2º maior acionista do Twitter, príncipe saudita diz que rejeita oferta de Elon Musk pela empresa

Alwaleed Talal afirma que oferta 'não chega perto do valor intrínseco do Twitter' e que decisão é de 'um dos maiores acionistas de longo prazo' da empresa

Equipe InfoMoney

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O príncipe saudita Alwaleed Bin Talal Alsaud, o segundo maior acionista do Twitter (TWTR34), afirmou nesta quinta-feira (14) que vai rejeitar a oferta de Elon Musk de comprar todas as ações da empresa e fechar o seu capital.

O fundador da Tesla e da SpaceX e homem mais rico do mundo ofereceu comprar 100% da rede social por US$ 54,20 por ação, em um negócio que avalia a rede social em mais de US$ 43 bilhões (cerca de R$ 200 bilhões na cotação atual).

“Não acredito que a oferta proposta pelo Elon Musk (US$ 54,20) chegue perto do valor intrínseco do Twitter dadas suas perspectivas de crescimento”, escreveu Alwaleed Talal na própria rede social (veja abaixo).

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“Sendo um dos maiores acionistas do Twitter de longo prazo, Kingdom KHC e eu rejeitamos esta oferta”, afirmou o membro da família real da Arábia Saudita.

A Kingdom KHC é uma holding de investimentos com sede em Riad, capital da Arábia Saudita, e Alwaleed Talal é presidente do Conselho de Administração da companhia.

Talal era a 20ª pessoa mais rica do mundo em 2015, segundo o ranking de bilionários da Bloomberg, mas decidiu doar toda a sua fortuna de US$ 32 bilhões para para causas filantrópicas.

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No mesmo ano, a holding e Alwaleed Talal atingiram uma participação de mais de 5% do Twitter, mais do que o próprio fundador da rede social, Jack Dorsey.

‘Melhor e última oferta’

Mas Elon Musk começou a comprar os papéis da empresa recentemente e, no dia 4 de abril, revelou ter atingido uma participação de 9,2% na gigante da mídia social, se tornando o maior investidor da empresa.

O fundador da Tesla e da SpaceX é usuário assíduo da rede social e tem mais de 80 milhões de seguidores. Musk é atualmente o homem mais rico do mundo e tem uma fortuna estimada em US$ 219 bilhões segundo a Forbes.

Nesta quinta, ele fez uma “proposta não solicitada” para comprar o restante do Twitter e fechar seu capital, dizendo que esta era sua “melhor e última oferta”. “Se não for aceita, precisarei reconsiderar minha posição como acionista.”

“Estou oferecendo a compra de 100% do Twitter por US$ 54,20 por ação em dinheiro, um prêmio de 54% sobre o dia anterior ao meu investimento no Twitter e um prêmio de 38% sobre o dia anterior ao anúncio público do meu investimento”, afirmou Musk em carta enviada ao presidente do Twitter, Bret Taylor.

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Outra proposta

O valor, no entanto, está abaixo do pico da ação (US$ 77), atingido em 26 de fevereiro de 2021. Os papéis chegaram a subir 12% nas negociações de pré-mercado, após a divulgação da proposta, mas passaram a operar perto da estabilidade na NYSE (New York Stock Exchange) a partir das 11h30.

A proposta do fundador da Tesla e da SpaceX foi protocolada na SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM americana). Clique aqui para ler o documento (em inglês).

Em um comunicado, o Twitter disse que “recebeu uma proposta não solicitada e não vinculativa de Elon Musk para adquirir todas as ações ordinárias em circulação da empresa” e que “analisará cuidadosamente a proposta para determinar o curso de ação que acredita ser do melhor interesse da empresa e de todos os acionistas do Twitter”.

Após a divulgação da proposta, Justin Sun, fundador de uma empresa de criptoativos chamada Tron, disse também no Twitter que ia aumentar a oferta para US$ 60 por ação para comprar a rede social. Sun disse que a empresa “está longe de liberar todo o seu potencial”. “Adoraria ver o Twitter se tornando cripto-nativo e amigável à Web3”.

Liberdade de expressão

Musk afirmou na carta a Bret Taylor que a empresa precisa fechar capital porque “não pode prosperar nem servir” à liberdade de expressão em seu estado atual. “O Twitter precisa ser transformado como uma empresa privada”.

“Investi no Twitter porque acredito em seu potencial de ser a plataforma para a liberdade de expressão em todo o mundo, e acredito que a liberdade de expressão é um imperativo social para uma democracia em funcionamento”, afirmou.

O bilionário termina o documento dizendo que “o Twitter tem um potencial extraordinário”. “Eu vou desbloqueá-lo.”

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