Oi (OIBR3): UBS BB reduz recomendação para neutra e corta preço-alvo para R$ 0,60

Para analistas, empresa deve enfrentar alta competitividade no segmento de fibra óptica e ter dificuldades para gerenciar dívidas

Mitchel Diniz

(Envato/leungchopan)

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O UBS BB fez um downgrade na classificação das ações ordinárias da Oi (OIBR3), de compra para neutra. Além disso, a casa cortou o preço-alvo do papel, de R$ 1,70 para R$ 0,60 (um potencial de alta de 11% frente o fechamento da véspera). Na avaliação do UBS BB, a Oi, que se prepara para sair da recuperação judicial em breve, enfrenta desafios em diversas frentes. Essa foi a justificativa utilizada para os rebaixamentos, ainda que o papel tenha acumulado uma perda da ordem de 70% nos últimos 12 meses.

De acordo com os analistas da casa, o principal ativo da Oi hoje é sua participação na V.Tal, antiga InfraCo, negócio de fibra óptica. Recentemente, a empresa concluiu a venda de uma fatia na V.Tal para fundos do BTG Pactual e Globenet. Com a transação, a participação da Oi na empresa diminuiu de 42,1% para 34,7%.

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O UBS BB acredita que a participação da Oi na V.Tal pode demorar anos para ser monetizada e enumera tendências não tão favoráveis no segmento de banda larga. Primeiro, porque o mercado brasileiro está dividido entre os três maiores players, que tem uma fatia de 52% do mercado, e mais de 15 mil provedores, que detêm os 48% restantes.

Para os autores da análise, essa fragmentação do mercado traz duas consequências para a Oi. A primeira, é que a concorrência acirrada diminui o ritmo de adições líquidas da companhia, em relação a seus pares, e limita a sua capacidade de subir preços. Em segundo lugar, a consolidação desse mercado fortalece os concorrentes da Oi, que são empresas sólidas, com poder para fazer aquisições.

“A consolidação do mercado também vai impulsionar a consolidação da rede, resultando em menor demanda por serviços da V.Tal – tendência que verificamos até agora”, escreveram os analistas.

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Contudo, mesmo enxergando essas tendências, o UBS BB afirma ter visão construtiva em relação à empresa. A casa prevê margem de fluxo de caixa operacional em 3% para a empresa em 2024. Para o V.Tal, os analistas acreditam que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) poderá triplicar até 2026, para R$ 4,2 bilhões.

Por outro lado, o UBS BB vê um crescimento de 80% na dívida líquida da Oi entre 2023 e 2026. Nos cálculos dos analistas, as de despesas com juros e outras garantias da empresa devem chegar a R$ 2 bilhões por ano, superando o Ebitda previsto de R$ 1,9 bilhões por ano – e resultando em queima de caixa. O valuation da casa sobre a Oi é de 15,7 vezes o Ebitda de 2023, incluindo, no cálculo, a participação da empresa na V.Tal.

“O principal upside [potencial de alta] que vemos para a Oi pode vir da gestão de sua dívida, em que o potencial para melhorar os custos é desafiado pelo ambiente atual de baixa liquidez e alto risco”, afirma a equipe do UBS BB.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados