Sem fôlego para recuperação, Ibovespa futuro opera entre perdas e ganhos; dólar e juros voltam a subir

O destaque do dia é o "payroll", com números de criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos e a taxa de desemprego

Mitchel Diniz

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa futuro opera entre perdas e ganhos nos primeiros negócios desta sexta-feira (6), com uma leve vantagem sobre o exterior nesta manhã. O pré-mercado em Nova York, por sua vez, não encontra fôlego para uma recuperação e dá sequência às perdas de ontem, um dos piores dias para as Bolsas em dois anos.

O destaque do dia é o payroll, o conjunto de dados oficiais do mercado de trabalho americano. Em abril foram criadas 428 mil vagas de trabalho, acima do consenso Refinitiv espera a criação de 391 mil. A taxa de desemprego ficou estável, em 3,6%.

O mercado de trabalho segue aquecido e tem sido apontado pelo Federal Reserve como um gerador de inflação para a economia americana, com a oferta de empregos superando a demanda por vagas e salários em ascensão. Com a taxa de desemprego caindo, a autoridade monetária teria espaço para subir juros de forma mais agressiva, no intuito de estabilizar os preços.

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O dia também deve ser de repercussão dos resultados de importantes empresas da Bolsa Brasileira, como Bradesco (BBDC4) e Petrobras (PETR3;PETR4), que divulgaram números melhores que o esperado.

Às 9h11 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro para junho avançava 0,18%, aos 107.025 pontos.

O dólar comercial abriu com ganhos moderados e subia 0,25%, a R$ 5,028 na compra e R$ 5,029 na venda.

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Os juros futuros sobem pelo segundo dia consecutivo: DIF23, +0,02 pp, a 13,26%; DIF25, +0,06 pp, a 12,39%; DIF27, +0,08pp, a 12,24%; e DIF29, +0,09 pp, a 12,33%.

Em Nova York, os futuros recuam com mais intensidade: o Dow Jones futuro caía 0,39%, enquanto os futuros do S&P 500 e Nasdaq operavam em baixa de 0,51% e 0,67%, respectivamente.

Os índices europeus devem terminar a semana com o pior desempenho em dois meses, também repercutindo a liquidação em Wall Street e a perspectiva de um ciclo de aperto monetário mais agressivo para conter a escalada global de preços. Ações de consumo do continente são as mais penalizadas na sessão de hoje.

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Ontem, o Banco Central da Inglaterra elevou a taxa de juros para 1% e, ao anunciar a decisão, alertou para o risco de uma recessão. A libra esterlina opera no menor valor em dois anos em relação ao dólar. O índice Stoxx 600, que tem na carteira ações de 17 países europeus, recua 1,52%.

Os mercados asiáticos caíram em grande parte nesta sexta-feira, depois que uma queda noturna em Wall Street levou o Dow Jones Industrial Average ao seu pior dia desde 2020. O índice Hang Seng de Hong Kong liderou as perdas regionalmente, pois caiu 3,81%, fechando em 20.001,96.

Os dados mostram que os recentes bloqueios de Covid na China estão atingindo mais do que apenas Pequim e Xangai, onde a maior parte das novas infecções foi encontrada. Além disso, a imprensa local afirma que o governo chinês não está disposto a abrir mão de sua política de Covid zero. Medidas de estímulo são esperadas para o fim de semana.

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Já a Bolsa do Japão, que voltou a funcionar hoje depois de um feriado local. fechou em alta, puxada por ações de exportadoras, com a valorização do dólar em relação ao iene. Ações de companhias aéreas também subiram com a perspectiva de flexibilização de entrada de turistas no país. Hoje, o Japão permite a entrada de 10 mil pessoas por dia no país, apenas em ocasiões de negócios, visitar técnicas e estudantes.

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Candle de ontem, por mais que não tenha fechado abaixo da mínima do candle anterior, frustrou a expectativa de alta e segue ainda sem definição de tendência no curto prazo. Próximo suporte: 100.000; próxima resistência: 109.000.”

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Dólar

“Segue sem romper o fundo intermediário de R$ 4,945 e sem romper a resistência forte de R$ 5,130. Ainda em consolidação, dentro de um movimento que ainda podemos considerar como repique da última queda.”

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados