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Protagonista dos leilões de transmissão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2023, a Isa Cteep está mesmo fora do primeiro certame deste ano, marcado para amanhã (28), confirmou o IM Business. A companhia já vinha sinalizando a possibilidade de ficar de fora da disputa por novos lotes para priorizar seu atual portfólio de projetos, que deve demandar investimentos da ordem de R$ 15 bilhões nos próximos cinco anos. Ainda que veja os leilões como uma importante via de crescimento, a Isa Cteep não quer se alavancar a ponto de arriscar sua reputação perante as agências de classificação de risco, nem desfalcar a distribuição de proventos aos acionistas.
“Queremos seguir com uma disciplina financeira que nos permita continuar captando recursos baratos. Somos ‘triple A’ no mercado de dívida no Brasil e queremos seguir distribuindo ao acionista 75% do lucro líquido regulatório. Dentro desse equilíbrio, praticamos nossa estratégia”, afirmou Rui Chammas, CEO da Isa Cteep em entrevista ao Por Dentro dos Resultados.
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“Nos últimos anos, entregamos muitos projetos e a rentabilidade média, calculada no retorno ao acionistas, foi superior a dois dígitos. Não imaginamos, olhando para frente, ter uma taxa interna de retorno menor do que isso”, completou o executivo.
Em junho do ano passado, a empresa arrematou os lotes 7 e 9 do leilão de transmissão, com o compromisso de investir R$ 2,4 bilhões nas concessões. Em agosto, assumiu também o lote 1, depois que o vencedor do certame, o Consórcio Gênesis, foi inabilitado pela Aneel. A concessão exigia mais R$ 3,2 bilhões de capex.
“Nós só assumimos o lote depois de uma análise criteriosa de fluxo de caixa futuro e ao percebermos que tínhamos capacidade de agregar valor com o lote. […] Vamos continuar fazendo isso leilão a leilão. Estudar com muito detalhe para tomar a decisão de participar e, no momento adequado, trazer novos projetos para o nosso portfólio”, afirma Chammas.
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Atualmente, a Isa Cteep faz a gestão de 35 concessões de energia. Sete projetos de expansão do sistema de transmissão nacional estão em construção e vão demandar investimentos de R$ 10 bilhões nos próximos anos. Quando prontos, devem agregar mais de R$ 1 bilhão por ano às receitas, de acordo com os cálculos da companhia.
Além das concessões, a companhia também tem investimentos de R$ 5 bilhões a fazer em reforços e melhorias em linhas e subestações já operacionais.
Oportunidades no mercado de dívida
Chammas explica que a Isa Cteep deve aproveitar o bom momento no mercado dívida para financiar o capex dos próximos cinco anos. “O mercado de dívida hoje se mostra bastante interessado em empresas de infraestrutura”, afirma, citando possíveis emissões de debêntures incentivadas e as recém-regulamentadas debêntures de infraestrutura.
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O CEO também acredita que o endurecimento de regras para emissão de títulos e o interesse de fundos de pensão em debêntures de infraestrutura poderão baratear as futuras captações.
“A maior disciplina na permissão de emissões de CRIs, CRAs, LCIs e LCAs diminuiu a capacidade do mercado de gerar papéis isentos de imposto de renda. O que uma empresa como a nossa, de infraestrutura, é capaz de fazer”, pontua.
“Percebemos uma demanda maior no mercado secundário para papéis como os nossos. O que nos faz acreditar ser possível obter spreads menores nas próximas emissões. Além disso, a entrada dos novos bolsos dos planos de pensão, com a debênture de infraestrutura que está para ser lançada, nos traz uma perspectiva de captar recursos com custo até mais baixo do que imaginávamos”, conclui o CEO.
