Tensão política, Fomc, PIB dos EUA e resultados: o que acompanhar nos próximos dias

Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Apesar de definida a saída de Sergio Moro do ministério da Justiça após dois dias de especulação, este se tornou apenas mais um evento na crescente crise política, que deve ditar o tom do mercado nos próximos dias.

Analistas apontam que, além de toda a incerteza, aumentam os temores de que o governo pode ter novas baixas, em especial a do ministro da Economia, Paulo Guedes, cuja força no governo vinha sendo questionada pelo fato de Bolsonaro não ter dado o comando do plano pós-crise à pasta, com o chamado “Plano Pró-Brasil”.

Outro receio do mercado que pode afetar Guedes é que eventual perda de popularidade do governo prejudique a aprovação da agenda econômica. Além disso, aumenta o debate sobre os reflexos que as acusações feitas por Moro causarão no presidente Jair Bolsonaro.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No fim do dia, Bolsonaro realizou uma coletiva, rebatendo as acusações feitas por Moro mais cedo e ainda afirmando, entre outras coisas, que o agora ex-ministro condicionou a troca de comando na PF à sua indicação ao Supremo Tribunal Federal.

No mercado financeiro, além do feriado na sexta-feira (1), os investidores ficam de olho na temporada de resultados do primeiro trimestre, que começou com a Hypera (HYPE3) na sexta-feira e continua nos próximos dias.

A expectativa maior é pela avaliação de como o início da crise do novo coronavírus, em março, afetou os balanços das companhias brasileiras. Na terça-feira (28) sai o balanço da Vale (VALE3), enquanto a Petrobras (PETR3; PETR4) irá apresentar seu relatório de produção (o resultado é esperado para dia 14 de maio).

Continua depois da publicidade

Na agenda econômica, na sexta, o mercado de juros reduziu a aposta em corte da Selic após a disparada do dólar com a saída de Moro. Porém, a divulgação na próxima semana do IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, pode influenciar as projeções antes do Copom.

Estimativa mediana dos economistas consultados pela Bloomberg é de um índice mensal negativo de 0,03%, levando o comparativo anual a ficar abaixo de 3%. Na agenda ainda sairão o IGP-M, resultado do governo central e dados de crédito.

Agenda externa

No exterior, o mercado se volta para a reunião do Federal Open Market Committee (Fomc), na quarta-feira (29), seguida pela coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.

Entre os indicadores, segue atenção especial para os dados de pedidos de auxílio-desemprego, que na última semana atingiu um acumulado de 25 milhões de pedidos desde o início da crise.

Outros dois bancos centrais também anunciarão suas decisões de juros e podem afetar os mercados: Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão. Na Europa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, também irá discursar, com chance de anúncio de algum novo estímulo na região.

Mercado acompanha ainda dados que podem seguir mostrando o impacto da pandemia nas principais economias do mundo, como os PIBs dos EUA e zona do euro, ambos com estimativas de forte queda.

Clique aqui para conferir a agenda completa de indicadores.

Tudo o que você precisa saber para lucrar na Bolsa de Valores operando da sua casa em um curso gratuito: clique aqui e participe!

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.