Oi (OIBR3;OIBR4): discussões no Cade dão sinais de avanço e ações fecham em disparada, mas ainda não há data para julgamento

Executivos da empresa e das concorrentes que adquiriram ativos da Oi em leilão se reúnem com presidente da autarquia

Mitchel Diniz

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Até a tarde desta terça-feira (18), constava na agenda de Alexandre Cordeiro Macedo, presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma reunião para tratar da compra de ativos móveis da Oi (OIBR3;OIBR4) pela TIM (TIMS3), Claro e Telefônica (VIVT3). Segundo a agenda de Macedo, disponível no site da autarquia, executivos da área jurídica das quatro empresas iriam participar do encontro.

Com a notícia de que a operação chegou, por fim, ao gabinete da presidência da autarquia, as ações da companhia em recuperação judicial desde 2016 dispararam, chegando a subir mais de 13% nas máximas do dia. Contudo, no final da tarde, o encontro não constava mais no site; procurada pelo InfoMoney sobre o motivo da mudança, a assessoria do Cade respondeu no início da noite que a reunião tinha sido cancelada.

Mesmo assim, os ativos seguiram em alta: os papéis OIBR3 subiram 12,99%, a R$ 0,87; OIBR4 avançou 8,82%, a R$ 1,48. Os sinais de avanço no Cade, ainda que desencontrados, animaram os papéis.

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“A venda da Oi móvel é extremamente importante para a continuidade da companhia, que deve focar em serviços relacionados à fibra”, afirma Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos. Havia até mesmo uma expectativa de que a venda dos ativos da empresa fosse julgada em sessão extraordinária na semana que vem. O Estadão, porém, apurou que esse julgamento não deve acontecer em janeiro, ainda que não demore tanto. A expectativa, de acordo com outras publicações, é de que ele ocorra entre fevereiro e março deste ano.

O analista ressalta que os papéis da Oi não entram na carteira de muitos fundos porque a empresa está em recuperação judicial. “Além disso, a companhia é complexa e demanda bastante tempo para fazer a análise. Com o cenário de muitas ações baratas, muitos analistas estão preferindo analisar outros cases, mais simples e com alto potencial de retorno”, afirma Komura.

Com o negócio de R$ 16,5 bilhões, fechado em dezembro de 2020 em leilão judicial, Vivo, TIM e Claro teriam, juntas, mais de 98% do mercado de voz e dados móveis após a compra de ativos da Oi. Em novembro do ano passado, a superintendência-geral do Cade recomendou a aprovação do negócio, com a adoção de medidas visando reduzir riscos concorrenciais, e remeteu a operação à analise do tribunal da autarquia.

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Na época, a superintendência ressaltou que a operação reduz de quatro para três as principais empresas nos mercados de acesso às redes móveis em atacado e de serviços móveis de voz e dados. Isso poderia reduzir o incentivo para que TIM, Claro e Telefônica Brasil forneçam acesso a outros concorrentes, levando-as a compartilhar os elementos apenas entre si, de maneira coordenada.

Para reduzir esse risco, a superintendência negociou um acordo de controle de concentrações em que o Grupo Oi se comprometeu a oferecer acordos de ran sharing e de aluguel de espectro adquirido em municípios com menos de 100 mil habitantes.

Para as outras, foi fechado um acordo de roaming e operadoras de rede móvel virtual para acesso às redes móveis em atacado, visando viabilizar eventual entrada de concorrente no setor.

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Acordo de energia 

Ainda no radar da Oi, ela fechou acordo para comprar 20% da geração de energia da usina de biogás construída em Seropédica (RJ) pela Eva Energia. A planta está começando a operar este mês e vai ser inaugurada oficialmente em fevereiro. Pelo contrato, a Eva vai fornecer 8,76 GWh por ano, energia suficiente para atender 6.000 domicílios.

A estimativa é de que a planta gere uma economia mensal de 40% nas contas de luz da Oi, garantindo uma redução de custo da ordem de R$ 2,5 milhões ao ano.

“Com a aquisição, a Oi passa a contar com biogás entre as fontes renováveis que compõem sua matriz de energia, ao lado de biomassa, solar e hídrica”, informou a companhia.

Atualmente, disse a Oi, cerca de 50% da matriz de energia da companhia já é proveniente de fontes renováveis, e a meta é aumentar o uso dessas fontes para 80% até o final de 2022 e chegar a 100% até 2025.

Pelo acordo firmado com a Eva, a cada mês, a energia que a Oi vai receber da usina de biogás será injetada na rede da concessionária de energia que atende a companhia no município do Rio de Janeiro.

Com isso, as 1.819 unidades da Oi atendidas pela concessionária terão desconto em fatura proporcional à quantidade de energia injetada pela usina.

(com Estadão Conteúdo)

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados