Ibovespa fecha em leve queda de 0,18%; Wall Street tem baixa mais acentuada com protestos na China

Em sessão de baixa liquidez, com partida da seleção brasileira na Copa do Mundo, o dólar também recuou

Mitchel Diniz

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O Ibovespa terminou o pregão desta sexta-feira praticamente no zero a zero, em mais uma sessão marcada pela forte volatilidade. Ainda assim, o índice de referência da Bolsa brasileira conseguiu se sair melhor do que os mercados lá fora, que repercutiram uma onda de manifestações na China e sinais de dirigentes do Fed sobre uma política monetária mais apertada nos Estados Unidos.

A segunda vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo, contra a Suíça, pode até ter distraído o investidor por algumas horas e reduzido o volume de negócios da Bolsa, mas não desviou o foco do noticiário político, que tem marcado o vaivém do mercado.

A chegada de Lula em Brasília, para tentar destravar a PEC da Transição no Congresso, trouxe a perspectiva de que esta pode ser uma semana de importantes definições. Não só em termos de apaziguamento de dúvidas quanto à situação fiscal do próximo governo, mas também de nomes para a próxima equipe econômica.

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Vale lembrar que Fernando Haddad tem sido apontado como nome mais cotado para substituir Paulo Guedes na Economia, possibilidade que não tem sido bem vista pelos agentes do mercado.

“Existe a possibilidade de não termos extremos, seja da proposta do governo de waiver [perdão] de R$ 200 bilhões, mas também não achamos que será o mais palatável para o mercado. Vamos ver como essas negociações andam e, conforme isso caminhar, o mercado vai conseguir tomar posições”, afirmou Bruna Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.

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O Ibovespa fechou em queda de 0,18%, aos 108.782 pontos. O giro financeiro da sessão foi de R$ 18,5 bilhões.

A Petrobras (PETR3;PETR4), uma das empresas de maior peso do índice, fechou em alta de mais de 2% garantindo que o Ibovespa tivesse um melhor desempenho do que os seus pares internacionais. A petrolífera foi citada em diversos relatórios divulgados nesta segunda-feira, após a notícia de que Décio Odonne, ex-presidente da ANP, poderia assumir um cargo técnico na companhia, o que foi bem visto.

Os atuais dirigentes da estatal tiveram uma reunião hoje com a equipe de transição de Lula. No encontro, foi pedido que a empresa interrompa a venda de ativos que estava em curso.

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As maiores baixas do índice foram encabeçadas pelas varejistas, que repercutiram as vendas abaixo do esperado na última Black Friday. Americanas (AMER3) fechou em queda de mais de 9%, enquanto Via (VIIA3) recuou mais de 6%.

O dólar comercial devolveu parte dos ganhos da última sexta-feira e fechou a sessão de hoje em baixa de 0,82%, a R$ 5,365 na compra e R$ 5,366 na venda.

Em Nova York, as Bolsas fecharam em queda forte. Os mercados lá fora repercutiram as manifestações na China contra a política de Covid zero em vigor no país. Alguns protestos chegaram a pedir a renúncia do presidente Xi Jinping.

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Além disso, pesaram as declarações do presidente distrital do Fed, James Bullard, afirmando que o Fed deverá manter juros em nível elevado no próximo ano e em 2024.

O Dow Jones fechou em baixa 1,45%, aos 33.849 pontos; o S&P 500 caiu 1,54%, aos 3.963 pontos; e a Nasdaq fechou em queda de 1,58%, aos 11.049 pontos.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados