Oi (OIBR3; OIBR4): administrador de recuperação judicial entrega quadro de credores à Justiça

Com quadro de credores em mãos, juiz poderá preparar sentença para concluir recuperação judicial da companhia

Mitchel Diniz

Oi telecomunicações

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O administrador judicial da recuperação judicial (RJ) da Oi (OIBR3;OIBR4) apresentou na noite desta segunda-feira (27) à Justiça o quadro geral de credores (QGC) da companhia. No final do último mês de março, o  juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, havia concedido um adicional de 60 dias úteis para a apresentação do documento e o prazo para a entrega se encerraria nesta segunda-feira.

Com o quadro de credores em mãos, o juiz poderá preparar a sentença de conclusão da recuperação judicial da companhia. A a advogada Adriana Conrado Zamponi, da Wald Advogados, administrador judicial da Oi, explica que agora a Justiça vai abrir vista do processo ao Ministério Público, que precisa se manifestar sobre o relatório apresentado.

“Após isso o juiz irá elaborar a sentença, mas não há prazo certo. E considerando o volume do processo, a elaboração dessa sentença não é da noite para dia. Ele provavelmente precisará de um tempo para preparar”, afirmou a advogada.

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Segundo ela, desde que a companhia entrou em recuperação judicial, em 2016, o número de incidentes registrados na plataforma on-line de negociações com credores chegava a mais de mil por mês.

“Na época em que pediu a recuperação, a Oi tinha mais de 500 mil ações”, explicou, e elas não pararam de chegar. Ao prorrogar o prazo de entrega de quadro de credores, o juiz determinou que a plataforma on-line de negociações fosse encerrada.

Por que a empresa entrou em recuperação judicial?

Com incentivos públicos e dinheiro em caixa, a Oi realizou diversas aquisições que criaram uma “super tele”, mas comprometeram a sua saúde financeira. Segundo analistas, a ideia da super tele era promissora, pois a Oi dominava uma grande área no país. O problema foram as dívidas, que cresceram de forma exorbitante por conta das aquisições e sangraram o caixa da companhia.

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Em setembro de 2016, com uma dívida de R$ 65 bilhões, a Oi teve aprovado o seu plano de recuperação judicial, o maior já visto no Brasil até hoje. Na assembleia, ficou definido que a companhia seria dividida em quatro partes: torres, ativos móveis, data center e fibra ótica.

No dia 20 de abril, a empresa concluiu a venda de ativos móveis para Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro.

Com o fechamento da operação, as compradoras realizaram o pagamento em dinheiro de R$ 14,5 bilhões.

No último dia 10 de junho, a empresa informou que foi concluído o fechamento da venda parcial da unidade de fibra óptica InfraCo – ou V.tal – aos fundos do BTG Pactual (BPAC11), juntamente com a Globenet Cabos Submarinos. Os novos investidores passam assim a deter o controle da operação.

O negócio tem alto potencial de crescimento, segundo analistas. Com a substituição de fiação de cobre por fibra óptica, a Nova Oi aposta na construção da rede neutra – uma estrutura que também poderá ser utilizada por outras operadoras.

A V.tal, com foco no atacado, vai disponibilizar infraestrutura de fibra para essas operadoras e provedores de internet. Esse braço da Oi promete ter papel relevante em levar 5G para operadoras de telefonia móvel.

Com a saída da recuperação judicial, as ações da Oi poderão ser acessadas por fundos de investimento que são impedidos de investir em empresas em RJ. Os papéis também poderão entrar em índices do mercado de ações.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados