“Tese positiva em Embraer está intacta”, diz Morgan após megaupgrade e balanço

Uma semana atrás o banco deu um mega upgrade no preço-alvo da companhia

Felipe Moreira

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O Morgan Stanley reforçou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, similar à compra) e preço-alvo de US$ 40,00 para os ADRs (American Depositary Receipts, recibos de ações brasileiras negociadas em bolsas dos EUA) ERJ da Embraer (EMBR3), uma semana após dobrar o preço-alvo do papel e destacar a companhia “como o terceiro player no mercado de aeronaves comerciais, ganhando espaço e quebrando o duopólio de Boeing e Airbus”. Com o preço-alvo de US$ 40, o banco ainda projeta um avanço de 70% em relação à cotação do ADR na véspera.

O banco, desta vez, incorporou na sua tese os resultados do publicados 4º trimestre de 2023 na última segunda-feira (18), ressaltando que a tese positiva está “intacta”. Na sessão pós-balanço, na segunda-feira, as ações chegaram a cair 5% em um movimento de realização, mas depois se recuperaram, enquanto engataram alta na terça-feira ao subirem mais de 6%. No ano, a alta acumulada supera os 40%, liderando os ganhos do Ibovespa.

A equipe de research do banco comenta que resultados vieram em grande parte em linha com o consenso e disse continua a ver a Embraer como um caso de investimento positivo a longo prazo.

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A receita ficou ligeiramente abaixo das expectativas do consenso devido a entregas de aeronaves mais fracas do que o esperado devido a desafios na cadeia de suprimentos. Como as entregas de aeronaves do 4º trimestre de 2023 já haviam sido divulgadas pela empresa, então não deveria ter havido surpresa quanto à queda, apontou.

O banco cita ainda que as perspectivas de receita (US$ 6,0 bilhões a US$ 6,4 bilhões) e Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado (US$ 390 milhões a US$ 480 milhões) da administração estão em grande parte alinhadas com o consenso (cerca de US$ 6,2 bilhões em receita; cerca de US$ 434 milhões em Ebit ajustado), enquanto a projeção do Morgan está no lado mais alto (cerca de US$ 6,4 bilhões em receita; cerca de US$ 472 milhões em EBIT ajustado).

No geral, o Morgan vê a história de investimento da Embraer como convincente e vislumbra uma oportunidade de compra atraente para investidores à medida que a empresa passa a entrar em “seu período de colheita” dos frutos plantados anteriormente.

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A Embraer é a principal escolha do banco no setor aeroespacial, tendo em vista que a fabricante de jatos deve se beneficiar de futuros pedidos de aeronaves comerciais, dadas as recentes dificuldades da Boeing e a possibilidade de uma greve da Airbus Canada (A220).

Nesse contexto, o banco disse ver de forma positiva o recente pedido de aeronaves comerciais feito pela American Airlines, assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) com dois países para o KC-390 (Índia e Arábia Saudita) e continuação da expansão nos segmentos Executivo e de Serviços, à medida que a empresa se posiciona ainda mais para conquistar participação de mercado como uma empresa A&D globalmente proeminente.

Além disso, o Morgan Stanley listou três catalisadores positivos a serem observados para a Embraer. Entre eles, estão a resolução da arbitragem entre a Boeing e a companhia relacionada à malsucedida aquisição pela Boeing do negócio de Aeronaves Comerciais da Embraer e um potencial acordo financeiro, esperado para ser resolvido no 1º semestre de 2024, bem como o retorno da Embraer a ser uma empresa pagadora de dividendos em 2025, potencialmente já no 2º semestre de 2024. Além disso, o banco prevê pedidos incrementais para os segmentos de Aviação Comercial (E175 ou E190-E2/E195-E2) e Defesa (KC-390 Millennium).

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O Morgan também atualizou suas estimativas para Embraer e agora prevê entregas de 78 aeronaves na Aviação Comercial, entregas de 130 aeronaves na Aviação Executiva, receita de cerca de US$ 6, 4 bilhões em 2024, margem Ebit ajustada de cerca de 7,4% e fluxo de caixa livre (FCF) de 2024 de cerca de US$ 275 milhões.

Já as estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 850 milhões e de FCF de US$ 341 milhões no próximo ano permanecem inalteradas.

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