BRF (BRFS3) pode levantar cerca de R$ 8 bilhões em oferta de ações; papel cai 5,8% após 4 sessões de alta

A oferta consistirá na distribuição pública primária de, inicialmente, 270 milhões de ações, podendo ser acrescida em até 20%

Equipe InfoMoney

Sadia: marca de referência da BRF é uma das mais desejadas pelo mercado (Divulgação/BRF)

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A BRF (BRFS3) informou nesta terça-feira (18) a realização de oferta pública de distribuição primária com esforços restritos de ações ordinárias, de emissão da Companhia, incluindo sob a forma de American Depositary Shares (ADRs), cada ADR representativo de uma ação.

A oferta consistirá na distribuição pública primária de, inicialmente, 270 milhões de ações. A oferta pode ser acrescida em até 20%, ou seja, até 54 milhões ações.

Considerando a cotação de fechamento das ações na B3, em 17 de janeiro de 2022, e dos ADRs na NYSE, em 14 de janeiro de 2022, foi, respectivamente, de R$ 24,75 por Ação e US$ 4,38 por ADR, o montante total da oferta seria de R$ 6,682 bilhões, sem considerar as ações Adicionais, e R$ 8,019 bilhões, considerando ações adicionais.

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O preço por ação será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções de investimento.

No âmbito da oferta, a emissão das ações da oferta pela companhia será realizada com exclusão do direito de preferência dos seus atuais acionistas.

A BRF pretende investir a totalidade dos recursos líquidos obtidos para reforçar a estrutura de capital da companhia, expandir suas atividades e/ou realizar investimentos estratégicos.

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Os coordenadores da operação serão Citigroup, Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan, Morgan Stanley, Safra, Santander, Bank of America Merrill Lynch, Credit Suisse e UBS Brasil.

Em relatório, a XP destacou considerar a potencial desalavancagem após a emissão como positiva para a BRF.

Os analistas destacam que a BRF está sendo negociada a um múltiplo de 5,1 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros impostos, depreciações ou amortizações (ou múltiplo de EV/Ebitda), abaixo do valor que consideram justo de 6,1 vezes, mas mantêm recomendação neutra devido às incertezas sobre as perspectivas da empresa, a maioria delas não relacionadas aos seus fundamentos.

A XP diz que o follow-on também pode permitir que a Marfrig (MRFG3) compre mais ações, em continuidade ao movimento do ano passado. Para os analistas, seria positiva a formação de uma nova empresa a partir da fusão entre elas, principalmente devido às sinergias comerciais positivas, embora diferenças culturais possam representar um risco no curto prazo.

Contudo, nesta terça, após quatro sessões de ganhos, os papéis fecharam com baixa de 5,78%, a R$ 23,32.

Isso porque, na assembleia, a aprovação dos acionistas para a realização da oferta foi de 80%. Votando contra o aumento de capital está o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, o fundo Petros – representado pelo ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Marcelo Trindade – que possui 7,01% da BRF.

Além do voto contrário, destaca a Levante Ideias de Investimentos, Trindade anexou ao voto seu parecer argumentando que o follow-on não se enquadra nas exceções de poison pill, mecanismo de proteção da companhia a seus acionistas minoritários que obriga que o comprador realize uma oferta de compra a todos os acionistas após atingir certa participação na empresa. No caso, a marca de 33,33% pela Marfrig, que detém atualmente 33,2% da BRF.

“Após a contestação de Marcelo Trindade, o aumento de capital se torna mais incerto. Pelo tamanho da oferta, esperava-se que a Marfrig seria a principal compradora, aumentando sua posição na empresa”, aponta a equipe de análise.

Porém, caso a Marfrig não queira arriscar entrar na briga, havendo a possibilidade de realizar uma OPA (o que custaria cerca de R$ 5 bilhões),aponta a casa de análise, o máximo de ações que a empresa pode comprar no follow-on sem aumentar sua participação é 33%, ou cerca de R$ 2,5 bilhões. Dessa forma, ainda restariam mais de R$ 5 bilhões que devem ser alocados pelo mercado, avalia.

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