Qual é a margem de manobra de Adriano Pires na Petrobras?

Analistas acreditam que novo CEO manterá política de repassar variações de petróleo e câmbio aos preços dos combustíveis, mas deverá ser mais “flexível”

Giuliana Napolitano

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O futuro presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), o experiente especialista em energia Adriano Pires, declarou algumas vezes ser a favor da atual política de preços da empresa.

Mas alguma coisa o governo pretende mudar na Petrobras – ou não teria decidido trocar seu comando.

Analistas acreditam que Pires vá manter a atual política de repassar as variações de petróleo e câmbio aos preços internos dos combustíveis, mas deverá ser mais “flexível”.

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O novo CEO já defendeu a criação de subsídios temporários, que poderiam ser financiados pelos dividendos distribuídos pela Petrobras e os royalties de exploração de petróleo.

Se houver um novo choque de preços, o repasse para os consumidores poderia ser casado com a implementação de subsídios.

A Petrobras também poderia aumentar de forma temporária a importação de combustíveis, na visão de Silvio Cascione, diretor da consultoria Eurasia.

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Isso ajudaria a garantir o abastecimento em casos pontuais se importadores privados tivessem dificuldades por causa de atrasos no repasse de preços.

“A margem de manobra é estreita, mas existe”, diz Cascione. “O fato de o governo ter indicado pessoas com conhecimento do setor aumenta a chance de serem buscadas soluções que respeitem a lógica de mercado, mas também considerem o lado político da equação.”

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No começo de março, o governo indiciou Rodolfo Landim para presidir o conselho de administração da Petrobras. Landim é engenheiro, tem especialização em engenharia de petróleo e trabalhou na Petrobras por 26 anos.

Também foi presidente da OGX e da OSX (OSXB3), empresas que faziam parte do grupo do empresário Eike Batista e tiveram graves problemas financeiros. Hoje, é presidente do Flamengo.

A dúvida é se sua proximidade com o presidente Jair Bolsonaro poderia aumentar a interferência do governo na estatal.

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Para assumir os cargos, Pires e Landim precisam ser aprovados na assembleia geral da Petrobras, marcada para 13 de abril.

Privatização?

Adriano Pires também já defendeu a privatização da Petrobras, o que levou pessoas experientes do setor a acreditar que a intenção do governo seria caminhar com esse projeto.

Mas as chances de isso acontecer no curto prazo são remotas. Ontem, o ministro Paulo Guedes descartou a privatização durante o atual mandato de Bolsonaro.

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Giuliana Napolitano

Editora-chefe do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre finanças e negócios. É co-autora do livro Fora da Curva, que reúne as histórias de alguns dos principais investidores do país.