Embraer: dados fortes ofuscam realização e EMBR3 fecha em alta após dia muito volátil

Ação EMBR3 chegou a bater os R$ 30, em alta, mas passou a cair, com investidores embolsando lucros

Equipe InfoMoney

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A Embraer (EMBR3), maior alta do Ibovespa no ano, teve uma sessão de forte volatilidade nesta segunda-feira (18) pós divulgação de balanço. A ação da fabricante de jatos chegou a bater os R$ 30 no intraday, mas logo passou a ter queda, que chegou a 4,95% (R$ 27,66) na mínima, em um movimento de realização de lucros. Contudo, as ações amenizaram as perdas e voltaram a subir durante a tarde, fechando com ganhos de 1,82%, a R$ 29,63, mais próximas das máximas do dia.

A forte volatilidade ocorreu em meio à repercussão não só dos resultados do quarto trimestre de 2023, como também do guidance (projeções) para 2024, que contava com grandes expectativas dos investidores. Apenas na semana passada, as ações da empresa acumularam uma alta de mais de 8% com revisões positivas de analistas e visões de uma boa carteira de pedidos a ser apresentada pela companhia.

Já na teleconferência pós-resultado, o vice-presidente financeiro da companhia também afirmou em que a Embraer poderá retomar o pagamento de dividendos em 2025. Com isso, a queda em boa parte da sessão foi atribuída ao fato de os investidores estarem embolsando lucros após os recentes ganhos – enquanto analistas seguiram bastante otimistas, o que também ajudou na recuperação ao longo do pregão.

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O Bradesco BBI destacou um sólido Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de US$ 254 milhões, alta de 11% ao ano e superando as projeções em 8%, enquanto o guidance de 2024 também foi forte. A expectativa é de entregas de aeronaves da aviação comercial entre 72 e 80 e da aviação executiva entre 125 e 135. Após o resultado, o banco reafirmou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) ERJ, com preço-alvo sendo elevado de US$ 27 para US$ 30, ou potencial de alta de 29%.

O Itaú BBA também tem recomendação outperform para os ativos e destacou os resultados próximos ao esperado no 4T23 nas linhas de receita e Ebitda, enquanto o guidance forte para o ano reforça a boa demanda atual do setor. A margem pode aumentar, segundo as projeções da própria companhia, enquanto o fluxo de caixa livre (FCF) projetado é de US$ 220 milhões em 2024, ante US$ 318 milhões no ano anterior.

Por outro lado, em sua teleconferência, a administração mencionou que a empresa preferia ser conservadora em sua orientação devido a questões da cadeia de suprimentos e potencial volatilidade no fluxo de caixa durante o ano, mas permanece bastante confiante de que os números divulgados serão entregues, apontou o BBA.

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Já o BTG Pactual apontou que a Embraer divulgou uma receita líquida sem surpresas no 4T, embora o Ebitda tenha sido uma leve decepção frente às projeções do banco. Os resultados do 4T foram impactados por itens não recorrentes, principalmente relacionados a despesas da Eve (não-caixa), ativos mantidos para venda e marcação ao mercado das ações da Republic. A margem, por sua vez, foi resiliente em todos os segmentos, enquanto a geração de fluxo de caixa livre ficou acima do guidance.

“Apesar das entregas de aeronaves apenas razoáveis no 4T, esperamos que a atenção se concentre no guidance positivo para 2024, com entregas sólidas esperadas e fluxo de caixa robusto. O backlog da Embraer encerrou 2023 em US$ 18,7 bilhões (o mais alto em 6 anos), a empresa permanece bem-posicionado na aviação e oferece uma boa exposição a uma indústria de aviação em recuperação, o que significa que as ações permanecem uma tese de valor interessante (crescimento do eVTOL, cibersegurança, outras parcerias)”, avalia o BTG, que também segue recomendando compra para a ação apesar da alta acumulado do ano, ainda vendo o papel como atrativo, “principalmente à medida que sua campanha comercial acelera”, pontua o banco.