedas emergentes recuavam, sob temores de potenciais efeitos sobre demanda e crescimento econômico advindos de uma restrição mais forte nas condições monetárias, que poderia começar a afetar também balanços corporativos.

Com isso, por aqui, poucas ações registravam ganhos, enquanto os papéis ligados a commodities tinham forte queda, também repercutindo o desempenho negativo dos American Depositary Receipts (ADRs, na prática, os ativos negociados na Bolsa de Nova York das ações nacionais) na véspera, dia de B3 fechada.

Copel (CPLE6, R$ 7,47, +1,63%), RD (RADL3, R$ 22,50, +0,22%) e Ambev (ABEV3, R$ 14,75, +0,14%) foram as únicas três altas do Ibovespa, composto por 91 ações, enquanto Hypera (HYPE3) e TIM (TIMS3) fecharam estáveis. Enquanto isso, 14 ações do Ibovespa tiveram queda de mais de 4%.

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O destaque de baixa ficou com a CSN (CSNA3), com perdas de 7,68%, a R$ 22,01. Na véspera, os ADRs da siderúrgica já tinham registrado forte baixa, de 7,41%. As ações da Vale (VALE3), com maior peso no Ibovespa, tiveram perdas de 5,80%, a R$ 80,45 nesta sessão, após queda do preço do minério de ferro na bolsa em Dalian, com preocupações pela fraqueza da demanda na China. A sessão marcou a primeira baixa semanal da commodity em dois meses.

Os ativos de Petrobras (PETR3;PETR4) também registram perdas, de 4,98% (R$ 33,37) para os ativos ON e de 3,90% (R$ 30,56) para os PN, em meio à queda de 1,55% do contrato do petróleo brent para junho, a US$ 106,65 o barril.

O petróleo assim teve uma perda semanal de quase 5% em meio ao cenário de alta de juros nos EUA e preocupações com o crescimento na China e também com a economia global, mesmo quando a União Europeia considera uma proibição do petróleo russo que restringiria ainda mais a oferta.

As ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) também registraram perdas expressivas, de 4,95% (R$ 40,11) para ELET3 e de 3,97% (r$ 40,59) para ELET6, após uma alta na quarta-feira. Na ocasião, o mercado fechou quando os ministros do TCU ainda discutiam o período de um pedido de vistas em processo sobre privatização da companhia. O ministro Vital do Rêgo solicitou 60 dias, mas após colegas argumentarem pela redução do prazo a sete dias, o que animou o mercado, ele aceitou reduzir o intervalo para 20 dias.

O adiamento frustrou expectativas do governo de realizar até maio a capitalização da estatal. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, projetou nesta manhã a conclusão da oferta de capitalização até julho, o que gerou leve reação inicial positiva nos papéis da companhia.

Varejistas e construtoras em queda

Mas não são só os papéis de commodities que registram forte queda. Em meio ao cenário de alta de juros, reforçada pela fala de Roberto Campos Neto, presidente do BC, as ações de empresas de consumo doméstico registram forte queda.

Hoje, em evento com investidores, o presidente do BC afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) está pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário caso choques inflacionários sejam maiores ou mais persistentes do que o esperado.

Nesta sessão, as taxas dos principais contratos de juros futuros têm movimento de alta – tendência que se fortaleceu por conta do avanço do dólar, que superou os R$ 4,80, com alta de 4%. O DI com vencimento em 2023, por volta das 17h, via sua taxa subir um ponto-base, para 13,04%, e o para 2025 via a sua avançar 13 pontos,  para 12,16%. Na ponta longa, os DIs para 2027 e 2029 viam seus rendimentos avançarem, respectivamente, 19 e 20 pontos, para 11,97% e 12,08%.

Locaweb (LWSA3) caiu 6,29% (R$ 7,90), Petz (PETZ3) teve baixa de 3,44% (R$ 15,43), mas amenizando em relação às mínimas, Cogna (COGN3) teve baixa de 5,26% (R$ 2,52). Iguatemi ([ativo=IGT11]) teve queda mais forte, de 5,38% (R$ 20,21) e Soma (SOMA3) teve baixa de 5,07% (R$ 13,66), enquanto as varejistas Pão de Açúcar (PCAR3, R$ 22,31, -4,74%) e Lojas Renner (LREN3, R$ 25,02, -3,70%) registraram queda expressiva.

As ações da Natura (NTCO3), após chegarem a subir no início da sessão, viraram para queda e tiveram baixa de de 3,39%, a R$ 20,50, após chegarem a cair 6,13% na mínima do dia. A ação tinha registrado um tombo de 15,6% na quarta-feira, em meio a rumores de mercado de que a empresa reportaria números fracos para o trimestre. Na noite da véspera, a empresa divulgou expectativa de queda de 12,7% a 13,3% na receita líquida em reais no primeiro trimestre ante igual período do ano anterior, enquanto a margem Ebitda ajustada deve cair para entre 7,0% e 7,3%.

O Citi rebaixou a recomendação da ação ordinária da fabricante de cosméticos após a prévia operacional da companhia revelar que os desafios de curto e médio prazos são maiores do que os analistas do banco projetavam. A ação teve recomendação cortada de “compra” para “neutra”, enquanto o preço-alvo do papel foi reduzido a R$ 26, de R$ 36 anteriormente, o que sugere um potencial de alta de 21,8% ante o último fechamento, “ainda considerável, mas não o suficiente para justificar a compra”, escreveram os analistas.

As ações de construtoras, que também sofrem com a alta de juros, registraram queda expressiva nesta sessão, com MRV (MRVE3) em queda de 3,57%, a R$ 10,79, enquanto Cyrela (CYRE3) caiu 2,55%, a R$ 14,93.

(com Reuters)

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