Hypera (HYPE3) registra resultados positivos com crescimento orgânico e aquisições, apontam analistas; ações sobem 2,8%

Empresa teve que desembolsar R$ 500 milhões na disputa relativa ao desinvestimento da Ontex, com impacto de R$ 400 milhões no resultado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A Hypera (HYPE3) inaugurou a temporada de resultados do terceiro trimestre registrando um lucro líquido de operações continuadas de R$ 464,7 milhões no período.

O número representa uma alta de cerca de 33% sobre o mesmo período do ano passado, puxado pelo avanço em 50% da receita, enquanto as despesas excluindo gastos com marketing subiram 32%.

O dia foi de ganhos para o papel, também acompanhando a sessão de recuperação geral para a Bolsa brasileira. Os papéis HYPE3 subiram 2,83%, a R$ 28,75.

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Segundo dados da Refinitiv, analistas esperavam, em média, lucro líquido de R$ 394,5 milhões para a maior farmacêutica do Brasil, mas não ficou claro de imediato se os números são comparáveis.

Enquanto isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), também de operações continuadas, teve alta de quase 48%, para R$ 580,9 milhões.

Segundo a Refinitiv, a expectativa média do mercado era por um Ebitda de R$ 534,9 milhões.

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A Hypera, dona de marcas como Coristina D, Addera e Buscopan, totalizou uma receita líquida de R$ 1,6 bilhão entre julho e o fim de setembro. As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 192 milhões, enquanto os desembolsos com marketing subiram 35,8%, para R$ 275 milhões.

Segundo a companhia, o crescimento da receita foi impulsionado principalmente: (i) pela contribuição do portfólio de medicamentos adquirido da Takeda e da família Buscopan, e (ii) pelo crescimento orgânico de 13,7% do sell-out, ou 1,4% ponto percentual acima do crescimento do mercado.

“O desempenho orgânico do sell-out foi superior ao do mercado pelo 4º trimestre consecutivo, e é resultado das
iniciativas da companhia para impulsionar seu crescimento sustentável, com destaque para a aceleração do ritmo de
lançamentos nos últimos anos, o aumento da capacidade de produção e os investimentos em suas marcas líderes”, afirmou no release de resultados.

A XP destaca que o lucro recorrente ficou 76% acima das estimativas da casa, impulsionado principalmente por (i) um forte aumento na receita causado pelo crescimento orgânico e pelas aquisições dos portfolios da Buscopan e Takeda, juntamente com (ii) uma diluição de todos os itens de despesas gerais e administrativas.

A empresa teve que desembolsar R$ 500 milhões na disputa relativa ao desinvestimento da Ontex, com impacto de R$ 400 milhões no resultado (R$ 263 milhões líquidos de impostos). “Apesar do evento não recorrente, consideramos os resultados positivos, pois a empresa está conseguindo crescer acima do mercado enquanto mantém custos e despesas sob controle”, aponta.

Em relatório, assinado pelos analistas William Barranjard e Mauricio Cepeda, o Credit Suisse escreveu que a Hypera  continuou sua trajetória de forte crescimento de sell-out no terceiro trimestre de 2021, juntamente com novas melhorias nos recebíveis, seguindo as tendências de maior eficácia comercial dos trimestres anteriores, mas a rentabilidade do trimestre foi impactada pela redução da margem bruta.

O Itaú BBA também destacou o achatamento da margem bruta ano a ano, uma vez que a pressão do câmbio e maiores descontos promocionais impactaram, ainda que houvesse continuação das sinergias capturadas com a integração da Takeda e do Buscopan.

Além disso, banco afirmou que os números reportados pela Hypera vieram em linha com as estimativas, tanto nas métricas de receita quanto nas de lucratividade, mostrando um crescimento orgânico saudável e a continuação das sinergias da integração da Takeda e do Buscopan.

O Credit Suisse mantém avaliação outperform para ações da Hypera, e preço-alvo de R$ 40,00, frente à cotação de sexta-feira (22) de R$ 27,96.

O Credit aponta que, apesar do novo tamanho da empresa com as recentes aquisições traga uma diluição de despesas, notaram que as despesas de marketing voltaram a ficar acima dos níveis pré-covid.

“No geral, continuamos gostando do case de Hypera, com base na sua forte capacidade de geração de caixa, agora impulsionada pelo crescimento de sell-out acima do mercado. O impacto nas margens brutas pode persistir com o câmbio desfavorável, o que deve limitar a capacidade de conceder descontos. Acreditamos que levará algum tempo para conseguir avaliar os impactos do aumento do DTC. Por fim, o caso Ontex (que teve impacto de 270 milhões no lucro líquido relacionado ao acordo de arbitragem) mostrou que existem passivos do passado, mas a empresa mencionou que outros impactos semelhantes são improváveis. De todo modo acreditamos que isso pode atrasar os catalisadores para o papel”, apontam os analistas.

(com Reuters)

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