Dogecoin tem nova disparada e já acumula alta de 13.330% em 2021, mas analistas alertam: “sem fundamentos”

Criptomoeda criada como um meme tem chamado atenção do mercado, mas especialistas sugerem ficar fora desse rali de grande risco

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Além das criptomoedas mais tradicionais, como Bitcoin e Ethereum, uma outra moeda digital tem chamado atenção dos investidores nos últimos meses. A Dogecoin, criada como uma brincadeira baseada em um meme, já acumula valorização de 13.330% em 2021.

Nesta quarta-feira (5), a moeda digital chegou a ter alta de mais de 40% no acumulado de 24 horas, renovando sua máxima histórica, mas perdeu força durante a tarde e às 15h (horário de Brasília), tinha valorização de 11,8%, cotada a US$ 0,6291. Em 7 dias, os ganhos são de 107%, segundo dados do CoinMarketCap.

Com esse novo rali, a Dogecoin passa a ocupar o posto de quarta maior criptomoeda em valor de mercado, atrás apenas do Bitcoin, Ethereum e Binance Coin. Agora, a moeda digital tem uma capitalização de US$ 82,15 bilhões, superando com folga empresas como Ford e Twitter, que valem cerca de US$ 45 bilhões.

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Essa cripto moeda tem seu nome baseado em um meme de internet chamado “Doge”. Ele ganhou popularidade em 2013 e retrata um cachorro da raça Shiba Inu ao lado de frases sem sentido em um texto multicolorido usando a fonte Comic Sans.

A Dogecoin foi criada pelos engenheiros de software Billy Markus e Jackson Palmer para ser usada como uma alternativa mais rápida e “divertida” ao Bitcoin. Desde então, ela ganhou fama na comunidade cripto.

Esta não é a primeira vez que a criptomoeda tem um rali forte. No início deste ano, junto com o fenômeno envolvendo as ações da GameStop por conta de fóruns no site Reddit, alguns usuários também ajudaram a impulsionar os preços da moeda digital.

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Mais recentemente, o CEO da Tesla, Elon Musk, passou a comentar sobre a Dogecoin em suas redes sociais, ajudando a inflar o preço da criptomoeda. Agora, entusiastas do ativo estão atentos à participação do executivo no famoso programa de comédia Saturday Night Live, no próximo sábado (8).

Musk já avisou que irá apresentar um quadro no programa e que irá aparecer como um personagem chamado “Dogefather”, uma brincadeira entre a criptomoeda meme e o filme “O Poderoso Chefão” (“The Godfather”, em inglês).

Sem fundamentos

Apesar do forte rali e do apoio de alguns nomes famosos como Musk, especialistas alertam que a Dogecoin não tem fundamentos e os investidores não devem entrar na onda desta alta.

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Segundo João Marco Cunha, gestor de portfólio da gestora Hashdex, a criptomoeda tem um “baixo engajamento dos desenvolvedores, o que limita sua evolução, sem ter uma proposta de valor convincente”. “A rede ainda é pouco descentralizada e vulnerável. Portanto, é difícil apontar fundamentos para movimento de preços observado”, afirma.

Já Safiri Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero Swiss, reforça que “claramente a Dogecoin é um ativo sem nenhum fundamento”, sendo que a alta é puxada apenas pelo fluxo de mercado, aumentando o risco do ativo.

“Estamos falando de um protocolo que não tem um time de desenvolvedores dedicados, trabalhando em melhorias e novas implementações. Um ativo que tem uma base monetária extremamente inflada, a quantidade total de dogecoins em circulação é muito alta e os saldos são bastante concentrados entre os maiores detentores”, explica.

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Felix lembra ainda que a própria proposta da Dogecoin não era ser um projeto sério: “Ela nasce um meme e continua sendo um meme”.

Ele não recomenda o investimento na criptomoeda e afirma ainda que o investidor que decidir se arriscar precisa ter em mente que estará “operando exclusivamente fluxo”. “Da mesma forma que ela valorizou tão rápido nos últimos meses, a perspectiva é que em uma eventual correção ela também perca muito valor”, conclui.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.