Mercado Bitcoin passa a negociar Dogecoin; entenda os riscos da criptomoeda meme

Corretora permitirá apenas a compra e venda de Dogecoin, com depósitos e retiradas sendo aceitos apenas no futuro

Rodrigo Tolotti

SÃO PAULO – O Mercado Bitcoin, maior corretora de criptomoedas do Brasil, passou a oferecer nesta quinta-feira (18) a negociação da Dogecoin (DOGE) em sua plataforma.

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Em e-mail enviado para clientes na última quarta, a companhia informou o lançamento e destacou que agora será possível aproveitar as “oportunidades de uma moeda que valorizou cerca de 5.000% só em 2021”. Vale ressaltar, porém, que especialistas são bastante céticos sobre o investimento em Doge.

Com o anúncio, o Mercado Bitcoin explicou ainda que em um primeiro momento a criptomoeda será disponibilizada na modalidade “pré-listagem”, ou seja, o cliente só poderá comprar ou vender Dogecoin dentro da plataforma. Apenas mais para frente que a exchange disponibilizará depósitos e retiradas diretos com a cripto.

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Os interessados precisam ter uma conta na corretora e dinheiro disponível na carteira dentro dela. Com isso, será possível negociar Doge como é feito com qualquer outra criptomoeda no sistema do Mercado Bitcoin, apenas com a restrição de depósitos e saques.

Em suas redes sociais, a corretora postou um vídeo preparando para o lançamento:

A Dogecoin tem seu nome baseado em um meme de internet chamado “Doge”. Ele ganhou popularidade em 2013 e retrata um cachorro da raça Shiba Inu ao lado de frases sem sentido em um texto multicolorido usando a fonte Comic Sans.

Ela foi criada pelos engenheiros de software Billy Markus e Jackson Palmer para ser usada como uma alternativa mais rápida e “divertida” ao Bitcoin.

Desde então, ela ganhou fama na comunidade cripto, principalmente por conta do apoio que recebe de Elon Musk, CEO da Tesla. No acumulado de 2021, a Doge registra valorização de cerca de 4.000%, cotada a US$ 0,2284 nesta quinta.

Atualmente, ela ocupa o 10º lugar entre as maiores criptos do mundo em valor de mercado, mas já conseguiu ser a quarta maior em maio desse ano, quando bateu sua máxima histórica de US$ 0,7376. Desde então já acumula perdas de quase 70%.

Falta de fundamentos

Apesar do seu sucesso na comunidade cripto, a Dogecoin não é bem vista por especialistas do mercado, que ressaltam principalmente a falta de fundamentos da moeda digital (leia mais aqui).

Nos últimos meses, com a ajuda de Musk, houve uma evolução em relação ao desenvolvimento da Doge, mas ainda assim a avaliação é que falta um time dedicado e competente por trás do ativo para sustentar uma perspectiva mais positiva sobre o futuro dele.

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Analistas ressaltam ainda que a própria proposta inicial da Dogecoin não se levava a sério, surgindo de um meme e se sustentando como um.

Em maio deste ano, quando a criptomoeda disparou para sua máxima, Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, explicou ao InfoMoney o risco de se investir no ativo: “Estamos falando de um protocolo que não tem um time de desenvolvedores dedicados, trabalhando em melhorias e novas implementações. Um ativo que tem uma base monetária extremamente inflada, a quantidade total de dogecoins em circulação é muito alta e os saldos são bastante concentrados entre os maiores detentores”.

Há cerca de uma semana, a Dogecoin passou por uma atualização focada em reduzir as comissões nas transações. Apesar de ser um avanço no sistema da cripto, na última quarta (17), a Binance informou a suspensão dos saques do ativo por duas semanas diante de uma falha gerada com essa atualização.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.