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Ibovespa cai 0,88%, com temores sobre economia dos EUA e de tributos maiores no Brasil; dólar cai 0,64%

Sinais de fraqueza da economia americana, incertezas quanto à China e sinalizações do governo brasileiro foram destaque nesta quarta

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 0,88% nesta quarta-feira (5), aos 100.977 pontos, mas se afastou das mínimas do dia, quando chegou a perder novamente os 100 mil pontos. O dia foi marcado tanto por pesos provindo do exterior quanto pelo noticiário local.

“Hoje o Ibovespa opera em queda com as ações ligadas a commodities puxando o índice Ibovespa para baixo. As commodities metálicas como o minério de ferro, cobre e níquel, recuaram, es empresas do setor acompanharam”, diz André Fernandes, head de renda variável da A7 Capital. “Como nossa bolsa tem um forte peso em commodities, isso está sendo refletido negativamente nas ações e no Ibovespa, com essas ações puxando o índice para baixo”.

A tonelada do minério de ferro à vista voltou a fechar em baixa no norte da China (em dia de feriado por lá), com queda de 0,5%, a US$ 120,45 a tonelada. Traders continuam acompanhando a reabertura do gigante asiático, sendo que cresce a possibilidade de uma recessão mundial.

As ações preferenciais da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) recuaram 3,08%, as ordinárias da CSN e  da Vale (VALE3), 1,14% e 1,47%, na sequência.

Varejistas também foram destaque entre as baixas, com o temor de que o Governo Federal irá rever uma série de benefícios tributários. As ações preferenciais da Alpargatas (ALPA4) perderam 9,73%, as da Natura (NTCO3), que também está oscilando após vender a Aesop, 9,61%, e as da Petz (PETZ3), 5,69%.

Nos Estados Unidos, a divulgação do Relatório Nacional de Emprego ADP de março ajudou a pressionar as commodities, fortalecendo a narrativa de uma recessão na maior economia do mundo. O índice, uma prévia do Payroll, que sai na sexta, trouxe a criação de 145 mil vagas, ante consenso de 200 mil novos postos.

Os treasuries yields, com isso, recuaram forte. A perspectiva de que o Federal Reserve poderá ser mais brando em sua política monetária, uma vez que a economia americana já está trazendo sinais claros de desaceleração, ganha força. Os títulos para dez anos perderam 2,8 pontos-base, a 3,309%, os para dois anos recuaram 3,6 pontos, a 3,798%.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,24% enquanto o S&P 500 e o Nasdaq caíram 0,25% e 1,07%, na sequência. Segundo especialistas da CNBC, com a preocupação por uma recessão, o DJIA foi beneficiado por um fluxo de capital para companhias defensivas e utilidades, como a Johnson & Johnson.

No Brasil, as companhias de utilidades e de saúde também foram destaque. As ordinárias da EcoRodovias (ECOR3) subiram 5,51%, as da Qualicorp (QUAL3), 2,77% e as da Raia Drogasil (RADL3), 0,86%.

A curva de juros por aqui também caiu, seguindo o exterior e com o a sinalização do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Ministério da Fazenda. Ele afirmou que a autoridade monetária buscará equilíbrio no combate à inflação e elogiou o novo arcabouço fiscal apresentado por Fernando Haddad.

As taxas dos DIs para 2023 recuaram um ponto-base, a 13,24%, e as dos DIs para 2025, 3,5 pontos, a 11,97%. Os contratos para 2027 e 2029 perderam, respectivamente, oito e 11 pontos, a 11,93% e 12,31%. Os DIs para 2031 fecharam a 12,57%, com menos 12 pontos.

O dólar perdeu 0,64%, a R$ 5,049 na compra e a R$ 5,05 na venda.

“Dólar arrefece um pouco, com queda. O presidente do Banco Central falou em evento do Bradesco que a proposta de arcabouço fiscal elimina os receios quanto a trajetória descontrolada da dívida. Sinalização, para ele, é positiva, reduzindo receios. Curva de juros cai”, comenta Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos.