Isa Cteep (TRPL4) tem lucro líquido de R$ 409,2 mi no 1º tri, alta anual de 33,7%

Com um plano de investimento de R$ 15 bilhões até 2028, o capex da empresa cresceu 53,6%, para R$ 835,1 milhões

Mitchel Diniz

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A Isa Cteep (TRPL4) registrou lucro líquido regulatório de R$ 409,2 milhões no primeiro trimestre de 2024. A cifra é 33,7% maior que a obtida um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) regulatório foi de R$ 896,9 milhões, com alta de 21,4% na mesma base de comparação. A margem Ebitda recuou 1,9 ponto percentual, para 80,9%.

A receita líquida regulatória da Isa Cteep foi de R$ 1,108 bilhão, com crescimento anual de 24,3%. A cifra foi impulsionada pela energização de novos projetos greenfield, reforços e melhorias. A receita de RBSE (Rede Básica do Sistema Existente), um tipo de compensação paga pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi de R$ 646,2 milhões no período.

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Com um plano de investimento de R$ 15 bilhões até 2028, o capex da Isa Cteep no primeiro trimestre de 2024 cresceu 53,6% na comparação anual, para R$ 835,1 milhões. A maior parte desse montante (R$ 592 milhões) foi direcionado para projetos greenfield, licitados em leilões de transmissão. A companhia tem sete projetos em construção, com capex total estimado de R$ 10 bilhões.

Leia mais: Ausência ilustre em leilão da Aneel, Isa Cteep pisa no freio em novas concessões

Em reforços e melhorias, os investimentos foram de R$ 243,1 milhões no primeiro trimestre, com alta de 19,9%. “Acreditamos que vamos fazer algo em torno de R$ 1 bilhão por ano”, afirmou Rui Chammas, CEO da Isa Cteep.

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Rui Chammas, CEO da ISA Cteep (Divulgação)

Controle do endividamento

A dívida líquida da companhia registrou um avanço de 12% em relação ao primeiro trimestre de 2023, para R$ 8,134 bilhões. No último mês de fevereiro, a Isa Cteep concluiu o pagamento da última emissão de debêntures que ainda apresentava covenants, no valor de R$ 445 milhões.

Em março, a empresa fez uma nova emissão de debêntures simples conversíveis em ações, no montante total de R$ 1,327 bilhões. O objetivo é recompor caixa para fazer frente aos investimentos. Com esses movimentos, a companhia reduziu o custo médio nominal de sua dívida em 10,51% no primeiro trimestre.

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“O fato de não termos mais nenhuma emissão com covenant é positivo, mostra a credibilidade que o mercado tem com a empresa. Hoje nem toda companhia pode se dar a esse luxo”, afirma Carisa Cristal, CFO da Isa Cteep. A empresa tem outras emissões no horizonte para arcar com o compromisso de capex.

“A gente também vem crescendo em Ebitda, com a entrega de reforços e melhorias. Temos Minuano [um dos projetos greenfield] previsto para entrar em operação, o que também vai melhorar o Ebitda da companhia. E tem uma revisão tarifária periódica que também deve contribuir de forma favorável à receita da empresa”, explica a CFO.

Diante dessa combinação de receitas, Carisa acredita que o nível de alavancagem deve ficar em nível “bem adequado para uma empresa de capital intensivo”. A relação dívida líquida/ Ebitda da companhia ficou em 2,29x no primeiro trimestre ante 2,39x registrada um ano antes. A executiva calcula que nos anos de 2026 e 2027, que concentram o compromisso de capex, a alavancagem pode variar entre 3,5x e 4x.

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Hoje, apenas contratos financeiros com o BNDES, no valor de R$ 592 milhões, permanecem com covenants financeiros e exigem que a alavancagem não passe de 3x. “É um valor pequeno, que pode ser liquidado a qualquer momento. Também temos um histórico positivo com o BNDES, que nos concedeu waiver [adiamento] em dois momentos que a companhia precisou”, conta a CFO.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados