Ibovespa fecha em alta de 0,62% com blue chips e tem primeiro avanço semanal do ano; dólar cai

Papéis de Vale e Petrobras ajudaram a impulsionar o índice na sessão

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 0,62% nesta sexta-feira (26), indo aos 128.967 pontos, e tendo ganhos de 1,04% na semana, a primeira de alta para o Ibovespa em 2024. Hoje, o índice contou com a ajuda, principalmente, das ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3;PETR4).

As ações ON da Petrobras subiram 2,19% e as PN tiveram ganhos de 1,73%, na esteira do novo avanço do petróleo, que registrou máxima em oito semanas com sinais de economia resiliente nos EUA e de estímulos na China.

Já os papéis da mineradora, que têm o maior peso do Ibovespa, subiram 1,67%. A alta ocorreu após o jornal Folha de S. Paulo noticiar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de emplacar o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo de diretor executivo (CEO) da empresa. 

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Analistas, apesar de terem visto a indicação como pouco provável, vinham alertando riscos com uma maior pressão sobre a empresa. “Rumores da indicação de Guido Mantega pressionaram as ações da companhia nos últimos dias, e sua aparente desistência de assumir a posição de CEO da mineradora animou investidores – impulsionando o preço do papel no dia de hoje”, fala Rachel de Sá, chefe de economia da Rico. 

A economista da Rico, além da questão da Vale, também menciona que o Ibovespa foi auxiliado pela publicação do IPCA-15. A prévia da inflação de janeiro – que foi publicada antes da hora – trouxe uma leitura de 0,30% de alta dos preços, contra 0,40% em dezembro.

“Apesar da surpresa baixista, o resultado do mês veio em linha com preocupações sobre o comportamento de preços no setor de serviços, especialmente os intensivos em mão de obra”, pondera de Sá. “A inflação de serviços ainda demanda cautela, especialmente diante de um mercado de trabalho resiliente”. 

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Apesar de certa cautela com o número, ele ajudou a puxar a curva de juros brasileira para baixo. Os DIs para 2025 perderam oito pontos-base, a 9,95%, e os para 2027, 4,5 pontos, a 9,79%. As taxas dos contratos para 2029 recuaram 3,5 pontos, a 10,23%, e as dos para 2031, quatro pontos, a 10,48%.

A curva brasileira foi na contramão da dos Estados Unidos, onde os treasuries yields para dez anos ganharam 1,1 ponto, a 4,143%, e os para dois anos, 4,5 pontos, a 4,359%.

“No cenário externo, a inflação medida pelo deflator do consumo americano veio dentro do esperado, mas mostrou que o consumo segue bastante forte na maior economia do mundo”, diz a economista, em menção ao núcleo do PCE. O índice subiu 0,2% em dezembro, dentro do consenso.

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Apesar disso, a visão de que a maior economia do mundo está aquecida, aumentou o apetite por risco e ajudou a derrubar o dólar. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras de países desenvolvidos, caiu 0,11%, aos 103,46 pontos. Frente ao real houve uma queda de 0,24% nesta sexta, a R$ 4,910 na compra e a R$ 4,911 na venda, e uma queda de 0,3% na semana.

Os benchmarks dos Estados Unidos ficaram sem muita amplitude, com Dow Jones subindo 0,16% e S&P 500 e Nasdaq caindo 0,07% e 0,36%.