Telefônica Brasil/Vivo (VIVT3) mostra crescimento surpreendente e ações sobem 5%; empresa vê consolidação como “necessária” no setor

Companhia de telefonia registrou alta de 50% do lucro na base anual, bem acima das projeções de analistas e consenso de mercado

Lara Rizério Mitchel Diniz

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Os números do segundo trimestre de 2023 (2T23) da Vivo (VIVT3), ou Telefônica Brasil, surpreenderam positivamente o mercado, com um forte crescimento na receita (+7,6% na base anual), tendo as receitas de serviços móveis e FTTH (Fiber to the Home, ou “fibra óptica para casa”) crescendo 10,4% e 14,3%, respectivamente.

Além disso, a margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita) em alta de 1,2 ponto percentual na base anual, principalmente devido ao desempenho sólido do serviço móvel.

O lucro líquido foi de R$ 1,1 bilhão, um aumento de cerca de 50% ano a ano, acima do consenso de mercado.

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Assim, os ativos fecharam com alta de 5,12%, a R$ 43,50, na sessão desta quarta-feira (26).

O Bradesco BBI vê como o principal destaque positivo do trimestre o forte crescimento do ARPU (receita média por usuário) –o que já era esperado em grande parte, e assim vê os resultados de neutro a marginalmente positivos para as ações.

O ARPU subiu 8,4% em base anual no segmento pós-pago (versus queda de 1,8% no 1T23) e 7,5% em base anual no segmento pré-pago (versus 2,9% no 1T23) impulsionado pelas recentes iniciativas de reajustes de preços.

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A Vivo ainda registrou crescimento de receita de serviço móvel de 10,4% na comparação anual, no 2T23, desacelerando do crescimento de 15,9% no 1T23, já que a base de comparação (2T22) agora inclui totalmente a incorporação da Oi.

A empresa reportou adições líquidas pós-pagas de 930 mil no 2T23 (versus 82 mil adições líquidas no 1T23).

“Vemos os resultados da Vivo no 2T23 como neutros a ligeiramente positivos para as ações, já que a maioria das tendências foi amplamente antecipada pelo mercado. No futuro, ainda vemos as ações da VIVT3 oferecendo bons retornos via dividendos (ao redor de 10%), implicando, em última análise, em uma boa proteção para os investidores”, aponta o Bradesco BBI.

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A Genial, por sua vez, destaca que a empresa apresentou um resultado robusto em linha com as suas expectativas, marcado por: (i) ajuste de preços impulsionando receita móvel e fixa; (ii) desaceleração dos custos totais; (iii) surpresa positiva no lucro líquido. “Sendo assim, seguimos nossa recomendação de compra com o preço-alvo de R$ 55,00”, reforça.

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O lucro líquido surpreendeu positivamente, ficando bem acima das expectativas da Genial (+28,0%), puxado por melhores margens operacionais e uma menor despesa financeira.

Os analistas do Credit Suisse, por sua vez, ressaltam o contínuo crescimento da Vivo acima da inflação como sendo algo bem positivo, e que essa tendência de aumento de preço nos planos/serviços ao longo do ano deve ser o principal catalisador de crescimento das receitas e fluxo de caixa da empresa.

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Consolidação e expansão

Em teleconferência com jornalistas sobre os resultados na manhã desta quarta, Christian Gebara, CEO da Vivo, diz a empresa está se expandindo em regiões dominadas pelos provedores regionais de internet, os ISPs. “Difícil encontrar um município que a gente adentra e não exista ISP presente nele”, explica.

Para o executivo a consolidação é necessária. “Não podemos ter um mercado com mais de cinco mil operadores, é importante que não tenha tanta rede em paralelo nas cidades”, disse Gebara.

No entanto, o executivo afirma que a Vivo ainda não encontrou um ativo que cumpra com os requisitos da empresa para que a operadora venha a participar do processo de consolidação. “Não encontramos ativos que não tenha uma sobreposição com a nossa rede, que é a maior do Brasil”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.